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Madson Carpenter fala dos aprendizados de começar do zero a sua carreira de DJ em outro continente

De Araranguá, em Santa Catarina, para Lisboa, em Portugal; saiba como foi essa transição

  • Rodrigo Airaf
  • 6 May 2022

Embora não se compare, ainda, a cenas primárias como Amsterdã e Berlim, a música eletrônica underground segue pulsante em Lisboa e, por isso, alguns artistas de outros países passaram a considerar a cidade como sua base para levar os seus projetos adiante.

Este é o caso do DJ e produtor musical brasileiro Madson Carpenter, que em pouco mais de cinco anos morando em Lisboa criou seu status em meio ao nicho.

Dois dos seus principais projetos são as gravadoras Nav'Sound e Noise. Através delas, Madson produz festas-showcase para apresentar ao público português um pouco do seu mundo sonoro particular, que é influenciado em maioria pelas vertentes de acid techno e industrial techno. Batidas fortes, percussividade em loop e sintetizadores hipnóticos dão a tônica desses estilos.

Criado na cidade de Araranguá, no estado brasileiro de Santa Catarina, a construção de trabalho de Madson Carpenter em terrenos europeus já o permite contemplar uma nova turnê pelo continente e a criação de um festival relacionado à label Noise, apenas alguns de seus planos para 2022. Decidimos entender mais a fundo esta trajetória de Madson em Lisboa por esta entrevista, acompanhe:

Oi, Madson, tudo bem? Por que escolheu Lisboa para ser sua nova casa anos atrás?

Madson Carpenter: Olá, pessoal da Mixmag! Obrigado pelo espaço.

Em 2016 eu fui visitar minha mãe que já morava lá, foi uma viagem sem muitas expectativas, mas me apaixonei pela vida de Lisboa, e apenas 4 meses depois eu resolvi me mudar de vez e re-construir meus planos futuros.

Quais foram os desafios que vieram logo de início, ao planejar seu envolvimento na música em Portugal? Houve receptividade?

Posso dizer que sim, assim como em qualquer lugar, entrar dentro da "cena local" não é algo fácil, precisa de tempo, conhecimento e acesso. E foi algo que obtive apenas com o tempo.

Quais são as diferenças mais marcantes entre os cenários de música eletrônica underground brasileiro e português?

O acesso e a visibilidade. Em Portugal e em outros países da Europa, a música underground tem um valor cultural muito grande, ele tem um papel importante na vida social e econômica, no Brasil ela também tem o seu papel, mas sinto que ela ainda precisa de tempo para fortalecer suas raízes.

Você é residente de três coletivos de música: Techno Addicted, The Cube e Disturb. O funcionamento comunal destes grupos fortalece o seu caminho de crescimento como indivíduo?

Sem dúvidas, sempre que toco em um dos coletivos que sou residente, ou quando me chamam novamente de um evento que já toquei antes, fico ainda mais preocupado em fazer melhor do que antes, sinto uma "pressão" do público, e isso me deixa animado.

Conte-nos sobre o lado business e de curadoria do seu trabalho com os selos Nav'Sound e Noise. Qual a diferença entre ambos e o que pretende para cada um daqui para a frente?

São selos com caminhos diferentes um do outro. A Nav'Sound tem o propósito de mostrar o lado mais calmo da música underground, com algumas "noias" espaciais, ela traz do melódico ao leftfield, viajando entre muitas vertentes em comum.

A Noise, já é o oposto, sonoridades metálicas e agressivas, ambientes fechados e escuros, não é à toa que ela se chama Noise. Apesar de compartilharem sonoridades diferentes uma da outra, a missão desses selos é a mesma: transmitir boa música, e mostrar novos rostos e sonoridades à comunidade.

O acid e industrial techno são subvertentes que estão em alta nos dias atuais, em especial na Europa. Agora que está passando por turnê no Brasil, consegue ver uma cena mais sólida com essas sonoridades por aqui?

Não diria sólido por completo, vejo que é algo que vêm se criando, têm uma nova geração aqui, cheio de talento e força que tá dando tudo de si para fortalecer a cena.

Quais foram os maiores aprendizados tidos nesses cinco anos de jornada na arte?

Nunca deixe de fazer o trabalho de casa. Pesquisas diárias, buscas por diferenciais vão sempre somar. Prática e uma boa rotina é fundamental. Quando se faz com amor/paixão tudo é possível.

Agora você possui agenda em diversos países europeus, eventos que dão sold out com frequência e uma adaptação mais consistente ao lifestyle de Portugal. Quais são os próximos passos?

No momento meu foco está de volta às produções, quero conseguir produzir tudo que tenho na minha cabeça e adquirir mais experiência.

Também tenho em mente levar meu selo e projeto ao Brasil mais vezes, vi um potencial nessa última vinda e é algo em que eu já estou trabalhando.

Madson está no Instagram & SoundCloud

Photos: Divulgação

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