De volta ao Brasil, Joyce Muniz fala sobre a tour, álbum, estúdio e novidades para 2024
Prestes a retornar ao Brasil, Joyce fica no país para 4 datas, começando dia 28 de dezembro e finalizando dia 27 de janeiro
Mantendo a paixão como chave para o sucesso, Joyce Muniz soma duas décadas de carreira sem dar qualquer sinal de cansaço e, mais do que isso, se mostra cada vez mais criativa e livre para ousar e experimentar na produção musical.
Uma prova disso foi seu álbum lançado em abril, "Zeitkapsel", caracterizado pela versatilidade e exploração de diferentes gêneros musicais que a influenciaram ao longo de sua jornada na música.
“Acho que o processo de produção do Zeitkapsel foi o projeto mais fácil e tranquilo que já fiz”, ela explica.
“Queria ver se era capaz de produzir outros estilos fora da bolha dos clubs e mostrar às pessoas minha interpretação desses diferentes estilos como produtora”.
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Embora viva na Áustria, ela admite sentir falta do calor do Brasil e agora, prestes a retornar ao seu país natal para uma nova turnê após dois anos desde sua última vinda, ela compartilha suas expectativas e revela o que pretende fazer ao longo deste período.
“Adoro tocar aí, afinal, é onde estão minhas raízes [...] Uma das minhas prioridades é me reconectar com a natureza e tirar um tempo para recarregar as energias”.
Joyce Muniz passará pelo D-Edge em São Paulo no dia 28, desembarca no Surreal Park em Camboriú na virada de ano, dia 31, estreia no D-Edge Rio no dia 19 de janeiro e finaliza na festa Carpe Mar, no Guarujá.
Para aqueles que a verão na cabine pela primeira vez, ela descreve seu estilo como "Electro, Dark & Disco", uma mistura que cai muito bem na pista de dança. O restante do bate-papo você confere abaixo:
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Olá, Joyce. Obrigado por nos receber. Sua jornada artística já ultrapassou duas décadas e se aproxima da terceira. Dos anos iniciais para o momento atual, Joyce Muniz mudou muito? O que permaneceu e o que se foi ao longo de todos esses anos, pessoalmente e profissionalmente falando?
Olá, obrigada por me receberem! Sim, é uma loucura se eu olhar para trás e perceber que toco e produzo música há duas décadas.
É uma sensação boa porque nunca perdi a paixão pelo que faço. Acho que a paixão é a chave. E também conheci tantas almas lindas que acreditaram no meu potencial…
Definitivamente me tornei uma DJ, produtora e pessoa melhor nos últimos anos. A combinação de anos de experiência e diferentes fases da minha vida como artista e ser humano me tornaram o que sou, estou feliz e ansiosa por mais coisas novas.
Procuro estar aberta ao que vier e me desenvolver a cada dia com novos conhecimentos.
Falando sobre tempo de carreira, você acredita que já chegou no seu auge artístico? Ou acha que ele ainda está por vir?
Seria egoísmo da minha parte dizer que alcancei tudo. Como artista temos muito para crescer, não há limites. Mais uma vez, é tudo uma questão de paixão.
Eu não estaria onde estou sem as lindas almas que cruzaram meu caminho e sem as experiências que somaram no meu desenvolvimento.
Ainda há um monte de coisas e sonhos que ainda não coloquei no papel, mas dá tempo para alcançá-los. A paciência é uma característica muito importante na vida de um artista.
Falamos em auge porque recentemente você lançou Zeitkapsel, um álbum que é bastante versátil. Passeia por vários estilos, desce e sobe de BPMs, vai e volta no tempo… Imaginamos que todo o processo tenha sido bem desafiador. Para você, o objetivo final com este lançamento foi alcançado? E qual era esse objetivo?
Acho que o processo de produção do Zeitkapsel foi o projeto mais fácil e tranquilo que já fiz. A ideia do Zeitkapsel (Time Capsule) existia há muitos anos na minha cabeça.
Quando a pandemia começou, finalmente tive tempo para aprofundar minha coleção de discos e também para experimentar coisas novas.
Basicamente o álbum contém todos os gêneros musicais que me influenciaram como amante da música eletrônica.
Queria ver se era capaz de produzir outros estilos fora da bolha dos clubes e mostrar às pessoas minha interpretação desses diferentes estilos como produtora.
Eu nunca tinha feito hip hop, trip hop ou drum & bass antes do Zeitkapsel, gêneros que foram muito importantes nos meus primeiros dias como DJ. Estou feliz com isso e também sinto que as pessoas entenderam a mensagem.
Eu fiz esse álbum para mim mesma e estou feliz por poder compartilhar esse bebê com todo mundo. Por conta desse disco, lancei o selo Joyce Muniz Music para os projetos que são diferentes e meio abstratos.
Ao longo do ano de 2023, além deste lançamento especial, quais foram os outros momentos que podem ser destacados pra gente? Viagens especiais, gigs inesquecíveis, encontros…
2023 é o ano pelo qual me sinto muito grata. Depois de 20 anos neste negócio, pude experimentar o que é possível se você trabalhar duro com paixão.
Além de lançar o selo e lançar o álbum, tive a honra de tocar ao vivo com duas importantes orquestras alemãs, a oportunidade de apresentar minha música com 60 instrumentistas clássicos no palco foi um marco.
Estou muito ansiosa para fazer parte do projeto Synth Happens como a única produtora mulher. Toquei basicamente em quase todos os continentes, Europa, América, Ásia, Oriente Médio e, por enquanto, na Austrália.
Toquei em muitos clubes, festivais e cidades. O que realmente me deixou feliz esse ano foi ver muitos DJs tocando minhas músicas. Cada single, cada colaboração alcançou os charts Indie do Beatport.
É bom estar espiritualmente presente em tantas pistas de dança! Gostaria de agradecer a todos os promotores, amantes da música e colegas pelo apoio.
Logo após o Natal você desembarca novamente no Brasil para tocar em São Paulo, Santa Catarina e no Rio de Janeiro, no D-Edge SP, no Surreal Park, no D-Edge Rio e na Carpe Mar. Quando foi a sua última vez por aqui e o que está esperando deste retorno? Alguma outra data ainda a ser confirmada?
A última vez que toquei no Brasil foi no final de 2021, bem quando os clubes abriram as portas após a pandemia. Adoro tocar aí, afinal, é onde estão minhas raízes.
Mesmo que tenha saído muito jovem e começado minha carreira na Europa… Nunca perdi a conexão, até porque a música é o que nos conecta. Estou realmente ansiosa por todas as datas.
Tour Dates:
28.12 | D-Edge (São Paulo)
31.12 | Surreal Park (Camboriú)
13.01 | TBC
19.01 | D-Edge Rio (Rio de Janeiro)
27.01 | Carpe Mar (Guaruja)
Durante o tempo que estiver por aqui, além dos compromissos musicais, o que mais pretende fazer? Desconectar um pouco da correria das turnês é uma das suas prioridades ou não exatamente?
Uma das prioridades que tenho é me reconectar com a natureza e tirar um tempo para recarregar as energias. Sem dúvida o Brasil possui uma das naturezas mais belas do planeta. A natureza é o meu refúgio, faço muitas caminhadas. Isso me ajuda a liberar o estresse. Também estou ansiosa para passar algum tempo com minha avó!
Inclusive, lemos em algum momento que você estava construindo um novo estúdio, como está isso? Você pode nos contar mais sobre as principais mudanças e evoluções que seu novo espaço criativo terá?
Sim, o novo estúdio está lindo, finalmente tenho um espaço onde posso ter um sub. Não tenho vizinhos e não tenho restrição de horário de trabalho.
Mudei meu monitor de estúdio para Adam Audio, tenho novos painéis e um novo brinquedo adorável como o mini-freak Arturia.
Ainda espero terminar, mas tenho certeza de que minhas mixagens soam melhor agora, e depois de 12 anos era hora de mudar…
E quais são os outros planos que você tem para 2024 em diante? Que outros projetos você está trabalhando no momento e já pode nos revelar?
Bem, em fevereiro tenho o último show ao vivo com as orquestras, desta vez irei me apresentar com a Filarmônica de Kiel (Kiel, cidade no norte da Alemanha), pela qual estou super entusiasmada.
Em março lançarei na Permanent Vacation um EP junto com um dos meus produtores brasileiros favoritos, o Renato Cohen. Como 2023 foi bem agitado, não consegui encontrar muito tempo para fazer muita música.
Mas há algumas coisas interessantes acontecendo que mal posso esperar para compartilhar!
Você vive na Áustria desde sua infância praticamente, correto? Você sente falta do calor e do modo de vida do Brasil? Pensa em algum momento se mudar para cá ou algum outro lugar?
Sim, sinto falta do calor em geral, mas depois de muitos anos experimentando invernos escuros aprendi a aproveitar esses dias para me esconder no estúdio, ligar o aquecedor, fazer um chocolate quente e ser produtiva.
Eu meio que gosto, tem menos gente na rua, é mais tranquilo, não sinto falta de nada que me ajude a focar, mas procuro sempre fugir de parte do inverno e ir para a América do Sul ou para a Ásia.
Neste momento estou muito feliz em dividir minhas viagens entre Viena e Berlim. No momento não tenho necessidade de me mudar para outro lugar. Mas quem sabe para onde o universo me enviará. Estou sempre aberto.
Por fim, para aqueles que irão te ver tocar pela primeira vez, algo a dizer? Obrigado, Joyce!
Esta é uma boa pergunta que nunca consegui encontrar a resposta certa. Mas ultimamente, para simplificar a resposta, tenho chamado meu estilo de Electro, Dark & Disco! Isso faz sentido? Espero que curtam na pista de dança. Obrigado!
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Photos: Divulgação
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