Monolink lança álbum The Beauty Of It All, um novo capítulo de sua jornada musical
Em seu terceiro disco, o artista alemão combina folk e eletrônica com sensibilidade e impacto emocional

Monolink abre seu terceiro álbum com uma confiança silenciosa que conquista no detalhe. “The Beauty Of It All”, lançado pela Embassy One, é menos sobre grandiosidade e mais sobre presença.
São dez faixas que respiram espaço, textura e intenção, guiadas por um vocal que prefere a honestidade à performance e por arranjos que privilegiam a sensação de proximidade. É o tipo de disco que não chama atenção aos gritos. Ele se aproxima, te envolve e fica.
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A viagem começa em terreno delicado com “Call of the Void”, quadro de perda e aceitação pintado com synths amplos e um canto sem pressa.
Em “Perfect World”, coescrita com Severin Kantereit, a batida quebrada e a percussão levemente glitch espelham o distanciamento do cotidiano urbano, como um zoom lento que revela a cidade acordando.
“Powerful Play” reconecta Monolink às raízes híbridas, onde o violão abraça a eletrônica rítmica e transforma lembranças de rua e clube em linguagem própria.

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Quando o álbum aprofunda, ele abre brechas para o risco. “Avalanche”, gestada entre os Alpes suíços e um jam com Toby Siebert, cresce na paciência dos timbres vintage e no turbilhão emocional contido.
“In My Place” chega em take único e não tenta polir as arestas. É justamente nas pequenas imperfeições que a faixa ganha vida. “Mesmerized” se instala como destaque, com pulsos de bateria analógica que sustentam texturas hipnóticas, melodias em espiral e um topline de mão cheia.
A paleta se expande de novo em “Promised Land”, inspirada em experimentações livres que evocam o espírito viajante do Pink Floyd.
Tudo se desdobra devagar, com camadas de percussão tocada à mão e acordes espaçosos que pedem estrada e madrugada.
Na sequência, “Beacon” pousa com esperança discreta, escrita ao piano e ancorada em um senso de folk que ilumina a sala sem ofuscar. “Phoenix” renasce de uma fagulha antiga resgatada em Portugal e refeita no analógico.
O fechamento, “Once I Understood”, começa como balada beatleana e termina Monolink por inteiro, entre canção de ninar e reflexão existencial.

Em termos de trajetória, “The Beauty Of It All” soa como destilação. Se “Amniotic” apresentou o encontro orgânico-eletrônico e “Under Darkening Skies” ampliou o escopo com tintas mais cinematográficas, aqui a busca é pela ressonância íntima.
Há menos preocupação com escala e mais com impacto emocional. O resultado é um álbum que reafirma por que Steffen Linck ocupa um lugar raro entre a pista e o palco. É música para quem quer sentir a batida no peito e a história por trás de cada nota.
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Monolink - The Beauty Of It All (Album) is out now via Embassy One on vinyl, CD and digital formats. Get it here!
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Imagens: HoneyStills