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8 artistas contam como contornaram os problemas na Pandemia e como isso influenciou em suas carreiras

Histórias inspiradoras de artistas que driblaram as adversidades e seguiram em frente

  • Catherine Dias
  • 11 April 2022

Os tempos de Pandemia marcaram e mudaram o mundo. Lockdown, hospitais lotados, milhões de mortos, a economia em caos. Medo, ansiedade, angústia e incertezas.

A paralisação dos eventos em todo o planeta devastou mercados e profissionais do entretenimento, que ficaram, de uma hora para outra, sem nenhuma fonte de renda.

Mas como em toda crise, há pessoas que enxergam oportunidades, compilamos relatos de artistas que deram um jeito de driblar os problemas e seguiram em frente.

Confira as histórias de 8 artistas abaixo e inspire-se!

1 Allma Skneian

Projeto na Gravadora Built Incontrol Records, Römer Records, Berlim

41 anos

São Paulo

No começo da pandemia o meu foco foi se unir e tentar ajudar algumas pessoas da cena que ficaram realmente sem renda nenhuma.

Também remodelei o design da minha gravadora com uma artista da Ucrânia, estudei sobre vários assuntos relacionados a música eletrônica e tirei uma certificação do Ableton live.

Trabalhei como Sound Designer para algumas empresas nos Estados Unidos - como tinha produzido muitas faixas em Berlim tive a oportunidade de lançar 2 EPS em 1 ano onde a Mixmag divulgou meu trabalho para o mundo e agora dou aula de produção para um DJ em Dubai e Portugal.

O modelo online abriu vários leques e oportunidades que antes não tínhamos. Por exemplo, recentemente entrei para o Casting de uma agência de DJs em Ibiza e Alemanha, e toco sets via streaming toda semana na rádio deles.

Continuamos na luta sempre!

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2 Nask Groove

Nome: Maurício Duarte

Projeto: Nask Groove

Cidade: Porto Alegre (RS)

Idade: 38

Em 2019, vinha no meu segundo ano de projeto e estava em uma crescente na cena local.

Em 2020 fomos pegos por essa pandemia.

O que fazer? Como seria o retorno? Muitas dúvidas na minha cabeça, pensei em até desistir.

Mas parei um dia, logo no ínicio da pandemia e pensei: "cara vou estudar produção".

DJ set até fevereiro de 2020, utilizei meu tempo dentro de casa para montar um home studio e buscar conhecimento.

Sem dinheiro para investir em cursos caros, fui para o YouTube e depois descobri outras fontes para conhecimento.

Em Julho de 2020 estava lançando a minha primeira track, hoje já são mais de 24 lançamentos - incluindo lançamentos na Muzenga records, Nova Music e Vex.Distro - e um set autoral a caminho.

Além disso reestruturei todo o projeto, traçando metas e objetivos a serem alcançados, no retorno dos eventos em 2021 dividi o palco com grandes nomes da nossa cena nacional, Gustavo Motta, Flakke, Zerb, Inndrive e para coroar isso num desses eventos passei a pista para a Groove Delight.

O que ficou de aprendizado disso tudo é que você chora com a situação adversa apresentada ou vende lenços.

Eu escolhi vender lenços.

Bora pra cima que 2022 está só no começo!

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3 ^L_

Nome: Luis Fernando

Projeto: ^L_

Brasília

40 anos

Eu fiquei bastante perdido no primeiro ano de pandemia.

A mudança de rotina que o isolamento em si trouxe para minha vida se mostrou devastador, na medida que os meses se passaram.

O meu emocional foi definhando aos poucos e fiquei à beira de um colapso nervoso.

O ponto mais pesado foi período no qual perdi alguns amigos, que faleceram – dentre eles, um dos meus melhores amigos, um irmão para mim... uma referência e um porto seguro que eu tinha.

Foi quanto eu percebi que, apesar de nunca ter admitido isso, eu era mais frágil e instável do que poderia imaginar.

A partir disso, eu me isolei de tudo e todos, mas isso foi essencial para o meu crescimento como pessoa e artista.

Eu tive medo de que acontecesse o mesmo comigo e foi a partir disso que dei uma guinada e consegui transformar esse período no mais produtivo da minha carreira.

Foi uma nova fase para o ^L_.

Gravei alguns dos meus trabalhos favoritos e produzi o suficiente para um, dois ou até três releases a mais que o cronograma que tinha estabelecido com o ^L_ .

A minha meta basicamente: acordar entre 6 e 7 da manhã, gravar, gravar e gravar... todo dia. Independente do resultado, eu gravaria todo dia... saindo track ou não.

O mais importante era estabelecer uma regularidade (o isolamento fez muitas pessoas perderem a sua rotina, que gera frustrações e culpa, por não estarem fazendo nada), me manter ativo, ter a consciência tranquila comigo mesmo (não me culpar por “estar atoa”) e eu sempre fui mais produtivo palas manhãs.

Eu gravei e lancei, um EP por semestre – desde 2020.

Como estudante de artes, montei um ateliê, ao lado do meu estúdio, para trabalhar com as minhas pinturas. E precisava (na verdade, necessitava) de um escape durante as sessões de gravações; uma outra atividade para ser revezada e que pudesse me manter com a cabeça ocupada – em determinados momentos, durante longas sessões de gravação, perdemos a percepção e não conseguimos mais distinguir se o material está bom ou ruim.

Por isso, precisava de momentos de folga, para descansar a cabeça e ouvidos.

Como resultado, eu passei a lançar os meus releases com as minhas pinturas como artwork.

E de quebra, nesse período, lancei um EP, com um codinome chamado Hikikomori - um termo japonês utilizado para descrever pessoas que ficam reclusas em suas casas, ou mesmo em seus quartos, isoladas de todo mundo, exceto sua família, por muitos meses ou anos - apenas com músicas seguindo uma estética chillwave e lo-fi... a idéia era exatamente soar como músicas produzidas em momentos intimistas.

Dizem: o que não mata te fortalece.

Pode parecer um clichê, mas clichês existem por serem verdadeiros.

O que não mata, definitivamente te fortalece!

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4 ANGELLO

ANGELLO (BR)

Cidade: São Luís / MA

idade: 21 anos

A pandemia mudou minha vida completamente e me fez repensar muitas coisas e agir de forma diferente em várias outras, eu digo que não só na parte criativa quanto na interação com os fãs.

Eu fiz uma quarentena bem rigorosa, principalmente no começo. Agora estamos mais relaxados, as coisas começaram a reabrir.

Mas fiquei, alguns meses sem ver ninguém, a preocupação era grande pois no início minha filha ainda era uma bebê.

Acho que consegui lidar da melhor maneira que eu pude.

Pude ser mais criativo e me reinventei musicalmente, usei este tempo para entregar muitas coisas que nunca tinha muito tempo para preparar, músicas novas e o principal de tudo, sentimento na música.

Nesse período de tempo, consegui me explorar e passar ainda mais meu feeling musical, com mais vocais e melodias, em meus singles.

Foi aí que lancei e comecei a tocar sons com gêneros: Melodic Techno, Progressive House.

Conseguindo alcançar e me conectar não só com público nacional, mas a nível internacional e conquistando grandes fãs da Europa.

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