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Mixmag entrevista Rafael Yapudjian

Um bate-papo sobre carreira, evolução e produção musical

  • Marllon Gauche
  • 20 February 2020

Ele não está entre as estrelas do cenário, mas sem dúvidas tem um currículo para tal.

Rafael Yapudjian já soma mais de 20 anos como DJ e quase o mesmo tanto como produtor, um baita história escrita ao longo dos anos com capítulos muito importantes.

No passado, foi residente da Pacha São Paulo ao lado de Rodrigo Ferrari e viajou diversos países apresentando sua identidade houseira.

Hoje trabalhando em parceria com o Midas Estúdio, Rafael tem entregue uma série de produções autorais e remixes, como 'Só Penso Em Você', uma releitura da canção de De Maria:

Abaixo você confere o bate-papo com o artista:

Mixmag: Rafael, tudo bem? Obrigado por topar conversar com a gente! Apresente-se de forma resumida para quem ainda não conhece seu trabalho…

Rafael Yapudjian: Tudo ótimo! Estou nessa caminhada a alguns anos tocando e produzindo House e suas vertentes, minha última residência foi no Bar Obelisco, antes, Pacha São Paulo, além de ter várias gigs pelo Brasil e Europa.

Atualmente estou trabalhando em parceria com a gravadora Midas Music onde estou produzindo uma série de remixes para novos artistas da MPB brasileira.

Voltando para o ano de 1995… foi nessa época que você começou a pegar gosto pela coisa, certo? O crédito vai pra um amigo, não é? Conta um pouco mais pra gente sobre esse início.

Eu tinha e ainda tenho um grupo de amigos que sonhava em ser DJ naquela época. O acesso a informação era mais difícil e então começamos a organizar festas, fazer algumas matinês, mas nada profissional.

Em uma delas eu conheci o Andrei Fossari, que na época era um DJ super renomado, residente de bons clubs e inclusive tinha programa em rádio, enfim… ele, super humilde, me indicou para trabalhar em uma empresa de eventos chamada TRBR, do Adriano Treves e do Fernando Brandão, foi ai que tudo se profissionalizou.

Poucos devem se lembrar do Cheers Club, espaço onde você teve sua primeira residência… depois disso veio o convite da Vinyl, Museum e a prestigiada Pacha São Paulo. Como cada uma dessas residência lhe ajudou a evoluir artisticamente, principalmente após a Pacha?

Antes de entrar na Cheers eu estava na TRBR fazendo eventos e me lembro até hoje da conversa que Fernando e Adriano tiveram comigo a respeito de como a noite poderia mudar a minha cabeça.

Eu era um jovem de 17/18 anos, mas estava decidido a sair da empresa de eventos pois queria tocar na noite de São Paulo, foi então que por um convite de Rafael Setrak e da Paula Blue me tornei residente da Cheers.

Eles sempre acreditaram no meu som, mas lá eu pouco conseguia tocar, pois era um club mais comercial e tocávamos de tudo.

Nessa época a Vila Olímpia estava "bombando", vários clubs e os DJs residentes eram todos amigos, a gente se encontrava no final pra tomar um café da manhã, foi uma época incrível, fiz grande amigos e os tenho até hoje.

Depois veio a Vinyl, também com o Setrak e a Paula, com um som um pouco mais evoluído, mas ainda comercial. Em seguida a Museum chegou com um som completamente diferente, focado mais em House Music.

De lá passei para a Pacha São Paulo através da indicação do Rodrigo Ferrari, e lá sim foi que a minha evolução sonora se completou, pois fiz warm up para vários DJs, nacionais e internacionais, aprendi muito com eles e principalmente com o Ferrari que sempre me deu vários toques.

Foi por conta da Pacha que as datas internacionais e nacionais começaram a aparecer. Me lembro como se fosse ontem a primeira delas que foi na Pacha em Ibiza e de passei por Colômbia, México, Itália, Alemanha, Áustria, Portugal…

Naquela época poucos DJs brasileiros tocavam fora do Brasil ou em outras cidades por aqui.

Tive a oportunidade de tocar para diversos público, clubs, regiões e cidades brasileiras de Norte a Sul, uma base de 15/20 datas no mês, para a época significava muito.

Aprendi muitas coisas com essas viagens além de ter feito grande amigos.

Nesse meio tempo você trabalhou na Building Records, oportunidade que lhe fez ter contato com grandes players e gravadoras do Brasil. Seus lançamentos também chegaram na Purple Music, do Jemie Lewis, e Gogo Music, do Ralf Gum. Como se deu seu início na produção musical?

Antes de entrar na Building Records eu já estava produzindo as minhas primeiras músicas, montei um pequeno estúdio em casa, fiz alguns cursos de produção, mixagem e masterização, mas sempre me atraí por um estilo de música que infelizmente no Brasil não existia muito suporte, foi aí que entrei na Building Records como divulgador noturno, cresci dentro da gravadora e passei a cuidar do catálogo musical, com isso fiz contatos com outros selos mundiais e as oportunidades começaram a aparecer.

Além de Purple Music e Gogo Music vieram !Records de Kevin Yost, Café Del Mar, Hotfingers de Manuel De La Mare, Alex Kenji e Luigi Rocca, Dear Deer, Pacha Recording entre outras gravadoras e artistas que trabalhei, como o vocalista Roland Clark, um gigante da House Music mundial.

Em 2011, mais um importante passo na sua carreira: A Casa Records. O que motivou você a fundar o próprio selo? Estar à frente de uma gravadora também deve ter agregado muito ao seu perfil profissional. Quais os principais ensinamentos que você traz consigo?

Em 2011 poucos produtores conseguiam lançar suas músicas, inclusive eu [risos].

Por esse motivo fundei meu próprio selo, o propósito sempre foi lançar boa música e abrir portas para os novos artistas que tinham boas canções, mas que por não terem um nome forte internacional, muitos selos não davam bola.

Aprendi muito, nessa época o streaming praticamente não existia e a venda de música digital funcionava, quase tudo que lançamos entrou em Top 100 de músicas mais vendidas dos grandes sites como Beatport/Juno/Traxsource… a coisa foi mudando e hoje temos o streaming dominando tudo.

A coisa mais importante que aprendi foi que os profissionais que estão nessa área precisam ajudar uns aos outros, principalmente os "big names" brasileiros, se cheguei aqui foi por todos que me ajudaram e tiveram a paciência de me ensinar e é isso que eu passo adiante.

E tem lançamento novo na área! Fale um pouco sobre a produção do seu remix para a faixa 'Só Penso em Você', do De Maria. Como rolou essa oportunidade?

Conheço o Renato Patriarca há alguns anos, inclusive quando eu abri o meu selo eu tinha ido conversar com ele, nem sei se ele lembra disso [risos].

Em 2018 ele me convidou pra fazer o remix para uma canção da Kell Smith e com isso surgiu o convite para remixar essa bela canção do De Maria, o Renato me mandou a música e na hora que eu escutei, o refrão ficou na minha cabeça.

Várias idéias surgiram e comecei a produzir a bateria, essa música teve um toque especial do Herbert Medeiros, tecladista que fez toda a parte de harmonia do remix.

Como é seu workflow dentro do estúdio? Você costuma passar muito tempo em cima de uma produção? As ideias surgem no momento ou você geralmente já arquiteta algo antes na sua cabeça?

Cada música é um processo, sempre produzi um estilo musical bem rico, por conta disso conheci muitos músicos e cantores, alguns deles estão comigo a anos, Paulinho Gomes (guitarrista), Herbert Medeiros (tecladista) Salazar e Marcelo Freitas (saxofonistas), Paulinho Viveiro (trompetista), Wellington Sancho (Percussionista)... tudo depende do que está na minha cabeça.

Quando é um remix geralmente pergunto para a pessoa que me contratou algumas referências, começo a estudar os caminhos e monto tudo geralmente durante a madrugada, não sou nada criativo durante o dia [risos].

Passo então as ideias pro computador e assim a música vai tomando forma, ou a galera aparece no estúdio, tomamos um café e gravamos um monte de coisas, aí durante a madrugada vou vendo o que quero ou não para determinada música, mas não tenho nenhuma fórmula para produzir, as ideias simplesmente acontecem.

Eu gosto de produzir a música e mixar em duas semanas, depois deixo ela de lado para descansar o ouvido — pois a gente se acostuma com os timbres e coisas legais podem ficar ruins depois de um tempo [risos], então pego novamente e finalizo, mas nem sempre temos tempo para isso.

Por fim, novidades, gigs, releases… o que vem a seguir para Rafael Yapudjian? Obrigado pelo bate-papo e sucesso!

Com a minha parceria junto ao Midas, muitas músicas boas estão por vir, acabei de entregar o remix para a música "Do Nada Meu Tudo - Os Bartira", estou finalizando um remix para o Victor Cupertino, “Quando Você Chegou" , ainda em fase inicial o remix para a artista Mariana Mug e finalizando minha nova música "Your Voodoo" com vocais do cantor americano Keith Thompson.

Sigo com minhas gig por São Paulo e Brasil, a agenda você pode acompanhar em minhas redes sociais, obrigado a vocês pelo convite e encontro vocês nas pistas!

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Photos: Divulgação

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