Votação no Parlamento Europeu exige remuneração mais justa para músicos em plataformas de streaming
Votação aborda necessidade de regulamentação no setor de streaming e busca proporcionar mais transparência sobre visibilidade de artistas
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Membros do Parlamento Europeu (MEPs) votaram para implementar um novo quadro legal que garanta que as plataformas de streaming paguem de forma mais justa aos músicos.
A votação ocorreu em 17 de janeiro, com uma maioria esmagadora apoiando a decisão (532 votos a favor, 61 contra e 33 abstenções). Isso aborda a necessidade de regulamentação no setor de streaming e busca proporcionar mais transparência sobre compensação e visibilidade para os artistas.
Atualmente, a União Europeia não possui leis ou regulamentações específicas que se apliquem à indústria de streaming, apesar do amplo uso de plataformas de streaming para consumo de música.
O streaming agora representa 67% da receita global do setor de música, com uma receita anual de US$ 22,6 bilhões, enquanto um relatório recente no Reino Unido indicou que o streaming digital representa mais de 85% do consumo de música.
De acordo com o boletim de notícias do Parlamento Europeu, os MEPs identificaram três problemas principais na indústria: distribuição injusta de receitas, desequilíbrio de visibilidade entre artistas populares e emergentes, e falta de regulamentação em torno da inteligência artificial (IA).
Ficou evidente que a receita favorecia predominantemente as grandes gravadoras e alguns artistas importantes, com os MEPs apontando para a falta de representação de estilos e idiomas menos comuns.
As preocupações levantadas pelos MEPs também se relacionaram a esquemas de payola algorítmica, nos quais os artistas são obrigados a aceitar receitas mais baixas ou nenhum pagamento em troca de mais visibilidade em plataformas de streaming, e transparência sobre o uso de IA na criação musical e questões relacionadas a direitos autorais e consentimento (como deepfakes).
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O quadro legal proposto visa abordar essas questões reformando as taxas de royalties atuais para melhorar a remuneração dos artistas. Ele também inclui medidas como cotas para aumentar a visibilidade do trabalho europeu e pede transparência no uso de IA para evitar práticas injustas.
O MEP espanhol Ibán García del Blanco disse: "O Parlamento está dando voz às preocupações dos criadores europeus, que estão no centro do mercado de streaming de música. A diversidade cultural e garantir que os autores sejam creditados e remunerados de forma justa sempre foi nossa prioridade; por isso, pedimos regras que garantam que os algoritmos e ferramentas de recomendação usados pelos serviços de streaming de música sejam transparentes, assim como em seu uso de ferramentas de IA, colocando os autores europeus no centro."
Embora o quadro seja não legislativo e não vinculativo, ele representa um apelo à Comissão Europeia para implementar regulamentação para plataformas de streaming, garantindo que o streaming de música seja um setor mais justo e diversificado.