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Interviews

Conversamos com Fancy Inc, que acaba de lançar EP em comemoração aos 10 anos do projeto

'Echoes of a Decade' tem duas faixas e celebra década de sucesso da dupla

  • Victor Flosi
  • 7 October 2024

Adri Dubb e Matheus Rodriguez colecionam hits. Os nomes por trás do Fancy Inc tem muito a comemorar sobre a trajetória de dez anos do projeto, que é um dos destaques nacionais quando falamos sobre inovação e autenticidade.

De collab com David Guetta e Vintage Culture ao lançamento de sua gravadora própria, a Not Too Fancy, os artistas se mantém explorando as diversas possibilidades da música eletrônica.

Batemos um papo super franco com a dupla, que comentou sobre seus hits, visão sobre produção musical, conquistas e desafios ao longo de sua história no mercado musical. Leia:

Q+A: Fancy Inc

O EP “Echoes of a Decade” parece marcar uma nova fase sonora para o Fancy Inc. Como descreveriam a evolução da dupla desde os primeiros lançamentos até essas duas novas faixas, “Mad Max” e “Spin Back”? Como elas se conectam com os sentimentos e experiências acumuladas nesses dez anos?

Nosso primeiro lançamento como Fancy Inc foi a track “Sometimes”, uma collab com Steve Sanx, em 2014. A vibe era mais para a Deep House, que define nossa identidade. Com o passar dos anos, fomos evoluindo nossas produções: “Something Good” e “Set Me Free” em 2015, “Hazy Verses” em 2016, “Our House” e “Synthesis” em 2017, “Acid Funky” em 2018 e “Pour Over (Remix)”.

O ano de 2019 foi um marco de sucesso para o nosso projeto Fancy Inc. Com certeza você já ouviu “My Girl”, “All I Need” e “Spectrum (Say My Name)”. São nossa essência!! Nosso maior destaque neste ano com certeza foi “In The Dark”. A track, que refletia modernidade e autenticidade, continua sendo pedida pelos nossos fãs em todos os shows até hoje.

Em 2020, lançamos “Better Days” e “Happy”, em collab com amigos nossos. Isso sem esquecer do remix de “Let’s Love”, do David Guetta!! “Cali Dreams” e “Free” uma collab com David Guetta foram nossos destaques em 2021.

Trazendo uma vibe mais emocional, 2022 foi o ano de lançar “Healing” (com Kryder) e “Heaven” (com Magnus). E na pegada Fancy Inc Progressive - Tech House, tivemos “Circles” (uma das mais pedidas pelos nossos fãs), “Running Away”, “Be With You” e “Would You Blame Me”. E no final do ano uma collab com a lenda da house music Todd Terry.

2023 foi marcado por nossa participação na Tomorrowland Bélgica, onde lançamos a track “Confessions”. Além dela, também tivemos “Nightmare” e “Darkness”. Uma trilogia para esse ano que foi super frutífero para nossa carreira.

Desta mesma maneira, com o objetivo de encontrar uma nova vertente dentro do próprio ecossistema sonoro no qual estamos, produzimos os dois mais recentes lançamentos: “Mad Max” e “Spin Back”. Sempre mantendo nossa essência do tech, mas com elementos sintéticos e melódicos.

Mais do que criar faixas e lançar músicas, vocês agora estão construindo uma comunidade através da Not Too Fancy. Quais são as expectativas para o futuro da da gravadora? Vocês já têm artistas em mente ou colaborações previstas que possam surpreender o público? Podem adiantar alguma novidade?

A comunidade Not Too Fancy nasceu com a ideia de que a música não precisa ser excessivamente elaborada ou pretensiosa para ser impactante. O selo busca valorizar a essência da criatividade e a originalidade, sem se prender a normas ou expectativas excessivas. Not Too Fancy representa nossa paixão por ultrapassar limites e criar algo novo.

Já temos nomes de reconhecimento internacional confirmados para collabs e lançamentos na nossa gravadora. Para o segundo lançamento já teremos uma collab com Vintage Culture e Meca. “Electricity “já está na boca da galera e promete ser um presente para os fãs.

As demos que estamos recebendo possuem uma qualidade gigantesca, mostrando o poder e a força que a Not Too Fancy terá no cenário nacional e global.

Por enquanto, essas collabs são surpresa! Aguardem e acompanhem nossas redes sociais para não perderem nenhum spoiler. Vai ser incrível !

Vocês têm discos de Diamante e Duplo-Platina. Olhando para trás, qual foi o momento mais significativo da carreira de vocês nesses 10 anos? E o que ainda falta conquistar?

Tivemos vários momentos significativos ao longo dos anos, tocamos em todos os grandes festivais nacionais, mas o que realmente marcou foi a experiência de trabalhar em uma música e lançar a collab com David Guetta.

Foi incrível ter esse contato e sentir o entusiasmo que ele tem com a música até hoje, inspirador. Temos muitos objetivos ainda para serem alcançados, principalmente festivais fora do país que, por enquanto, só tocamos no Tomorrowland da Bélgica.

Vocês comentam que "a simplicidade e a sinceridade" muitas vezes têm mais impacto na música do que algo excessivamente elaborado. Como essa filosofia influenciou a criação das músicas e a identidade da gravadora?

Nós acreditamos que a riqueza em detalhes pode ser interpretada de diferentes maneiras. Nem sempre uma música com 120 canais é necessariamente rica em detalhes. Às vezes, ela até perde a definição dos elementos quando empilhados aleatoriamente.

Veja bem, nós mesmos já passamos por essa fase de exagero. Mas, com a maturidade musical, você passa a entender que algo pode ser, sim, excessivamente elaborado. Por exemplo, trabalhar horas e horas no sound design do synth principal para torná-lo especial, ou pensar em como criar um groove genuíno com poucas percussões. Porque, no final do dia, o que importa é a clareza da mensagem que você quer transmitir. O alicerce da gravadora sempre será em busca de tracks voltadas para a pista com temas fortes e modernos estéticamente.

Ainda nesse sentido, vocês falam sobre a busca por originalidade. Existe alguma coisa que, paradoxalmente, nunca muda no Fancy Inc? Algo que permanece o mesmo, não importa o quanto a indústria ou vocês evoluam?

Existe sim, e isso está bem definido como se fosse o nosso lema: “forward thinking”. Estamos sempre em busca da originalidade. Da mesma maneira que fizemos algo fora dos padrões com “In The Dark” em 2019, nunca deixamos de tentar inovar, e agora acreditamos estar encontrando (ou ter encontrado) algo genuinamente fresh. Sempre com elementos melódicos e sintéticos, mas sem perder o foco em servir a pista e o DJ.

O nome da gravadora de vocês, Not Too Fancy, sugere uma filosofia menos pretensiosa. No entanto, o que vocês consideram como "pretensioso" na música eletrônica? Já sentiram que precisavam ir contra uma corrente para manter sua autenticidade?

É exatamente esse o motivo que decidimos abrir a própria label depois de tantos anos. Muitas gravadoras têm um padrão estético que precisa rigorosamente ser respeitado e isso às vezes no nosso processo criativo acabava atrapalhando um pouco.

Vários caminhos que deixamos de provar por não saber se encaixar em determinado label. E agora teremos total liberdade para experimentar, assim como queremos que todos que estiverem lançando conosco também tenham. No rules.

Ao longo desses 10 anos, vocês desenvolveram uma assinatura sonora forte. Alguma vez sentiram que o sucesso de uma faixa ou estilo começou a "prender" a criatividade de vocês? Como lidam com essa tensão entre sucesso e inovação?

Você sempre vive o fantasma do último hit, inclusive colegas que estão vivendo isso nos perguntaram como lidar com isso. É importante ter claro que, embora o mercado exija sempre o “próximo e o próximo e o próximo hit”, você precisa manejar que é um processo e isso vai acontecer, não pode deixar isso te consumir.

Como tivemos várias tracks de sucesso e cada uma com uma sonoridade diferente, como “My Girl”, depois “In The Dark”, “Cali Dreams” e “Free”. Nunca tivemos presos a “repetir a fórmula” e sim manter a mesma alma em todas.

Muitas vezes falamos sobre os momentos de sucesso, mas quais foram os maiores desafios que vocês enfrentaram nesses 10 anos? Alguma fase onde se questionaram se o Fancy Inc estava no caminho certo?

Todo artista passa por momentos de altos e baixos em sua carreira. Dentro desses 10 anos, nosso objetivo sempre foi produzir coisas que dialogassem mais com as nossas referências de fora, buscando labels gringos, e acima de tudo tivessem identidade e encontramos um caminho paralelo entre o tech house/progressive europeu e o gosto dos brasileiros.

Essa nossa busca pela modernidade sempre nos gerou muitos questionamentos. Caminhar com a visão de futuro é sempre um trabalho arriscado. É um desafio imenso.

Nós já tivemos tours pela Europa. Lá fora, você percebe que ser um artista de fato, ter um trabalho autoral, bons releases e ser ativo no mercado é extremamente comum. Os contratantes não querem mais ouvir seu “set promo” e sim qual o produto que você tem desenvolvido.

Encontramos públicos bem diferentes em cada lugar que passamos, cada um com uma preferência específica, tornando cada gig imprevisível. Houve lugares que o techno reinava, mas em outros a excepcional house music era quem dava as cartas. Entender esse universo e saber como agir moldou o Fancy Inc até atingirmos essa solidez que temos hoje.

Para finalizar, se o Fancy Inc fosse visto daqui a mais 10 anos, como vocês gostariam que ele fosse lembrado? O que vocês esperam deixar de legado na cena da música eletrônica?

Nosso projeto faz 10 anos agora em 2024. Nesse período, fizemos muitos amigos na estrada, conhecemos muitas pessoas.. Isso é muito gratificante. Sair na rua e receber elogios de conhecidos e de fãs nos deixa muito orgulhosos.

Nós vamos amadurecendo a cada ano, descobrindo novas sonoridades. Nosso objetivo não é ter uma produção frenética, de muitas tracks sendo lançadas. O que queremos é ter a perseguição de “produzir, produzir e produzir”. Queremos entregar um produto de qualidade, sempre.

Estamos num momento de destaque no que diz respeito à criatividade. Nós devemos muito às oportunidades que têm surgido. Fazemos tudo de coração porque, no final das contas, o que está no centro de tudo isso é a música e o legado deixado é que qualquer um reconheça a identidade Fancy Inc facilmente!

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Imagens: Divulgação

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