Entrevistamos o DJ e produtor catarinense Marcelo Oriano
Inspire-se neste bate-papo exclusivo
Q+A Marcelo Oriano
Mais uma vez você teve o passaporte carimbado na Europa.
Além de uma nova passagem pelo Magistrat, na Holanda, também rolou uma dobradinha no Sisyphos, em Berlim.
Conta pra gente com mais detalhes como foi a experiência? O que estes clubs têm de mais especial para você?
Tocar na Europa é sempre fantástico!
Além das vantagens estruturais das cidades e dos clubes, tais como transporte, decoração, segurança, horários de funcionamento, pistas, soundsystem, equipamento, etc., todo o respeito, carinho e troca de energia que rola com o fator artístico é extremamente especial.
Em todos os clubes sempre dão ao menos 3 horas de set para cada artista, o que já demonstra um conhecimento por parte dos contratantes de que o ideal não é apenas encher os lines de atrações mas sim dar espaço pra cada uma delas contar a sua história e apresentar mais facetas do seu case.
São casas noturnas com ingressos baratos, sem camarote, áreas VIP ou backstages, onde é proibido fazer qualquer tipo de foto ou vídeo (eles colocam adesivos nas câmeras dos celulares na entrada), o que contribui para uma atmosfera democrática, inclusiva, liberal e com foco 100% da música.
O público europeu também é um show à parte. Pelo menos nesses dois países, onde a música eletrônica é parte da cultura local, sempre posso tocar o que tenho de mais "cabeça" na minha pesquisa sem medo de esvaziar a pista.
A principal diferença que percebo é que as pessoas estão muito dispostas a conhecer e dançar som novo, beats irregulares, agressivos ou hipnóticos e com menos drops e breaks também.
Sua construção musical é a mesma linha que você toca por aqui ou existe uma adaptação por serem culturas diferentes e lugares diferentes?
Eu meio que já respondi isso na pergunta anterior, mas é importante ressaltar aqui que eu, quando toco DJ set, realmente adapto bastante minha linha de som ao lugar (obviamente tentando não deixar de lado a minha identidade).
Na Holanda, onde já tive a honra de tocar muitas vezes, percebo que o público ainda vibra com as tracks com mais conteúdo melódico e leads agressivos, porém sempre com os grooves extremamente pesados e rápidos.
Já em Berlim, por ser a "Meca" do Techno, sou mais ousado. Costumo tocar uma parte do meu case de 3 a 5 bpms mais rápido que o usual no Brasil, incluo longos trechos de músicas com grooves hipnóticos, percussivos e abuso dos poliritmos, faço menos breaks e não uso músicas famosas como recurso.
Para finalizar, aquela clássica: o que o futuro está reservando ao Marcelo Oriano? Quais as novidades que virão pela frente e o que você tem planejado para 2020? Obrigado!
A primeira novidade interessante é que agora, ainda no final deste ano, devo lançar meu curso online completo de Ableton Live e produção de música eletrônica.
Tenho um último single saindo em novembro por uma label de Ibiza e depois alguns planejados para 2020. Um deles que pretendo terminar é o "lendário" EP que vagarosamente estou gravando 100% sem computador, mas já quebrei tantas fitas no processo que espero ter paciência pra continuar (risos).
Além disso, posso adiantar que estou trabalhando em 4 faixas com percussão afro pra um EP baseado nos orixás da Umbanda e um dei início sem compromisso a um projeto paralelo com uma cantora, fazendo música em um estilo que eu classificaria como algo entre Massive Attack e The XX.
A meta é fazer mais música e mais workshops presenciais no ano que vem… vamos ver o que nos aguarda! Obrigado.
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Photos: Divulgação Marcelo Oriano
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