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Entrevista: Uone fala sobre seu segundo álbum de estúdio, The Lone Wranglers

Confira detalhes deste álbum repleto de referências, produzido em parceria com Nick West aka Western

  • Marllon Gauche
  • 6 November 2020

Fazer a audição de um álbum é como comprar uma passagem de avião para um destino que você tanto esperava conhecer; a viagem, na maioria das vezes, é repleta de belíssimas paisagens, momentos inesperados e sentimentos confortantes… você quer aproveitar cada segundo.

Esta é uma experiência parecida com a que você pode ter ao fechar os olhos e ouvir cada segundo de “The Lone Wranglers”, o segundo álbum de estúdio do DJ e produtor australiano Uone, que escreveu e produziu 10 faixas ao lado de seu melhor amigo, Nick West aka Western, durante os últimos dois anos.

Ao longo da história orquestrada pelos artistas, você esbarra com diversas referências, o pulp fiction dos filmes de Quentin Tarantino; o drama das partituras de Ennio Morricone; a psicodelia de The Doors e Pink Floyd, além de um aceno para o estilo Westerns Spaghetti, um subgênero de filmes de faroeste americano, atmosfera muito presente do início ao fim do disco.

Você pode embarcar nesta viagem dando o play logo abaixo enquanto confere mais detalhes deste incrível lançamento de Uone & Western, entrevista exclusiva para a Mixmag:

Mixmag: Uone, que trabalho incrível, parabéns por este lançamento! Vamos começar lá de trás… em que momento você decidiu que começaria a arquitetar este álbum? Desde o início você já pensou em ter Western ao seu lado?

Uone: Eu e Nick West começamos a produzir música há 4 anos. Após uma série de lançamentos de sucesso na Sol Selectas, Katermukke, Beat & Path, decidimos lançar um álbum conceitual combinando nosso amor por cinema (spaghetti westerns), instrumentos, cultura psicodélica e deep tribal house.

Western é meu melhor amigo, somos do signo virgem e nascemos com um dia de diferença. Sempre sonhamos em fazer isso juntos e não poderíamos estar mais felizes pelo resultado.

O disco nos pareceu equilibrar muito bem aquele estilo de música para se ouvir em casa ou viajando, mas também tem faixas voltadas para o dance floor. Essa reflexão existiu durante o andamento e a produção das faixas?

O álbum foi projetado para levar o ouvinte a uma jornada cinematográfica, combinando a vibe ocidental do interior com um toque eletrônico moderno.

Para ser sincero, nós fizemos jams por mais de um ano e depois, quando começamos a juntar as peças, conseguimos construir a história de The Lone Wranglers.

Outro ponto alto deste trabalho são os elementos orgânicos em total harmonia com os sons sintéticos e digitais… essa união e encaixe de diferentes elementos deve ter sido um desafio prazeroso pra você, certo?

Foi uma experiência maravilhosa explorar todos os elementos, como você disse, do orgânico ao digital.

Trabalhamos com alguns artistas incríveis para chegar nos sons, por exemplo, Peter Northcote, um guitarrista de Sydney, além do compositor e cantor Briony Taylor-Brooks, que fez os vocais de Kaos Of Time.

Ter a oportunidade de trabalhar gravando esses artistas dá vida à música e traz uma sensação orgânica que você não consegue criar trabalhando apenas dentro do software do computador.

Usar diferentes efeitos e equipamento vintage traz um som especial e acho que você consegue perceber bem isso.

Ok, vamos para as referências: no release vocês citam Tarantino, Morricone, The Doors, Pink Floyd… o que veio de você e o que Western trouxe de fora? É possível fazer essa distinção?

Todas as faixas são escritas juntas, essa é a mágica especial que você faz ao trabalhar com seu melhor amigo no estúdio. É difícil dizer quem trouxe o que em que momentos. Posso dizer que eu e Western somos grandes fãs de filmes e principalmente trilha sonora do cinema.

A trilha sonora de um filme desempenha um grande papel na experiência do público. Desde a criação deste álbum decidimos que queríamos incluir o nosso amor pelo cinema. Tarantino é nosso diretor e escritor favorito. Ennio Morricone é o nosso compositor favorito, ele era famoso por ‘spaghetti western’.

Ennio morreu em agosto de 2020, foi possivelmente um dos melhores músicos da nossa vida. Depois de ouvir o álbum, eu acho que é possível perceber os sons típicos de The Doors e Pink Floyd por toda parte.

Durante a produção do disco você acabou descobrindo ‘outros lados’ de Uone? Ou o que ouvimos é um reflexo da personalidade que você já conhecia?

Definitivamente cresci e aprendi muito no processo de criação do álbum. Normalmente faço faixas para a pista de dança, então foi revigorante fazer novos sons, trazer influências da minha vida e novas paisagens sonoras. Esse álbum é uma jornada musical e projetado para ser ouvido do começo ao fim.

E qual foi o seu principal objetivo na produção e lançamento deste álbum? Que mensagem ele deve passar ou que emoções/sensações deveria transmitir?

The Lone Wranglers incorpora uma mensagem muito importante: você deve escolher sempre a compaixão e o perdão em vez da vingança, a música tem o poder de cura, e a cerimônia é uma ferramenta para o perdão.

Qual é a maior diferença entre seu álbum de estreia e o novo?

Meu álbum Balance em 2018 foi uma compilação mista mostrando minhas habilidades como DJ e produtor ao mesmo tempo. The Lone Wranglers é um álbum conceitual focado em levar o ouvinte a uma jornada cinematográfica, psicodélica e ocidental ao deep house.

O que se passa na sua cabeça após o lançamento? Você já tem novos planos ou o momento é mais de orgulho e contemplação? Onde você irá canalizar toda a energia acumulado durante esses tempos pandêmicos?

Vou tirar um tempo para descansar e aproveitar o tempo livre de turnês com menos estresse e mais foco na família. Mas a verdade é que sou workaholic e não consigo relaxar muito. Estou muito ocupado com nossa gravadora Beat & Path.

Temos lançamentos mensais pela frente, mas a próxima fase de lançamentos meus/Western será um álbum de remixes de The Lone Wranglers em fevereiro. Vamos apresentar muitos artistas como D-Nox & Beckers, Desert Dwellers, Out of Sorts, Mojo Filter, Moontide, Sanol e Thommie G.

Por fim, que tal um recado para os fãs do Brasil que acompanham seu trabalho? Obrigado!

Obrigado pelo seu apoio e por ouvir as músicas. Espero muito vir ao Brasil o quanto antes.

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