Nomes da música eletrônica que você precisa conhecer: Deborah De Luca

Deborah De Luca é hoje amplamente reconhecida como um dos nomes mais quentes do Techno internacional, um nome frequente nas cabines de DJs mais conceituadas do planeta.

A artista tem a capacidade única de encantar multidões com sets repletos de incrível técnica, combinando um techno duro com ritmos suaves e melódicas que todo mundo gosta.

Pioneira no uso das redes sociais como ferramenta promocional, embora de alguma maneira consiga manter um forte senso de discrição em sua vida privada, Deborah é pura determinação e paixão.

Nascida em Vele di Scampia - uma das áreas mais difíceis de Nápoles - a DJ, produtora e dona de gravadora mundialmente reconhecida tem origem humilde e um sucesso internacional improvável.

"Você não deve deixar ninguém lhe dizer o que você pode ou não pode se tornar", disse Deborah, referindo-se ao seu sustento precoce como dançarina de boate.

"É verdade que, nos últimos anos, ganhei popularidade, mas sou muito grata pela longa jornada que vivi", complementa.

Deborah passou os anos de formação de sua carreira musical no norte da Itália, após uma breve passagem pela escola de moda de Modena.

Passando pelo circuito europeu de clubs, ela rapidamente percebeu que a música era sua verdadeira vocação. Seu trabalho duro e sua determinação implacável acabaram gerando frutos e, em 2013, ela lançou sua própria Sola_mente Records.

Criada como plataforma para lançar sua própria música, livre da pressão criativa e restrições externas, a gravadora ganhou força e em novembro de 2018, Deborah lançou o álbum 'Ten'.

O album foi um grande marco para a produtora italiana e marcou um importante rito de passagem, abrindo caminho para uma sequência quase inacreditável de trabalhos que ela aprecia cada vez mais.

Chamada de "Rainha de Nápoles", é nas DJ Booths que Deborah ainda se sente mais em casa, viajando de continente para continente a cada semana, tocando em alguns dos eventos mais prestigiados do mundo.

Deborah é famosa por performances eletrizantes tanto em grandes festivais internacionais como apresentações mais intimistas, apresentando shows ao vivo transmitidos para milhões de pessoas.

Conseguimos realizar uma entrevista com essa fantástica mulher, apaixonada, trabalhadora, carismática e... introvertida, Deborah De Luca.

Leia a seguir!

Gostaríamos de contar, em suas próprias palavras, um resumo de sua história para o público brasileiro que ainda não a conhece. Como tudo realmente começou?

Bem, a música sempre fez parte de mim!

Quando criança, ouvia centenas de discos de vinil com meu pai, sua coleção particular tinha música de todos os tipos e gêneros.

A necessidade de misturar todas essas melodias para criar algo próprio estava crescendo dentro de mim, como se ouvir simplesmente não fosse suficiente.

Eu sempre tive fome de música, mas antes de começar a viver isso, passei por vários estágios na minha vida, onde tive que cuidar primeiro da minha família.

Como foi crescer em Vele di Scampia, em plena periferia de Napoli? Que valores isso agregou à sua vida e a ajudou a se tornar uma verdadeira Dance Music superstar?

Há 30 ou 40 anos, o Scampia era muito diferente de agora. Felizmente, as coisas mudaram graças à atenção da mídia, mas ainda assim, aquele não é um lugar fácil pra ninguem encontrar o seu próprio caminho, mesmo hoje.

Tive sorte porque tive a chance de me projetar com a realidade do norte da Itália, algo difícil do ponto de vista de uma integração já que os moradores do Sul viviam meio que intimidados.

Meus pais me levaram para Modena, onde vivi durante anos e amadureci um tipo diferente de mentalidade que se misturava com a da minha terra. Isso me levou a ter mais fome de viver e de chegar onde queria.

O quê na música eletrônica a atraiu tanto ao ponto de virar sua profissão e ponto central de vida? Como seria a melhor forma de classificar seu som?

Na verdade, eu não escolhi música eletrônica... a música eletrônica me escolheu.

Quando me perguntam sobre o tipo de música que faço, a galera sempre têm um pouco de dificuldade de encontrar um termo único porque a música que faço não é tão classificável assim.

Basicamente faço uma mistura de techno, mas com um pouco de diversos outros estilos, melodias e sons eletrônicos ... eu não sei.

Gosto de música, mas prefiro não me prender a rótulos.

Com milhões de fãs online, você é sucesso nas redes sociais. Que dica daria para novos artistas sobre o uso de social media como ferramenta promocional?

Eu acabei de bater 1 milhão de seguidores no Instagram e 1 milhão e 600 mil no Facebook.

Para aqueles que buscam esse tipo de objetivo, aconselho algo simples: que parem de persegui-lo!

As pessoas percebem quando o que lhe interessa é apenas aumentar seus números e acaba não curtindo o que você cria.