Para ouvir, ver e sentir: Marsellie entrega emoção em diferentes plataformas com "11:11"
Duo formado por Júlio Torres e Sarria trabalhou com músicos, cineastas e artistas plásticos para entregar narrativa e conceito em seu primeiro studio album
Fundado em 2022 pelo veterano DJ/produtor Júlio Torres (Manimal) e pelo cantor-compositor da nova geração de talentos nacionais, Pedro Sarria, o Marsellie passou o seu primeiro ano mostrando a que vinha: gigs com sets híbridos, shows e singles nos introduziram a um projeto muito bem estruturado e amarrado conceitualmente, que sabe bem o que quer.
Isso foi elevado exponencialmente a partir do lançamento do seu primeiro álbum, "11:11". Mesclando suas influências dentro de vertentes da house music, do pop e do indie dance, e unindo elementos melódicos com ritmos envolventes, o trabalho chegou no final de agosto, via Simply Different, como o ponto máximo - até então, é claro - dessa trajetória.
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"Vivemos um processo distinto na construção de cada música. 'Who Cares' foi a primeira que trabalhamos juntos, mesmo antes do Marsellie existir. Foi uma colaboração entre nós, e foi essa música que nos uniu e nos fez idealizar o projeto que existe hoje", comentou o duo.
Com colaborações de músicos parceiros da dupla ao redor do país - os produtores Brian Ortega, Matheus Pinheiro e Pedro Chaves, e a violinista Fernanda Kostchak - o LP traz 11 faixas que reúnem o "crème de la crème" do que Júlio e Sarria têm trabalhado em conjunto desde a pandemia. Mas não somente.
Através de narrativas complementadas por outras manifestações artísticas, a obra engloba ficção científica, viagem no tempo, distopia futurista e numerologia. Essencialmente, "11:11" faz alusão a um portal interdimensional que é capaz de nos transportar para qualquer lugar no espaço-tempo. Esta é a maneira como eles enxergam a sua arte.
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Isso fica claro na trilogia de clipes assinada por Mess Santos (conceituado diretor de cinema mineiro, que já trabalhou com nomes como Alok, Anitta, Dennis DJ, Felguk, Gabriel o Pensador e Jota Quest), bem como na capa encomendada ao também mineiro André DaLata - uma verdadeira obra de arte.
"A gente sempre quis que o Marsellie fosse reconhecido como um projeto que atua em várias esferas artísticas. Cada faixa do nosso álbum está entrelaçada com a história do clipe e os detalhes da capa. A cidade pintada dentro do olho na arte do André DaLata é a mesma que aparece no início do vídeo de 'Now Or Never', por exemplo", contou Sarria.
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Os vídeos para "Now Or Never" e "Dream" (capítulos 1 e 2) apresentam os protagonistas da trama (Duda Gouveia e João Hercullano), que se encontram em locais e épocas do tempo diferentes - embora ambos estejam em dois cenários pós-apocalípticos, gravados na Califórnia: o Deserto de Mojave e a "cidade fantasma" de Bombay Beach, badalado ponto turístico dos anos 50 e 60 que acabou abandonado depois de inundações provocadas pela elevação dos níveis da água.
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Ao som de "Make Me Better", o derradeiro capítulo chegou no último dia 24, amarrando todas as pontas que estavam soltas e trazendo o desfecho de uma bela narrativa, que, ao final das contas, fala essencialmente sobre amor.
Sobre o Marsellie
Nascido oficialmente no palco Nomad do Festival Surreal, em abril de 2022, o Marsellie mistura estilos que vão do deep house ao house melódico.
Bebendo de fontes como Jan Blomqvist, Bob Moses, os trios WhoMadeWho e RÜFÜS DU SOL e os lendários grupos Talking Heads e LCD Soundsystem, a dupla nasceu com o propósito de encontrar uma sonoridade diferente de tudo que já havia sido feito por seus membros até então.
O seu nome combina as palavras "MARS" e "ELLIE", representando Marte e "raio de sol", respectivamente.
A crença antiga sugere que quando a luz solar atravessa nuvens, um portal se abre, permitindo o teletransporte no tempo-espaço.
O duo acredita que a música compartilha esse poder, atuando como um portal para resgatar memórias e lugares marcantes.
A proposta do Marsellie é criar uma experiência audiovisual que permita ao público viajar para suas lembranças mais preciosas, baseando toda a narrativa nessa conexão entre música, portal e memórias.
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Photos: Fernando Sigma