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Interviews

Conversamos com Ruben Karapetyan, um dos principais nomes do Progressive House

Artista compartilha detalhes sobre sua trajetória, nova fase e novidades que prepara para os próximos meses

  • Nicolle Prado
  • 17 December 2023

Com uma relevante carreira de mais de três décadas, não é à toa o título que Ruben Karapetyan carrega como mestre do Progressive House.

O artista iniciou sua trajetória musical no início dos anos 90, tendo se apaixonado pelo movimento rave e desenvolvendo uma sonoridade que passeava pelas linhas do PsyTrance / Progressive Trance, mas não demorou para que os sons progressivos e sombrios o encantasse, revelando uma motivação insaciável de contar histórias, provocar sentimentos e mover os corpos pela pista.

Desta maneira, Ruben construiu um legado frente ao gênero tão influente que continuou a pulsar mesmo durante a sua pausa, de aproximadamente 13 anos, entre 2006 e 2020.

Com o seu retorno aos palcos e estúdios, o artista comprovou seu status de relevância, mostrando que sua história ainda tinha muitos capítulos a serem contados e que sua paixão pela música se mantinha latente. Assim, há três anos, o DJ e produtor tem dado continuidade a sua carreira, exatamente de onde ela parou, do topo dos charts, junto às principais gravadoras e movimentando toda a cena.

Nesta nova fase, artista já coleciona lançamentos por labels como Univack, Transensations Records, Movement Recordings, The Soundgarden, de Nick Warren, MeanWhile e Mango Alley; turnês pelos mais diferentes cantos do globo, passando por relevantes clubes e festivais como Together As One, EDC, Audiotistic; presença no time da Movement Bookings e MA for artists, além da sua atuação em sua própria label a RKP (Ruben Karapetyan Presents).

Com um novo momento se construindo e cheio de novidades a serem compartilhadas, convidamos Ruben Karapetyan para uma entrevista sobre sua longínqua trajetória, nova fase e próximos passos. Confira:

Olá, Ruben! Seja bem-vindo à Mixmag, obrigada pela disponibilidade em conversar conosco. Para começarmos esta entrevista, vamos viajar no tempo, ao início da sua carreira. Como aconteceu o seu encontro com a música eletrônica? O que te trouxe para este universo e o que te mantém nele?

Obrigado pelo convite, Mixmag. Sou um grande fã de suas publicações desde o início dos anos 90 e é uma honra estar aqui! Minha jornada musical começou no início dos anos 90, quando um amigo me convidou para uma "Rave" no meio do nada, em um deserto da Califórnia. É irônico que depois de mais de 30 anos eu ainda me lembre daquela imagem diante dos meus olhos, quando estacionamos o carro e subimos a montanha, o som, as pessoas, as luzes, foi amor à primeira vista.

A princípio, sua sonoridade era mais voltada ao PsyTrance/Progressive Trance, certo? Por que você decidiu migrar para o Progressive House? O que te atraiu nesta sonoridade e o que você enxerga de diferencial nas linhas progressivas?

Sim, comecei a trabalhar como DJ com PsyTrance/Goa Trance com um toque de Progressive. Acho que, com os anos e a experiência, como qualquer DJ/músico, meu som mudou, e os sons profundos e sombrios são o que funcionam para mim, foi uma transição lenta entre 138bpm e 123bpm.

Você já possui uma carreira longa na música eletrônica, tanto como DJ, quanto como produtor. Como você analisa o desenvolvimento da cena com o passar dos anos? O que você acredita que foram mudanças positivas e negativas nesta jornada?

É com muita satisfação que digo que a música eletrônica tomou conta do mundo. Quando eu fazia festas no deserto, tínhamos de 300 a 1.000 pessoas, e isso era um grande público na época.

Agora, há eventos constantes com 70.000 pessoas acontecendo em todo o mundo, e isso é incrível. A pior parte que aconteceu com a música foi a mídia social, não só para a música, mas para as pessoas em geral. Na minha opinião, todas as mídias sociais precisam cair por um ano para que todos possam voltar à realidade!

Agora, em relação a sua carreira, o que mudou no seu perfil criativo? Quais as influências que marcaram o seu início na música eletrônica e quais são elas hoje?

Com relação às influências, sempre foi a mesma coisa. Adoro essa música e nossa comunidade, então não mudou muita coisa nesse aspecto da minha carreira. Quando voltei depois de 13 anos longe da música, foi difícil me adaptar a todas as mudanças pelas quais a música passou.

Com o tempo, aprendi a me ajustar a todos os aspectos desse "novo" negócio e tenho o prazer de dizer que, neste momento, tenho uma equipe enorme trabalhando por trás de Ruben Karapetyan. Com Ava Morgan, minha gerente pessoal, Alex Mango, da MA for artists, gerenciando todos os aspectos da produção, e Movement Bookings, que cuida do gerenciamento das minhas turnês/bookings em todo o mundo.

E, quando falamos sobre esse seu retorno, após quase 13 anos distante da cena eletrônica, o que te motivou a voltar? A gente sabe que você sempre planejou voltar, mas estava nos planos ficar tanto tempo distante ou acabou acontecendo? Como esse hiato foi importante para você como artista?

Parei de trabalhar como DJ e produtor quando meu filho Karo nasceu. Na época, eu era um DJ em turnê constante, então quis mudar minha vida para ficar perto do meu filho enquanto ele crescia. Agora ele tem 17 anos e não acha mais legal sair com o papai, por isso decidi voltar para a coisa que mais gosto na minha vida: a música.

Estando longe por todos esses anos, nunca perdi o contato com a música, estava sempre acompanhando novos artistas e lançamentos. Eu sempre tive um estúdio completo e, de vez em quando, fazia apresentações como DJ para ver se ainda "conseguia".

Então, um dia, durante a COVID, eu estava sentado no estúdio trabalhando em uma faixa e me perguntei como seria se Stan Kolev e Emi Galvan a remixassem. Terminei a faixa e entrei em contato com Stan e Emi para ver se eles estariam interessados em remixar a faixa, mas eu não tinha intenção de lançar o original ou os remixes, era para ser para mim mesmo.

Para encurtar a história, depois que os remixes foram feitos, pediram que eu entrasse em contato com um dos meus amigos mais próximos, Tash, da Movement Recordings, e ele assinou tanto o original quanto os remixes. A faixa era "Gignesthai" e chegou ao Top 10 das paradas progressivas do Beatport e o resto, como dizem, é história.

Você voltou incansável, com muitos lançamentos e planos na manga. Quais foram as principais conquistas dessa nova fase? Qual é o teu foco neste momento?

Com esse novo começo, voltei à música com mais paixão e determinação para ter sucesso. É justo dizer que superei minhas próprias expectativas. No que diz respeito às minhas conquistas, os resultados falam por si.

Meu foco agora é menos a produção e mais as turnês de DJs. Com isso em mente, tenho o prazer de dizer que acabei de terminar uma turnê em 5 países com 6 shows em 3 semanas.

Ruben, a gente sabe que você tem uma grande apreciação pela discotecagem e pela produção. Mas, tem algo que vem primeiro: o seu lado DJ ou o seu lado produtor? Como você caracteriza essas duas facetas?

Essa é uma pergunta difícil de responder. Comecei como DJ primeiro e me tornei produtor depois. Se eu tivesse que escolher um deles neste momento, teria que ser o de DJ. Há um sentimento inexplicável quando me conecto com o público ao vivo.

Fico muito satisfeito ao ver o público curtindo o que eu criei com a música que toco. Acho que podemos dizer que é um pacote completo, pois aproveito o melhor dos dois mundos, sendo DJ e produtor.

Por falar em faceta, você também tem a sua atuação frente a label RKP. Como tem ido a label? Ficamos sabendo que Hernan Cattaneo acaba de se juntar ao time, certo? Como aconteceu essa parceria e em qual momento o selo se encontra?

Sim, sou o A&R da "Ruben Karapetyan Presents" ou, resumidamente, RKP. A ideia por trás da gravadora era lançar muitas músicas excelentes que estavam sendo enviadas para mim como promoções não assinadas e, felizmente, nos últimos 3 meses e com apenas 4 lançamentos, a gravadora está em 15º lugar nas paradas do Progressive House Hype.

Agora, antes de falar sobre a entrada de Hernan na RKP, devo dizer que Hernan é uma das pessoas que admiro e respeito, não apenas como DJ ou produtor, mas como uma das pessoas mais gentis que já conheci nesse setor.

Quanto a entrar para o RKP, eu tinha uma faixa criada por um produtor muito jovem e talentoso, Maze 28, e estava procurando um grande nome para remixar e ajudar a levar o lançamento ao topo.

Quem melhor do que a própria lenda viva para um remix? Sim, o Maestro. Quero aproveitar esta oportunidade e agradecer ao Hernan por seu apoio e amizade constantes!

E, não é só a label que tem novidades, depois da Movement Bookings, você também entrou para a MA. for Artist. Como tem sido essa parceria?

Alex Mango, o chefe da gravadora Mango Alley, é um dos meus amigos mais próximos fora do mundo da música e tem me apoiado nos bons e maus momentos desde meu primeiro lançamento com a Mango Alley, "Evening in Yerevan".

Cerca de um ano antes de iniciar o MA for artists, ele já estava gerenciando todos os aspectos do "Ruben Karapetyan", desde a publicidade até entrevistas, remixes e produções, e ele é uma das poucas pessoas cuja opinião sempre é levada em consideração.

Quando o MA for artists se tornou formal, eu já estava nele! Quero agradecer ao Alex por sua amizade e seu profissionalismo, e espero tê-lo sempre envolvido na construção da marca Ruben Karapetyan.

Para finalizarmos, quais são seus próximos passos? Alguma novidade ou spoiler que você já pode nos adiantar? Obrigada pelo papo!

Eu tenho muitos lançamentos futuros, uma faixa original com um dos meus bons amigos Kenan Savrun na Univack Records, seguida por uma faixa original chamada the Truth na Transensations Records, um novo original com Maze 28 na Mango Alley, um remix na gravadora JEE de Jerome Isma-Ae, que será lançado em 2024.

No lado dos DJs, estamos nos preparando para uma segunda turnê mundial. Alguns dos países onde tocarei incluem Sri Lanka, Paquistão, Armênia, Índia, América do Sul e Canadá.

Siga Ruben Karapetyan no Instagram.

Photos: Divulgação

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