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NAZA comenta EP Mujeres Sagradas e suporte de John Digweed, Nick Warren, Facundo Mohrr e outros

Experiente de grandes palcos como Tomorrowland Brasil e Ultra Mexico, NAZA desbrava novos territórios e públicos com o EP Mujeres Sagradas

  • Nazen Carneiro
  • 10 October 2023

Djuma Soundsystem, Lost Desert, Deer Jade, Kora, Marques Wyatt e Nhii também endoçam a sonoridade étnica e profunda de NAZA em seu mais novo trabalho, o EP Mujeres Sagradas.

Lançado pela Akbal Music, de Robbie Akbal, o EP Mujeres Sagradas, de NAZA, traz duas faixas: Mujeres Sagradas e Wakomay. O EP tem mais de catorze minutos de beats latinos e vocais étnicos em uma trama esotérica e profunda que convida o ouvinte a uma imersão que relaxa a mente e guia o corpo numa leve dança quase que espiritual.

Apontado como um dos melhores lançamentos melódicos, o EP também figurou na posição 19 de organic house em setembro, no Beatport. John Digweed, a lenda da música eletrônica, escolheu Mujeres Sagradas para abrir o seu set apresentado no Matter London, em Londres, dia 29 de Setembro, no episódio 996 de seu programa Transitions. Fica claro que o EP está sendo muito bem recebido

Tanto o EP Mujeres Sagradas, quanto a gravadora Akbal Music são inspirados em culturas ancestrais. Com mais de 15 anos de estrada, a Akbal Music manteve sua identidade “inspirada na riviera maia, repleta de praias, cenotes e belos cenários. Sempre com uma abordagem orgânica na música”, como comenta Robbie Akbal, líder da label.

Para saber mais sobre este EP, seu processo criativo e o atual momento da carreira deste importante artista brasileiro, Nazen Carneiro realizou esta entrevista com NAZA, publicada com exclusividade pela Mixmag Brasil.

NAZA, parabéns pelo EP e por toda essa repercussão. Antes de mais nada, conta pra gente o que sentiu com tantos apoios bacanas a um trabaho tão único como esse?

Eu sou um fã do John Digweed, do Robbie Akbal e admiro muito o trabalho de todos estes artistas. Nâo tem como não ficar feliz ao ver que algo que você dedicou tanto tempo e esforço, algo que diz tanto sobre você, é reconhecido publicamente desta forma.

Nossa, sem dúvida! Agora, por gentileza, conte a história por trás desta criação?

As duas músicas trazem vocais com um grande significado ancestral. Escutei os vocais das duas tracks em momentos diferentes e na hora senti uma conexão muito grande e profunda com dois países que amo, o Brasil e o México.

Mujeres Sagradas é uma track que homenageia as mulheres e Wakomaya, que significa 'felicidade', é uma música que as tribos cantam para receber os convidados na comunidade e um convite para que dancem com eles.

Isso é demais! E para essa dança rolar, as músicas envolveram quais instrumentos?

Usei instrumentos mais orgânicos como a Kalimba, flauta, claves de madeira e diversas percussões.

E como rolou a junção disso tudo na sua proposta?

Como as duas faixas tem vocais bem marcantes, comecei pelo vocal e fui dando mais personalidade e groove para cada faixa, assim como a mensagem.

Uma mais orgânica e alegre, a outra mais tribal, melodica e progressiva, mas com o groove super percussivo e bastante dançante.

E tecnicamente, o que usou de hardware e software?

Uso o Ableton live e seus diversos puglins, soundtoys, serum, Arturia e o Diva para recriar alguns sons dependendo do que quero criar vou usando sytnhs pra cada faixa diferente.

Agora vamos aprofundar: Qual a relação entre música e espiritualidade para você?

Todas as minhas produções tem um significado profundo, uma mensagem que busca conectar as pessoas.

Eu acredito muito na energía que somos e colocamos para fora, então, a minha forma de expressar essa conexão cósmica que tenho é pela música.

Aprendi muito com o México e as culturas Maia e Asteca. Elas são muito presente nos dias de hoje e isso me tocou muito como artista.

Então senti uma profunda conexão de expandir isso para a minha música, com cantos xamanicos, rituais e agradecimentos. Tudo isso tem o objetivo de expandir a boa energia para todos no dance floor.

“Mujeres Sagradas é uma homenagem às mulheres, guerreiras que dão a vida a todos os seres humanos. Um canto da dança da lua que une mulheres de todas as parte do mundo para celebrar e relembrar a força interna que possuem”, Naza.

Você já se dedicou a sonoridades mais populares antigamente. Como se deu a transição para o artista underground houseiro de hoje?

(risos) Todos nos estamos em constante evolução. Aprendi tudo o que eu sei hoje com o meu irmão Rafael Nazareth, meu ídolo desde criança.

Juntos, criamos o NAZA BROTHERS e por anos viajamos por todo Brasil através de uma sonoridade mais comercial, o que me ensinou muito.

Já em carreira solo eu transmutei essa experiência numa esponja para aprender as sonoridades por onde passei e poder expressar mina musicalidade. É uma outra fase.

Dá para dizer que você é um entusiasta da mística na house music. É isso mesmo?

Ahahaha sim! Pode sim! Eu gosto de tocar e produzir musica que tenha um significado mais profundo, uma mensagem que quem está dançando pode não saber mais vai receber essa boa vibe em forma de música.

A vida é feita de mudanças e contigo não é diferente, não é? Comente o atual momento criativo do NAZA

Acabo de me mudar do México depois de incríveis quase seis anos. Agora, estou voltando a morar em Nova York, a cidade do mundo, aonde tenho muito amigos e produtores que a gente se incentiva o tempo todo e com isso vem milhões de novas ideas e um novo caminho para continuar criando e evoluindo. To muito animado com mais esse novo capitulo!

Você construiu a sua carreira inicialmente no Brasil, depois desbravou outros países e recentemente morava no México. Como a recente mudança para Nova Iorque e tudo isso impacta na tua musicalidade?

TOTALMENTE!! Vivendo cada cultura voce acaba se inspirando de formas diferentes, agora voltando a morar em Nova York aonde a cultura da musica eletrônica é muito forte, voce acaba respirando mais isso no dia a dia e isso reflete na musica.

Nova Iorque é, provavelmente, um dos lugares mais agitados do mundo. O que a Big Apple oferece ao NAZA que mais tem te motivado?

Muito bom estar aqui de volta mais com outra mentalidade e mais maduro, voltei com o coração aberto e ja com varias gig incríveis desde tocar no barco dando a volta pela estatua da liberdade, rooftops com a visita linda de Manhantan, clubs no Soho tocando b2b com amigos, etc.

Outras grandes influencias da cidade é poder ir a um club de jazz, como o Bird land (jazz CLUB aberto desde 1930) numa terça feira escutar jazz isso realmente so acontece aquí ou até mesmo algo tão simples como escutar artistas de rua pelos diferentes cantos da cidade.

Em Mujeres Sagradas as influências dos povos originais das américas aparece mais proeminente na sua música. Comente esta relação por gentileza

Esse vocal me tocou bastante desde a primeira vex eye eu escutei e sabia que iria fazer alguma coisa com ele, é uma LINDA homenagem as mulheres guerreira do ritual da dança da lua, estou feliz de poder botar nesse mundao essa linda letra e o meu toque criativo.

Quem é o NAZA, hoje, nas suas palavras?

Estou em constante evolução e cada capitulo / país que morei me ajuda a crescer como pessoa e como artista. Dessa forma, carrego comigo novas referencias culturais e isso acaba sendo muito refletido na minha musica e totalmente nesse meu novo EP.

O que a música representa na sua vida?

Musica é a arte que nos une como seres humanos e tribus, esquecemos nos nossos problemas quando estamos dançando.

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Photos: Divulgação

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