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8 artistas contam como contornaram os problemas na Pandemia e como isso influenciou em suas carreiras

Histórias inspiradoras de artistas que driblaram as adversidades e seguiram em frente

  • Catherine Dias
  • 11 April 2022
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5 DJ Julio Torres

DJ Júlio Torres

São Paulo / Zona Oeste

43 anos

Sou o DJ e produtor Júlio Torres e logo no início da pandemia eu fui demitido de uma empresa de telecomunicações e estava na minha última parcela do seguro desemprego, as festas já estavam com uma baixa procura por causa do Covid 19.

Fiquei pensando o que eu faria para ganhar dinheiro e sustentar minha família, com meus equipamentos todos ali guardados, um grande investimento sem retorno naquela situação em que me encontrava.

A primeira coisa que veio a mente foi vender tudo, mas por outro lado, amo a minha profissão de DJ, amo tocar e produzir minhas músicas, sabia que se eu vendesse dificilmente compraria tudo novamente.

Foi então que tive a idéia de montar uma pequena adega na minha garagem, todos falavam que eu estava louco, para quem eu iria vender na pandemia? E a proibição do funcionamento dos comércios?

Mesmo com todos esses obstáculos eu segui em frente, decorei o ambiente usando minhas estruturas e iluminação transformei a garagem em uma verdadeira balada. Aquilo chamou muita atenção.

As pessoas vinham a todo momento comprar bebidas, e por conta do proibição, abria apenas o portão pequeno por onde eu realizava as vendas, e mesmo quando estava fechado as pessoas tocavam a campainha para comprar.

Enquanto vendia bebidas, me sentia numa verdadeira balada, com toda aquela iluminação ligada, vídeo clips passando na TV, as vezes tocava nas horas vagas lá mesmo para que todos me vissem.

Me tornei mais conhecido ainda onde eu moro, hoje todos me conhecem por aqui, continuo vendendo bebidas e hoje essa pequena adega se tornou minha principal fonte de renda.

Com esse pequeno negócio pago minhas contas, me sustento e consegui minha independência financeira.

Isso possibilitou a continuação de tentar realizar meu sonho que é ser um DJ e produtor famoso.

Eu ví muitos colegas venderem seus equipamentos e desistirem de seus sonhos. Graças à Deus que me abriu portas em tempos mais que difíceis.

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6 Johnny Bolzan

Johnny Bolzan

São Paulo - SP

33 Anos

Com a pandemia e o lockdown eu mudei totalmente a minha forma de me enxergar como um artista.

Antes eu estava sempre na rua, sempre tocando e lançava músicas de forma bem mais espaçada entre uma e outra, sempre sem muito planejamento.

Quando me vi trancado em casa, resolvi focar em outras áreas importantes para o meu crescimento artístico e descobri que não seria só fazendo música sozinho.

Foi ai que eu comecei a estudar design, marketing, gestão de carreira artística e diversas outras áreas que eu sempre postergava, isso tudo sempre produzindo novas musicas e me perguntando "qual gênero de música eletrônica que eu tenho que fazer? Será que eu preciso focar em somente uma coisa?"

Aí veio o insight: "Eu sou um artista da Música Eletrônica".

A partir desse momento eu me encontrei como criador de conteúdo musical, perdi a vergonha na hora de mostrar minha cara, explicar meus processos, mostrar meus mashups e ser autentico.

Então coisas incríveis aconteceram, meu canal do Tik Tok explodiu, diversos artistas que eu sou fã como Fatboy Slim notaram o meu trabalho e isso expandiu para todos meus outros canais e redes de conteúdo.

Pra mim, a pandemia acabou sendo um treino intenso pra voltar pra rua com o possível término do COVID-19, colocar o time em campo e mostrar pra cena porque que eu estou ai!

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7 AudioClass

AudioClass: projeto formado por Pedro Henrique e Leo Pignata

Confesso que nunca imaginamos que íamos atravessar um período como esse em nossas vidas. Difícil dizer que podemos ''tirar algo de bom'' de tudo isso.

Mas foi nesse período que demos um salto muito grande em nossas músicas. Um salto em qualidade e identidade sonora. Foi um período de muito cuidado e estudo.

Produzimos mais de 10 faixas nesse período, algumas delas foram lançadas pelas gravadoras Playtech e Alphabeat Records, nos trazendo bons resultados.

A pandemia nos deu um "tempo" que não tínhamos, e aproveitamos esse tempo para trabalhar muito e isso mudou as coisas para o AudioClass.

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8 Deeft

A pandemia foi complicado pra todo mundo, alguns chorando e alguns vendendo lenços (jogada de mestre).

E eu ao invés de ficar chorando, resolvi pensar em alguma solução e então percebi que as pessoas estavam consumindo muito mais música nas plataformas de streaming e vendas do beatport também.

Resolvi abrir uma gravadora (a Blaah! Records) e apostei que isso poderia me dar um retorno.

Em um ano de existência, a gravadora entrou no TOP #100 das gravadoras de tech house do mundo e isso me deu muito gás e força para produzir boas músicas e apostar que por mais que não tenha eventos podemos abranger nosso público e obter um retorno através de streaming.

Consegui reverter resultados de bons lançamentos em mais artistas iniciantes como fã e pude vender muitos cursos com isso e consegui ate construir um novo estúdio. Tudo isso com essa pandemia rolando.

Acredito que pra tudo tem uma solução e ao invés de chorar e reclamar, devemos procurar como tirar proveito daquilo porque tem como tirar proveito sim, é só planejar, focar e trabalhar duro.

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Photos: Divulgação

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