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Interviews

Entrevista exclusiva com Jay Lumen sobre seu novo álbum, Voyager

O disco já está em pré-venda no Beatport e chega oficialmente na próxima sexta (15)

  • Marllon Gauche
  • 13 October 2021
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Você viveu uma fase muito boa da música eletrônica e da vida noturna em décadas passadas. Como foi essa experiência? O que mais te marcou na época? Algo que sente falta sobre a cena Techno “old school”?

Acho que é tudo a mesma coisa, old school ou new school. A energia do old school está sempre voltando e renascendo em uma nova forma. É por isso que amo a música eletrônica — está em circulação há mais de 50 anos. Ela tem a capacidade de se reconstruir por conta própria e extrair força de si mesma.

Alguns membros da velha geração dizem "onde está o techno de antigamente?", não acho que devemos dizer isso. Temos muitas produções incríveis agora também. Todos podem tocar o que sentem e o que preferem, então vamos dar liberdade ao som e encontrar o que preferimos tocar. É isso.

Mesmo com um mundo ultra globalização, nem sempre as informações chegam. Como é a cena eletrônica de seu país? O Techno é mais disseminado ou também é uma contra-cultura? Há resistência?

Felizmente, nossa cena é forte. Mas claro que temos diversidade na nossa cena clubber também, assim como em todo lugar do mundo.

A comunidade do techno é forte aqui e nós temos shows sérios, então devo dizer que estamos em uma boa parte do mundo no que diz respeito ao techno. Temos techno melódico, industrial, Detroit e noites pesadas em que você pode escutar todas as facetas do gênero no país.

Li em uma entrevista sua que você mistura bem a carreira de DJ com a vida pessoal, como um lifestyle mesmo. A vida noturna pode ser muito boa e também energeticamente difícil se não levada de maneira profissional. Com tanto tempo de estrada, como você equaliza a vida profissional e pessoal?

Não é um estilo de vida fácil, é claro, mas eu tento administrar meus dias. É muito importante reservar tempo para sua família e amigos, pois você não pode ser egoísta. Além disso, você ficará desequilibrado se for muito introvertido.

Nos dias de semana, fico principalmente no meu estúdio e aos finais de semana em turnês e gigs, mas mantenho o equilíbrio. Eu poderia tocar a cada dois dias, eu acho, mas mesmo que meu primeiro amor e paixão tenham sido a música em si, eu tive que encontrar o equilíbrio. Tive que aprender, mas agora me sinto bem com isso.

Conte-nos um pouco sobre a gravadora, a Footwork. Por que você decidiu iniciar esse projeto e o que costuma buscar desde que iniciou essa empreitada? Como é esse workflow?

Footwork é o meu bebê. Lançamos em vinil e digital, isso é muito importante para mim. Adoro distribuir algo físico, mesmo que nosso mundo esteja se transformando em digital. Atualmente, mantenho o foco nos meus próprios lançamentos, mas tive e terei outros artistas no selo. Dependendo do som, é claro. Também temos noites da gravadora, então estou muito feliz com a Footwork.

Agora você está lançando seu segundo álbum, uma resposta à pandemia, já que foi criado dentro dela. Como foi esse processo? O momento em casa contribuiu para a faceta de produtor?

Eu não diria que é uma resposta, mas sim, tive mais tempo no estúdio por causa desse período da nossa vida. Para ser sincero, meu lado como produtor sempre esteve forte, pois gosto muito de mostrar algo novo para as pessoas com minhas músicas inéditas.

Sempre tenho ideias. Na verdade, eu produzi muitas faixas novas e meu álbum "Voyager" é um grupo seleto delas. Portanto, normalmente reservo tempo para meus dias no estúdio, pois gosto do equilíbrio entre ser DJ e produtor.

E como foi esse processo criativo? Conte-nos um pouco sobre a essência deste novo trabalho.

Bem, o processo criativo durou mais ou menos 9 meses. Não foi uma sessão, é claro. Minha ideia era mostrar as diferentes facetas do gênero techno no álbum. Todo o processo foi uma verdadeira viagem para mim mesmo e o álbum é uma viagem também para as diferentes sonoridades do techno. Foi daí que surgiu o nome "Voyager".

Você tem também um videoclipe oficial para a faixa ‘Water’ que será lançado junto. Não é algo que vemos sempre, mas sinto que o clipe promove um encontro entre o musical e o visual. Você considera importante esse tipo de criação?

Exatamente, não é um formato comum para singles, álbuns, ou outros formatos de lançamentos de techno. Mas eu acredito que um clipe, uma experiência visual, complementa a música.

É assim que a história completa pode ser compreendida. Estou muito orgulhoso do vídeo, principalmente por ser minha estreia como co-diretor.

Com o mundo finalmente dando sinais positivos para a retomada de eventos, como tem sido esse retorno para você? E sobre o futuro? Sei que prevê-lo no mundo de hoje é difícil, mas o que você, com a experiência que tem, sente sobre novas tendências?

Sim, finalmente a vida noturna está crescendo novamente e espero que tudo melhore logo. Eu não gosto muito de fazer previsões, principalmente porque temos um mundo muito confuso ao nosso redor no momento. Mas vejo que a cena do techno tem tantas facetas novas ou reconstruídas, subgêneros que adoro tocar.

Alguns sons da velha escola estão de volta em uma nova forma, incluindo alguns elementos de Detroit. Alguns sons quentes da house music também. É algo dançante em bpm mais alto. Eu adoro. Mas também adoro os sons mais pesados. O melhor é encontrarmos o equilíbrio entre os dois. Como vocês podem ver, eu acredito muito no equilíbrio.

Para fechar, vamos falar dos planos no presente e para o futuro: o que tem rolado e o que vai rolar na carreira a partir de agora? Obrigado!

O primeiro plano e também o mais próximo é o meu álbum Voyager que será lançado dia 15 de outubro. Estou muito animado!

Também estou em turnê, felizmente. Tenho tocado nas últimas semanas na Bulgária, Croácia, Sérvia, Hungria, Turquia e continuarei a turnê na Suíça, Alemanha, Reino Unido e Bélgica.

Tenho planos de fazer minha turnê que foi cancelada nos Estados Unidos o quanto antes, passando por Las Vegas, Miami, Houston, El Paso e mais.

Espero que a situação melhore na América do Sul também, pois mal posso esperar para tocar novamente no Brasil, Peru, Chile, Uruguai, Argentina, Colômbia, Paraguai e todos os países adoráveis por aí. Então, espero vê-los muito em breve nas pistas!

Photos: Divulgação

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