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12 DJs & Producers respondem: Como a Pandemia impactou sua carreira na Música Eletrônica?

Depoimentos de artistas sobre o que anda rolando de verdade

  • Mixmag Team
  • 9 November 2020

A Pandemia caiu como uma bomba no planeta. E no meio artístico, mais especificamente na indústria da música eletrônica, até hoje o mercado está sofrendo.

Mas enquanto muita gente deixou o sonho morrer e sucumbiu com as dificuldades, muitos outros usaram esses mesmos obstáculos para evoluir mais ainda!

Através de nossa lista, convidamos artistas para contar como a Pandemia impactou suas carreiras na música eletrônica. Dessa vez, selecionamos 12 nomes:

1 Tizzøt

A pandemia no começo, me desmotivou bastante, estive muito focado em produção musical no final do ano passado, porém estava sem muitas datas e com o início do ano, vieram muitas confirmações de gigs, o que me deixou bem animado.

Porém em março veio a quarentena e acabou fazendo com que tais datas fossem canceladas.

No início fiquei bem pra baixo, desanimado, fui deixando um pouco de lado a produção, mas parei pra pensar que esse era o momento pra me dedicar mais ainda e aproveitar esse tempo para construir e produzir muito material.

Desde então, tive 3 lançamentos que impactaram bastante e até o final do ano tenho mais um bom lançamento, que já teve suporte de artistas mundialmente conhecidos como D.A.V.E. the Drummer.

Portanto o que era pra diminuir minha vontade de continuar a vida de músico, me trouxe mais ânimo e vontade de alcançar meus objetivos!

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2 MALTA

Esse tempo de Pandemia serviu de muito aprendizado, no começo de minha carreira eu fui fortemente influenciado pelo House e Deep House, pouco antes da Pandemia eu já imaginava algumas festas que poderiam trazer de volta o Deep House.

Durante o período de quarentena tentei prever quais seriam as próximas tendências da música eletrônica mundial, foi aí que eu descobri o gênero Minimal Deep Tech.

A descoberta desse gênero trouxe de volta para mim a essência do Deep House, mas com as características dançantes do Tech House.

Passei a ouvir mais do gênero e até produzi algumas tracks nessa linha de som, migrando um pouco meu som do Tech House para o Deep Tech.

Hoje na cidade onde vivo (Goiânia) começaram a voltar algumas gigs, porém bem diferente de como era antes, as gigs até então são em bares com um público reduzido e a maioria das pessoas sentadas, esse novo normal exigiu um som que combinasse mais com o ambiente, foi aí que pude trazer de volta o Deep House mesclando com o Minimal Deep Tech e também o Tech House.

Esse processo serviu de grande experiência para mim, fazendo com que eu me atente mais para as possíveis novas tendências da música eletrônica.

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3 Fell Reis

Bem, para mim está sendo um momento de grandes mudanças pessoais e profissionais.

Logo no início da Pandemia, deixei de escutar todo tipo de músicas e foquei somente no meu som.

Fiquei trancado sozinho em Londres por 3 meses e consegui utilizar esse tempo para compor meu primeiro album e também alguns EPs que tinha como compromisso finalizar.

Depois, me dediquei muito a novas esferas da música, como composição para filmes.

Agora estou desenvolvendo meu projeto audio visual para o futuro lançamento do meu album.

Não tem sido fácil manter a cabeça equilibrada e com perspectiva.

Mas não podemos desistir.

O mundo necessita de música e não deixarei de lado o que vim fazer nesse planeta.

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4 Double Drop

O projeto Double Drop nasceu há 5 anos em Moçambique minha terra natal.

Experimentei géneros como Nu disco, Deep House, Bass House, Tech House e Techno.

Depois de um retiro de cerca de um ano em uma zona rural no ano de 2018, senti a necessidade de expressar a minha música de um jeito diferente, e fui sentindo que a minha criação musical se alterou em termos de abordagem musical, e decidi também ocultar a minha face pois acho que o que importa na não é o meu rosto, mas sim minha arte, a minha musica é a minha face, vivemos num mundo de julgamentos então se for para me julgar prefiro ser julgado pela música.

Este ano decidi voltar a lançar as minhas músicas, e automaticamente voltar as performances, contudo antes que tudo isso acontecesse veio a pandemia e as medidas. Foi um soco!

Mas a produção musical não pára!

A nova abordagem musical que trago enraizada no Afro-Tech ou Afro-House permitiu que a minha projeção no que toca ao Afro House Mundial fosse muito mais rápida do que eu esperava, tudo por conta do tempo que tive de sobra para criar novas faixas, muitas delas entrando nos charts do Beatport e Traxsource, atingindo mesmo o pico quando assinei um EP naquela que é considerada a melhor gravadora do gênero, a MoBlack.

Aquele que parecia ser o ano do fim, na verdade era um novo início para mim, no retiro de um ano que fiz decidi que iria abrir a minha gravadora mas sem data ainda, contudo o lockdown que tivemos aqui em Moçambique permitiu que esse plano fosse antecipado, no dia 31 de Julho foi lançada a primeira obra da minha gravadora Xibalo.

A Xibalo tem como objetivo projetar os artistas Moçambicanos que se expressam de maneira única, mostrando que em Moçambique existe potencial no que toca a produção de música eletrónica focada em ritmos africanos dançantes.

Senti que estou em uma posição de poder puxar os novos DJs e produtores para que eles cheguem mais rápido onde cheguei ou ultrapassem, os dois últimos releases da nossa gravadora estiveram no chart do Top100 Afro-House releases simultaneamente, o que nos motiva a continuar com esta causa.

Várias apresentações que tinha já agendadas foram canceladas, mas tenho continuado na estrada, a caminho do meu décimo primeiro release este ano, sinto que o ano tem sido positivo, depois de ter uma música minha remixada pelo grande duo Sparrow & Barbossa que sairá em breve, e receber um suporte do Meduza na minha Música Until We Love Again feat. 808DNA assinado na gravadora MY OTHER SIDE OF THE MOON este é o restart que sonhava.

Por aqui as coisas estão muito difíceis, vocês podem procurar no Google, estamos vivendo a insurgência do terrorismo no norte e uma guerra interna no centro, sem contar com o abismo da nossa economia por conta do escândalo das dívidas ocultas, o mundo fecha os olhos para esse tipo de problemas porque hoje o nosso pais esta na 13° posição na lista das maiores reservas de gás natural do mundo, então já da para imaginar o impacto da situação global que a pandemia impos ao mundo em Moçambique.

Ainda assim acredito que neste momento a cena dos eventos como quase todos os ambientes do mundo estão sofrendo muito, mas sabemos que o tempo é o melhor remédio, vamos nos adaptar.

Também será bom porque todos os países vão começar a consumir mais artistas locais na primeira fase, no nosso caso em particular, temos artistas moçambicanos que fazem muito sucesso fora do país, mas não são muito procurados no seu país.

A maior preocupação é divulgar os artistas moçambicanos, não falta muito para chegarmos aonde queremos, o mundo está pronto para Moçambique!

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5 Nicholas Gandra

Olá galera, meu nome é Nicholas Gandra, sou DJ e produtor de Progressive Trance e Hard Music, atualmente tenho 2 projetos pelos quais sou extremamente apaixonado, o Brutal'OM (Hard Music) e NProg (Progressive).

A Pandemia afetou meus projetos negativamente e positivamente. E por incrível que pareça, acho que afetou mais positivamente.

Minha trajetória na cena começou há cerca de três anos, então do ano passado prá cá foi quando meus projetos começaram a ter mais visibilidade e mais oportunidades.

Graças a Deus meus projetos estão agenciados, o que ajudou muito durante a Pandemia, pois o suporte que as agências me deram foi algo totalmente único, algo que sempre serei grato.

A parte ruim foi os eventos pararem, pois foi como uma rasteira, quando eu estava chegando perto de algo que seria o começo do "estouro", o "Auge", vamos assim dizer, eu não tinha mais onde tocar e nem aonde expor o meu trabalho da forma que mais gosto, que é o contato com o público.

Porém tivemos muitas lives, até de alcance internacional junto com a HardfamilyBR, o que de certa forma fez com que eu e outros continuassem firmes nesse caminho.

Vi muitos desistirem da música por causa dessa situação. O cenário artístico em geral
sofreu muito com tudo isso.

A forma positiva como a Pandemia me afetou foi na questão de tempo para me dedicar e estudar mais para que meus projetos caminhassem de outras formas.

Hoje, em um período em que as coisas estão voltando ao normal pouco a pouco, vejo que
o ano de 2020 está sendo um ano para nos fortalecermos, pessoal, profissional e espiritualmente.

Sairemos deste ano mais fortes, com novos objetivos e novos olhos, as portas que estão se abrindo agora para mim no ramo, me mostraram que nada está perdido, basta levantar a cabeça e seguir em frente.

Só tenho a agradecer a Deus, meus familiares e amigos por estarem do meu lado e a todos que acompanham meus projetos, GRATIDÃO de Verdade.

Tem uma frase que eu sempre digo e que me mantém firme: "Não pare até se orgulhar".

Gostaria de aproveitar essa oportunidade para agradecer à Núcleo Bookings, Taipan Records, Atmosfera Hard e a HardfamilyBR pelo apoio durante esses tempos difíceis.

Não desistam dos seus sonhos, não importa o quão impossível eles possam parecer, a vida sempre vai sorrir de volta pra quem sorrir pra ela.

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