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Entrevistamos Maty Owl, mais um brasileiro que chegou à Anjunadeep

Com o single 'Foz 5pm’, ele integrou a compilação Anjunadeep Explorations 25, lançada no último dia 12

  • Redação
  • 19 December 2023

Com um toque mágico que transcende as fronteiras do convencional, Matheus Teston, conhecido artisticamente como Maty Owl, é um produtor musical e multi-instrumentista que emerge como um nome promissor permeando as linhas orgânicas e melódicas do House.

Navegando pelos reinos sombrios, místicos e melódicos da música eletrônica, ele tece narrativas que não ficam apenas no plano sonoro, mas que se estendem também pelo campo audiovisual, já que ele é um explorador das tecnologias visuais, casando harmoniosamente estes elementos com suas criações musicais, oferecendo assim uma jornada imersiva ao público.

Produzindo desde 2011, toda sua expertise resultou em suportes de peso de alguns dos principais DJs do cenário global, incluindo Hernan Cattaneo, Tony McGuinness, Lost Desert e Marsh, como você pode ver no vídeo abaixo.

Sua identidade sonora sempre foi muito inspirada no universo musical sonhador da gravadora Anjunadeep e agora, depois de anos visualizando seu nome no catálogo do selo, o sonho se tornou realidade.

Ao lado de outras 8 faixas, ele integrou a compilação Anjunadeep Explorations 25, lançada no último dia 12, apresentando sua criação batizada de “Foz 5pm”, faixa que surgiu depois de presenciar um pôr do sol mágico em Porto, Portugal.

Use a música abaixo como trilha sonora para o nosso bate-papo com ele.

Q+A: Maty Owl

Olá, Maty! Obrigado por nos receber e parabéns por este lançamento. Ao lançar pela Anjunadeep, você se junta a uma linhagem impressionante de talentos. Como foi a jornada desde a concepção da música até assinar com a gravadora? Você já vinha há algum tempo tentando emplacar seu trabalho por lá?

Obrigado e eu que agradeço pelo espaço, Mixmag :)

A música surgiu em um dia despretensioso no estúdio. Toquei alguns acordes e já de cara veio a progressão principal da música, que de imediato me conectou com aquele cenário da Foz. Foi uma daquelas sessions que a música ficou pronta no mesmo dia, algo raríssimo de acontecer.

Eu sempre fui grande fã da label, especialmente porque me influenciou muito lá em 2011, quando comecei a produzir. Eu ouvia as tracks de Michael Cassette, Martin Roth, Proff e vários outros e me sentia inspirado a produzir no mesmo nível. Fiquei muito feliz que eles gostaram da minha faixa e assinaram.

Você acha que esta pode ser a porta de entrada para possivelmente um EP seu lá no futuro?

Acredito que sim. Venho trabalhando muito em estúdio, lapidando ideias que espero que possam compor um EP no futuro.

Quando conversamos previamente, você contou que o Anjunadeep Volume 05 e 06 por James Grant e Jody Wisternoff marcaram uma época na sua vida. Pode nos falar mais sobre essa experiência?

Sim. Nessa época eu estava cursando a faculdade de Direito e costumava ouvir os mixes do James e Jody no caminho da faculdade. Como eu estudava em outra cidade, eu tinha 1 hora de ida e 1 de volta.

Tinha bastante tempo para apreciar. Algumas faixas se tornaram minhas preferidas: Deep In My Soul do 16BL, Crash Reel do Journeyman, Osheen do Universal Solution e uma porção de outras. Até hoje quando escuto sinto nostalgia.

Em uma outra entrevista recente que você deu ao When We Dip, você comentou que se pudesse escolher fazer o warm up para algum artista, esse artista seria Patrice Baumel. Por quê? Quais semelhanças você vê entre o seu trabalho e o dele?

Sim. Eu costumo "dissecar" os sons de alguns artistas. Acho legal esse processo, não como referência estética em si, mas para entender um pouco do mundo de cada um.

Naquela época eu estava ouvindo muito os sons dele e curtindo a forma que ele constrói as suas faixas. Ele adota uma forma minimalista, elementos bem encaixados e efetivos em suas faixas que me agradam muito.

Existem vários outros que venho apreciando nos últimos mêses: Amon Tobin, André Sobota, Traumer, Gui Boratto, Coiro dentro da música eletrônica e também costumo ouvir sons off pista de artistas como: Yussef Dayes, Athletic Progression, McBaise, Ashley Henry e vários outros.

Acho legal estar presente em outros cenários musicais além da e-music para buscar inspiração. A 'Foz 5pm' tem um pézinho no jazz, lo-fi.

Um diferencial do seu trabalho é a união de elementos visuais em algumas músicas que você produz, seja usando VFX ou CGI. Quando você começou a estudar essa área e o que te chamou mais atenção para se aprofundar nessa parte visual?

Sim. Eu comecei a estudar em 2017, logo quando terminei a faculdade de Direito e decidi que não queria seguir na carreira jurídica (risos).

Sempre fui conectado com audiovisual desde criança, adorava assistir filmes em CGI e especialmente eu achava interessantíssimo o behind the scenes de filmes animados. Como eram feitas as animações e etc.

Eu senti que deveria explorar isso para compor os ambientes que imaginava para minhas músicas. Criar visuais que contam a história das faixas e trazer a sinestesia perfeita entre o abstrato do sonoro com o visual da minha imaginação.

Tanto que você comentou que consegue ver cores nas músicas… fica mais fácil de criar conseguindo visualizar em cores aquilo que você quer transmitir através dos sons?

A sinestesia que eu sinto nas músicas é algo que me conecta mais com as ideias, especialmente para criação dos visuais para as minhas faixas.

Inclusive, quando eu finalizo algumas faixas, eu mostro pros meus amigos e pergunto quais cores aquele som tem, só para ver se bate com as cores que eu imagino ou com os cenários de cada faixa (risos). Eu sei que parece coisa de louco, mas acho divertido (risos).

Você une a parte de áudio com o visual justamente para criar uma experiência mais imersiva para o público, certo? Ao criar sua música, você tem em mente a reação do público também ou prefere se concentrar completamente na expressão pessoal?

Muitas vezes, durante o processo de Direção, eu tento traçar o caminho para interpretação do ouvinte, tanto no sound design, como no visual.

Mas eu também gosto de ouvir a interpretação do público - sentir o que eles pensam sobre, o que eles visualizam ouvindo as faixas e assistindo os vídeos.

Já houve casos de pessoas dizendo que sonharam com o cenários que criei para minhas músicas. Acho muito legal tocar o público dessa forma.

Ao longo de sua carreira, como você percebeu a evolução do seu estilo musical? Existem elementos específicos que permaneceram constantes e outros que evoluíram ao longo do tempo?

Eu sofri muitas mudanças na forma de produzir minhas faixas nos últimos anos. Sinto que refinei alguns traços, especialmente na mixdown e escolha de elementos. Tenho tentado manter as coisas mais simples e mais efetivas.

Alguns amigos e público me dizem que dá pra perceber minha identidade em faixas, mesmo que sejam gêneros diferentes. Isso é muito interessante e me deixa feliz, porque significa autenticidade.

Ao olhar para o futuro, existe algo específico que você espera alcançar artisticamente ou musicalmente? Como imagina a evolução da sua música nos próximos anos?

O meu maior sonho é ter minha música reconhecida pela autenticidade.

E quais outros projetos você está trabalhando que pode nos adiantar de forma exclusiva? Obrigado!

Para ano que vem estou finalizando uma porção de faixas novas e também e para o primeiro semestre a gravação de um set autoral em um cenário surreal, que será captado/coordenado pelo Diretor Marcel Soares (@diretordecena). Fiquem de olho :)

Obrigado pelo espaço, Mixmag!

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Photos: Divulgação

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