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Nome importante da house music brasileira, Camila Jun se destaca internacionalmente

Depois de Ibiza, artista se prepara para Tomorrowland Brasil, Music On e Lollapalooza

  • Victor Flosi
  • 16 September 2025

De Brasília para o mundo, Camila Jun tornou-se um dos nomes atuais mais quentes da cena eletrônica. A DJ e produtora vibra a cultura da house music em sua performance de palco e entrega sets com uma curadoria musical refinada.

Se no passado ela já tocou em países como Croácia, Portugal, México, Estados Unidos e em festivais como Primavera Sound, Universo Paralello, Réveillon Carneiros, Sounds of Quartzo e Boma, no presente ela tem estreia marcada no Mainstage do Tomorrowland Brasil e no Music On Brasil e Amsterdam Dance Event - já tendo tocado na edição de Ibiza. Já o futuro promete com seu debut no Lollapalooza Brasil.

Não à toa, ela é dona de uma das labels mais hypadas do house nacional, a Tônica, que celebra 7 anos em 2025. Além disso, só neste ano já tocou na Espanha, México, França e Indonésia, e lançou em gravadoras renomadas como Toolroom, The Cross e Nervous.

Camila Jun vem ajudando a fortalecer a imagem do Brasil como um dos países com cena forte de música eletrônica, carregada de DJs e produtores talentosos e com sonoridade potencial para ganhar o mundo.

Conversamos com a DJ e produtora sobre carreira e momento atual. Leia:

Q+A: Camila Jun

Sua dedicação a house music é inspiradora. Sua relação com essa sonoridade surgiu quando? E por que resolveu adotá-la tão fielmente?

Essa relação e paixão com a House Music começou desde muito nova.

Na minha adolescência, por volta dos 15 anos, eu descobri a música eletrônica e comecei a frequentar festas e festivais da cena e a entender mais a fundo essa cultura.

Nesse período, ouvi e experimentei muita coisa, mas posso dizer que foram experiências antes disso que me levaram à minha intensa conexão com o House.

Nasci em uma família apaixonada por música e cresci ouvindo jazz, soul, música brasileira e, principalmente, muita Disco Music. A gente sabe que o House não veio diretamente da Disco, mas é latente a conexão entre os dois gêneros.

Então, tudo o que eu escutava desde criança funcionou como um fio condutor para me identificar prontamente com House, e quando eu conheci a música eletrônica, a conexão com o gênero foi instantânea.

Já completamente apaixonada pelo som em si, fui saber mais sobre o surgimento do gênero e foi potente descobrir o porquê a House Music nasce, da onde ela veio e quem eram os representantes na época. A partir disso - e muito antes de começar a tocar como DJ -, a House Music virou minha paixão e minha bandeira.

Não há dúvidas de que você é uma das grandes representantes da house music no Brasil. E a habilidade em curadoria musical que você demonstra nos seus sets com certeza é um dos destaques da sua personalidade. Como rola esse processo no dia a dia com pesquisa?

Pesquisar música é um dos grandes prazeres que tenho na vida.

Antes mesmo de ser DJ, eu sempre fui a amiga que trazia tracks novas para o grupo, apresentava produtores, gravava CDs e fazia playlists para os nossos encontros.

Eu acordo e durmo ouvindo música. Então, esse hábito que antes era muito natural, passa a ser ponto chave dentro da minha profissão.

Para mim, ser uma artista completa - tanto como DJ, quanto produtora, definitivamente, passa por dedicar tempo em ouvir música, pesquisar, experimentar e sair do óbvio.

Sua trajetória como DJ começou antes de ser produtora musical. Em que momento você sentiu a necessidade de começar a lançar suas próprias músicas?

Eu comecei a tocar porque sempre fui apaixonada pela cultura da discotecagem, pela música eletrônica e pelo o que um bom deejay é capaz de fazer.

Talvez pelo fato de sempre ter sido uma pessoa muito do front, da pista de dança e da pesquisa musical, tocar foi mais forte que produzir para mim, no início.

A vontade de começar a produzir veio de algumas frentes: encarar novos desafios na carreira, conseguir expressar mais fielmente o que amo tocar e ser uma artista mais completa.

Eu busco sempre evoluir e entregar coisas novas. E essa vontade e necessidade de produzir minhas próprias músicas foi acontecendo à medida que fui crescendo na carreira como DJ.

Falando das tracks, você tem lançado em grandes labels, como Toolroom (Mark Knight e Stuart Knight), The Cross (James Hype) e Nervous (Sam Weiss e Mark Weiss). Como se sente ao conseguir fazer parte de gravadoras tão renomadas e tendo suporte de grandes nomes?

É realmente muito legal e significativo fazer parte de labels que sempre admirei e acompanhei, muito antes de ser produtora. Labels essas que construíram muito para a House Music no mundo e são super respeitadas até hoje.

Acho legal dizer que todas as tentativas, contato e fluxo com essas gravadoras foram feitas de forma independente, por mim mesma, na cara e na coragem! E digo isso para compartilhar o pensamento de que acreditar no que você faz e não ter medo de tentar - ainda que você não tenha muitos recursos, pode dar certo.

Ver as minhas faixas ganhando o mundo através de grandes suportes é realmente muito legal. Ver artistas de peso da atualidade como Marco Carola, Franky Rizzardo e Dennis Cruz curtindo tocar as tracks para o público é empolgante.

Falando sobre suas gigs recentes, você se apresentou na Espanha (com direito a duas apresentações na Music On em Ibiza), no México, na França e na Indonésia. Como foi essa recente turnê no verão europeu? Há novidades por vir?

Essa temporada internacional, definitivamente, marcou uma nova fase da minha carreira. Ter me apresentado na Music On Ibiza e tantos outros lugares importantes pelo mundo, tocando as minhas tracks autorais e recebendo um retorno muito caloroso do público, foi uma virada de chave.

O segundo semestre continua com datas maravilhosas como Tomorrowland Brasil, onde faço a minha estreia no Mainstage, Music On no Amsterdam Dance Event e em São Paulo, além do anúncio incrível do Lollapalooza para 2026.

Até o final do ano, tenho a alegria de estar com a agenda bem cheia, podendo fazer datas incríveis pelo Brasil e pelo mundo, além de um tour de réveillon bem legal que vou contar em breve.

Aqui no Brasil você tem sua estreia marcada no Tomorrowland Brasil! Com direito a apresentação no Mainstage! Como recebeu esse convite e o que tem preparado para este dia?

Estrear no Tomorrowland Brasil, direto no Mainstage, é como sonhar acordada!

É impossível descrever em palavras esse sentimento e o tamanho do significado que essa conquista tem para mim, uma artista que vive a música eletrônica desde os 15 anos.

Acho que, de certa forma, tocar no Tomorrowland, está no desejo e no imaginário de qualquer artista da música eletrônica. A gente cresce ouvindo sobre esse mágico festival, onde tudo acontece.

Foram muitos anos de trabalho até essa conquista chegar e com certeza estou preparando um set muito especial, com tracks novas e algumas surpresas.

É realmente maravilhoso perceber onde a força da música eletrônica e do meu trabalho podem me levar.

Sua label, Tônica, completa 7 anos em 2025. Como tem sido essa jornada de transformar um sonho em uma festa reconhecida em Brasília? Há planos de expansão para outras cidades?

A Tônica nasce de uma vontade muito grande de ter um espaço livre pra eu poder me expressar como artista e poder tocar a sonoridade de House Music que eu sempre acreditei e gostei. Quando ela surgiu, em 2018, eu tocava muito Disco House e não era tão fácil encaixar esse som nas festas.

Algo que surgiu como um espaço para a liberdade artística, se transformou em uma potente label, tendo sua última edição a presença de mais de 2000 pessoas, na icônica Concha Acústica de Brasília, projeta por Oscar Niemeyer.

Manter um projeto como esse, forte e sólido por 7 anos, não é fácil. Tem que estar muito atenta a tudo, ligada nas tendências de mercado e nas mudanças de comportamento, além de sempre evoluir os serviços, a curadoria e a experiência do evento como um todo.

Depois de todos esses anos, perceber que a Tônica tem uma comunidade forte, fiel e que a cada ano ela cresce, é realmente muito legal.

Nós já recebemos muitos convites, de vários lugares do Brasil, para levar a Tônica para fora de Brasília. O que posso dizer, por hora, é que os planos da label estão incríveis e que 2026 promete! Aguardem.

Imagens: Divu

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