Brazilian boogie na veia: confira o novo EP de releituras do Live Motel
Depois de sucesso com o terceiro álbum, projeto de Fabio Santanna homenageia Jorge Ben e Cassiano
Depois da criação de um novo projeto de música eletrônica com Bernardo Campos - o Nu Azeite -, o cantor, tecladista, produtor musical e DJ Fabio Santanna volta agora suas atenções ao seu projeto solo, Live Motel.
A bola da vez é o EP "Brazilian Boogie Reworks", que segue a pegada Brazilian boogie do terceiro álbum, "Vibração", de 2020, trazendo duas releituras de duas faixas daquela mágica época de sons ensolarados que, honrando a tradição antropofágica brasileira, devoraram o funk, o soul e a disco music dos americanos e os regurgitaram em verde e amarelo.
Frequentador dos bailes black da Zona Sul e dos subúrbios do Rio de Janeiro na adolescência, Santanna vem mostrando com o Live Motel, cada vez mais, a sua devoção a artistas como Marcos Valle, Lincoln Olivetti, Cassiano, Azymuth e Banda Black Rio.
Trazendo aquela estética para a música eletrônica pop contemporânea, temos um artista que se situa ao lado de pares como Fatnotronic/Phillipi & Rodrigo, Poolside, Joutro Mundo e Trepanado (Selvagem) — além, é claro, do próprio Nu Azeite.
Lançado nessa última sexta-feira, 07, "Brazilian Boogie Reworks" deixa isso ainda mais evidente. São duas tracks: "Olha o Menino" (original de Jorge Ben, de 1978, que também ganhou releitura famosa de Caetano Veloso e "Onda" (original de 1976, de Cassiano).
Em "Olha o Menino", Santanna pegou a canção indubitavelmente composta por Jorge e a transformou em uma deliciosa pérola synth-pop/disco-houseira, acrescentando beats eletrônicos, groove disco/funk e os sintetizadores ensolarados que remetem diretamente ao Brazilian boogie - além, é claro, de seu marcante vocal em falsete; o resultado é uma das canções mais poderosas e com cara de hit que o Live Motel já lançou.
Já em "Onda", a mudança não foi tão suntuosa, já que a original já é um clássico do boogie tupiniquim. O clima baleárico, de beira de piscina, da canção de Cassiano foi mantido, embora a releitura de Santanna tenha ritmo mais pegado, sendo mais pista de dança do que romance e sensualidade. Além disso, como seria de se imaginar, os arranjos são diferentes — a nova canção traz muito mais synths, beats/claps houseiros e outros sons eletrônicos contemporâneos.
Photos: Divulgação
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