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Interviews

Um passeio pelos mais de 20 anos de contribuição de Marcio S. para a cena eletrônica brasileira

Entrevistamos o paulistano sobre carreira, novo projeto, turnê internacional e mais

  • Mia Lunis
  • 26 July 2023

1990 foi um ano marcante para a música eletrônica nacional e internacional pois a versão noventista atingiu uma variedade impressionante de estilos, rótulos e alternativas. Evoluiu das primeiras experiências dos anos 70, via Kraftwerk, Brian Eno e David Bowie para bandas do Post-Punk inglês, formando uma variação, o Synthpop.

Essa incorporação ganhou contornos diferentes nos Estados Unidos, chegando a arranhar alguns elementos como Devo e Talking Heads em termos de música pop, mas causando seu maior impacto na nascente cultura Hip Hop, que absorveu todos os ensinamentos do Kraftwerk na produção de seus novíssimos beats.

Em São Paulo, um jovem entusiasta da música eletrônica foi inspirado por nomes como Mau Mau, Magal e Marky, no que podemos chamar seguramente, de era de ouro da cena nacional, esse jovem era Marcio S.

O DJ começou sua jornada tocando em todos os tipos de festa, o que lhe rendeu um background vasto entre pesquisa musical e feeling de pista, fugindo de rótulos e se integrando ao cenário como parte essencial na formação e fomentação da cena. Do House ao Techno, de Detroit a Chicago, Marcio S entrega uma aula em discotecagens cheias de histórias contadas entre beats inusitados que mantém os ouvidos do público bem abertos.

Como residente do famigerado D-Edge, o DJ já tocou ao lado de nomes importantes como Carl Craig, Ian Pooley, Daniel Bell, Dubfire, Jamie Jones, Guy Gerber, Solomun, dentre outros, reafirmando a potência e competência sonora que sua expertise nos mostra. Marcio foi diretor artístico da produtora Seven em Manaus entre 2009 e 2016, realizando ótimos eventos na região como o Seven Music Festival, foram 3 edições especiais para o público brasileiro.

E agora, o artista dá mais um passo conciso em sua carreira ao se juntar a outros dois veteranos da cena eletrônica nacional: Mimi e Tuca. Juntos, ele forma o Tomba Trio, projeto que nasceu com o propósito de celebrar a House Music, manifestando respeito pela história das músicas, seus agentes e o desenrolar das construções sonoras.

Individualmente, os artistas já eram engajados com essa fomentação, sendo ativos participantes do cenário paulista, mas agora, entrelaçando suas histórias, arquivos sonoros e legados, essa motivação promete ganhar ainda mais força.

Diante dessa nova fase de sua carreira, convidamos o artista para uma entrevista exclusiva sobre sua trajetória e detalhes do novo projeto, acompanhe:

Entrevista: Marcio S.

Márcio, é um prazer recebê-lo para esta entrevista! Você está na cena há mais de 20 anos, quais foram as mudanças ocorridas na cena mais marcantes para você enquanto artista?

O profissionalismo, os benefícios da tecnologia que nos trouxe em equipamentos, software de áudio e vídeo para produção, a internet ajudou e ajuda a disseminar informações importantes, melhorando a pesquisa e quebrando a barreira analogica que tínhamos no passado.

Do início dos anos 90 pra cá, você passou por uma jornada e tanto, do que sente falta das pistas que tinha naquela época e não se vê mais atualmente?

Não sou um cara muito saudosista, poderia ter um pouco menos de celular nas pista de dança, às vezes incomoda.

Você começou com fontes de inspirações importantes como Mau Mau, entre outros, você se lembra da primeira vez que dividiu palco com eles? Como foi?

Não me lembro da 1º vez que toquei com Mau Mau, mas lembro que tocamos no Egg Club em Londres em 2016 com time de grandes artistas brasileiros e para mim foi uma conquista estar no mesmo line up com pessoas que me inspiraram.

Como residente do D-Edge, qual foi a melhor experiência de pista que já teve?

Tives várias mas o 1º warm up para o Carl Craig foi emocionante, sou fan e foi uma noite surreal.

Hoje você inspira milhares de jovens que o vê performar atrás dos decks, tendo em mente de que você já esteve na pista, qual seria seu conselho para quem quer começar a tocar hoje?

Conheça como tudo surgiu, respeite quem chegou primeiro e asfaltou a rua, e faça seu trabalho com seriedade e amor, pesquise muito, vocês já têm a tecnologia a favor e tudo mais mastigado, não pule etapas.

Nos conte um pouco sobre sua última turnê.

Fiz em Novembro de 2022, passando por Londres - Inglaterra (Bunker), Telephone Rose (Annecy - França).

Você, Mimi e Tuca já são amigos de longa data, mas só agora se reúnem para formar o Tomba Trio. O que motivou vocês a criarem esse projeto agora? E qual o propósito do grupo?

O Tuca teve a ideia depois de fazer B2B comigo e com o Mimi, a partir daí conversamos e decidimos unir nossas experiências de anos de discotecagens, usar e abusar de nossas coleções de vinil que sempre está atualizada, e manter o groove como foco principal seja com músicas atemporais ou novas.

Como cada um de vocês colabora para a criação da identidade sonora do projeto? E o que podemos esperar do Tomba Trio?

É muito orgânico e sem pressão. Cada um conduz o momento respeitando a ambos, e sentimos como as músicas estão sendo recebidas na pista e vamos criando a história ali na hora, nada combinado, somente no feeling, hora pode ser soulful, raw, deep, tech, boogie…

Nós gravamos um mini DOC e vamos fazer uma festa de lançamento em breve, estúdio com tracks autorais e edits virão na sequência, e continuaremos a buscar novas pistas.

Quais serão seus próximos passos em 2023?

Em novembro farei algumas datas na Europa, Londres, Hamburgo, Barcelona, Annecy, Lausanne, Genebra, Dublin e mais alguns TBC.

Marcio, muito obrigada por nos conceder essa entrevista, alguma palavra para o público?

Continuem impulsionando a cena, DJs e Produtores brasileiros.

Marcio S. está no Instagram

Photos: Divulgação

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