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Conheça ARODES, um artista que não tem medo de ser criativo e experimental com seu som

Artista acaba de remixar para Vintage Culture e sua tour deve passar pelo Brasil em dezembro

  • Words: Rocío Flores, Photos: Julian DeSchutter
  • 4 October 2024

ARODES, produtor e selector de música espanhol de Alicante, agora baseado em Miami, é uma força global na indústria musical. Seja se apresentando em grandes palcos ao redor do mundo, curando sua amada série ‘Unreleased’ ou colaborando com uma diversidade de artistas, ARODES é um nome que ressoa entre music lovers pelo mundo.

A capacidade de ARODES de se conectar com seu público é incomparável. Desde cativar as multidões mais exigentes em festivais como Burning Man, Coachella, Sundream e Tomorrowland, até apresentar sua série de eventos e agora o selo ‘Unreleased’, ARODES sabe como ler a plateia e proporcionar uma experiência musical que permanece muito depois de cada evento.

Uma coisa que ficou clara para nós é que ele não tem medo de ser brincalhão e experimental, permitindo-se mergulhar em um oceano de diversidade sonora. Este mês tem sido ótimo para ele, não apenas pelo lançamento do single ‘Use Somebody’ na Unreleased Records em collab com Armada Music, mas também pelo anúncio de três shows durante o Amsterdam Dance Event.

Continue lendo e descubra o caminho surpreendente do espanhol, que nos deu uma conversa boa após o Burning Man, onde tocou em 10 shows entre B2B e solo sets.

INTERVIEW: ARODES

Oi, Adrian, obrigado por nos receber. Estamos muito animados em ter você aqui e falar sobre seu selo, música e muitas outras coisas fascinantes. O que pode compartilhar sobre o verão? O que gostaria de destacar?

Oi, muito obrigado! Estou muito feliz por estar na capa! Este verão teve muitos destaques, como você pode ver.

Começamos com nossa residência compartilhada no Playa Soleil, em Ibiza, onde dividi o palco com pessoas incríveis e artistas talentosos como Andrea Oliva, Echonomist, Mahmut Orhan, Shimza e outros.

Além disso, lançamos oficialmente o selo Unreleased Records, que representa totalmente meu som e estilo característicos.

Não é que sejamos stalkers, mas acompanhamos de perto suas postagens no Insta e vimos que você se divertiu muito na residência em Playa Soleil. Adoraríamos ouvir tudo sobre isso e tambem as principais lições.

Toda a equipe se dedicou muito para garantir que tudo ocorresse da melhor forma, desde relações públicas e marketing até a curadoria de uma escalação especial.

Durante a residência Unreleased, o foco foi priorizar boa música em vez de grandes nomes, e isso ficou evidente, pois as pessoas estavam em busca de música de qualidade. Foi uma celebração fantástica e rapidamente se tornou nossa festa favorita, todo mundo estava tão feliz.

Os artistas que se juntaram a nós me surpreenderam muito com sua música e versatilidade. Também apreciei que meu amigo Shimza esteve presente sempre que pôde; ele é alguém que respeito muito.

Ibiza, de certa forma, também é sua casa. O que mais te inspira na ilha?

Bom, moro em Miami durante o inverno, mas passo o verão em Ibiza. Ibiza é tudo para mim; é meu lugar favorito no mundo, por causa da vibe e do que representa para a música, mas também por suas praias e diversidade, a movimentação hippie se misturando com o que há de mais moderno.

Acredito que, se você planeja uma carreira na indústria da música eletrônica, Ibiza pode desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento do seu perfil. A ilha, seus locais e eventos são marcas globais muito fortes, e fazer parte dessa magia que acontece todos os anos é muito empolgante. Como DJ espanhol, é claro que tenho orgulho de Ibiza.

Como a música eletrônica entrou na sua vida?

De certa forma, a música sempre fez parte da minha vida; em casa, ouvimos muita música. Como você já sabe, minha mãe era professora de música. Quando eu tinha cerca de 18 anos, comecei a ir a Ibiza, onde me conectei pela primeira vez com a música eletrônica.

Sou de Alicante, então Ibiza é relativamente perto. Descobri essa cena e adorei, primeiro como consumidor de música eletrônica. Eventualmente, me mudei para Los Angeles em 2011 e comecei a me envolver cada vez mais em eventos e festivais como hobby. Desenvolvi uma boa rede de contatos com promotores, DJs, etc.

Meu passado era no futebol; desde criança, joguei esse esporte de forma quase profissional. Assim, do nada, comecei a ter as mesmas sensações de empolgação com a música que sentia quando era pequeno jogando futebol.

Alguns anos atrás, organizei uma festa em casa, e os DJs que tocaram lá deixaram seu equipamento comigo. Comecei a me concentrar e passei o dia praticando as habilidades de DJ, e continuei fazendo isso; era como um vício.

Um dia, tive a oportunidade de tocar em um clube em LA, depois em festas em casa, e senti uma felicidade imensa; o resto é história.

O que torna ARODES tão versátil e único, mas ao mesmo tempo identificável?

Uma das coisas das quais mais me orgulho é ter encontrado meu próprio som e estilo. Como verdadeiro amante da música, isso significa muito para mim.

O desenvolvimento do seu próprio estilo musical passa, é claro, por diferentes fases e nunca para. Esse é o desafio, e você precisa estar aberto a esse processo. Ser influenciado por toda essa música incrível que existe, como Afro House, Melodic Techno, Indie House etc., e ao mesmo tempo criar uma linha sonora específica como produtor e DJ é uma das coisas mais desafiadoras que já fiz na vida.

Adoro combinar diferentes elementos e estilos para criar essa nova imagem das minhas faixas. Hoje em dia, as fronteiras rígidas entre os gêneros já não existem, então é um momento muito empolgante para mim.

Como você pode ver, há muitas maneiras de criar sua identidade na música, e é divertido porque ser versátil é bom, dependendo do momento, do público e do lugar. Algo que considero importante como DJ é a improvisação; caso contrário, você se torna um artista de concerto. Ser DJ é sobre seu gosto musical e o que te motiva; busco criar e performar músicas que sejam um verdadeiro reflexo de quem sou—autêntico, sem desculpas, e algo que posso defender com orgulho em cada apresentação.

Recentemente, você lançou sua faixa ‘Use Somebody’ em colaboração com REDD. Um hino inspirador para um fechamento perfeito, como surgiu essa faixa?

Sempre amei a versão original do Kings of Leon; é uma das minhas músicas favoritas de todos os tempos. Uma vez, tive uma reunião com REDD, e ele trouxe a ideia; ele já tinha as vocais regravadas, e eu simplesmente amei.

Isso deu à faixa uma nova identidade que consegui traduzir para a música eletrônica. Começamos a trabalhar nela, e no primeiro dia em que a toquei, a reação da plateia foi incrível; tornou-se um hino.

Antes da data de lançamento, recebi muitas mensagens de DJs e pessoas que queriam que eu compartilhasse a faixa com elas. Esta versão de ‘Use Somebody’ é uma faixa de encerramento, para momentos emocionais, porque as pessoas conhecem a letra.

A faixa foi lançada pelo meu selo Unreleased Records em colaboração com a Armada Music, e estou muito feliz com essa colaboração; somos uma ótima equipe, eles são profissionais e pessoas muito legais que fazem um ótimo trabalho.

‘Use Somebody’ está esta semana em 4º lugar nas paradas de Afro House do Beatport e em 10º lugar nas paradas gerais do Beatport. Amigos como Andrea Oliva e Jan Blomqvist também têm colaborações com a Armada Music. Além disso, o CEO Maykel Piron veio assistir ao meu show em Cannes.

Além disso, lembro que você mencionou o lançamento da sua faixa ‘KIDZ’; por favor, conte-nos mais sobre isso.

‘KIDZ’ é mais voltada para os picos, com sintetizadores fortes e a presença de piano, que cria uma melodia cativante que leva a uma jornada interessante pela faixa. Ao mesmo tempo, o groove e a linha de baixo são intensos. Eu diria que essa faixa me representa muito bem.

Há maiores possibilidades de colaborar com artistas de outros gêneros que respeitam sua autenticidade, sem cair em egos, e que o resultado final seja sempre adequado.

Sim, vivemos numa era em que estigmas e barreiras estão caindo. Vemos cada vez mais que artistas “mainstream” ou de EDM querem alcançar o underground e vice-versa. Assim, essas colaborações começaram a surgir.

Para mim, isso é ótimo; no final, o público adora o que é novo, e no passado, esse tipo de colaboração era impensável. É bom porque você pode sair da sua zona de conforto, e quando faz isso, sempre cresce e ganha uma nova perspectiva.

Eu sempre digo que a música é o chefe! Você pode tentar colaborar, mas se o resultado não funcionar, simplesmente não funciona; não gosto de forçar as coisas. A música é uma união entre artistas e o público.

A música tem o poder de romper todos os tipos de barreiras, então essas novas colaborações entre artistas de diferentes mundos musicais podem ser fantásticas, pois reúnem artistas de diferentes países e origens, e o resultado pode te surpreender.

Uma parte importante dessa matéria de capa é o lançamento dos ‘Unreleased Events’. Qual é a essência que envolve tudo relacionado aos showcases?

Estamos muito felizes com isso. Com o ‘Unreleased’, estamos criando uma comunidade. Primeiro, a coisa mais crucial para nós é deixar a música falar por si mesma. Estamos tentando produzir eventos bem-curados, com excelente qualidade de som e shows de alto nível.

Também queremos dar visibilidade aos artistas em nossos showcases. O projeto começou há dois anos, e estamos crescendo. Neste verão, compartilhei uma residência na Playa Soleil em Ibiza com Andrea Oliva e no Void Mykonos.

Além disso, teremos um showcase no Amsterdam Dance Event e vamos fechar o ano na Argentina e, finalmente, no Brasil.

Qual é a linha musical do selo?

‘Unreleased’ terá uma linha musical que gira em torno de ARODES. Estamos abertos a qualquer coisa com a qual eu, como chefe do selo, possa me identificar.

A música precisa ter bons grooves e melodias, faixas que você escuta e pode sentir algo além do físico; essa é minha missão.

Já assinamos 30 faixas de outros artistas e minhas também. Temos um suporte fantástico de promotores, artistas e públicos que agora reconhecem nosso som.

Sabemos que você compartilhou a residência com Andrea Oliva em Ibiza na temporada. Mas também, está se preparando para se apresentar novamente com ele no ADE, com três shows. O que podemos esperar disso?

No dia 17, estarei organizando um evento no W Hotel durante o ADE, onde vou convidar amigos e família. No dia seguinte, faremos nossa estreia no The LOFT, com ‘Unreleased x All I Need’, com Andrea Oliva, Colyn, Mahmut Orhan, Shimza e Vintage Culture se juntando a nós.

Depois disso, teremos uma after party no The Crane. Estou realmente empolgado com isso. Andrea Oliva tem muita experiência e vê em mim a energia de alguém ansioso para alcançar grandes coisas. Nossa sinergia é fantástica, e ele também mudou um pouco seu som e fará parte do ‘Unreleased’ também.

Antes de encerrarmos, estou ansioso para ouvir sobre sua experiência transformadora no Burning Man. Como essa jornada única contribuiu para seu crescimento como artista e pessoa? Tenho certeza de que foi um marco significativo na sua evolução pessoal e artística.

Burning Man é meu lugar favorito. Fiz 10 shows, e cada apresentação foi um mix único do meu estilo pessoal e da energia do evento.

Fiz B2B com Vintage Culture, Shimza e Rodriguez Jr., além dos meus sets solo, um dos destaques. As pessoas com quem fui eram seres humanos extraordinários. Tivemos momentos fantástico e só coisas boas.

Nesta edição, me senti mais confortável comigo mesmo, e minha música foi tocada cada vez mais. Posso dizer que, nessa curva de aprendizado, aprendi a ser equilibrado e a gerenciar minhas emoções porque, como você sabe, navegar nesta indústria pode ser difícil e complicado.

Por exemplo, no Burning Man, aprendi a importância do autocuidado e da humildade, que aplico na minha vida diária. Recomendo a todos manterem seu equilíbrio, cuidarem da saúde, sempre manterem o foco e permanecerem humildes.

Falando sobre um futuro não tão distante, qual é a sua opinião sobre a IA? É uma ferramenta que oferece mais oportunidades para os artistas da indústria? Ou pode nos limitar de alguma forma?

Pode parecer uma ameaça, mas devemos sempre estar preparados para os avanços tecnológicos. Não me aprofundei muito nesse tema; ainda não a utilizei. Mas vi muitos artistas usando IA para criar vocais, etc.

Aproveitar essa tecnologia é algo inteligente. A vida está em constante evolução, e precisamos estar preparados para isso e flexíveis o suficiente para nos adaptar às mudanças.

Além de tudo isso, o que vem por aí? O que mais te deixa entusiasmado?

Estou muito animado com tudo que está acontecendo no meu selo. Como já mencionei, a música tem tantas facetas.

Alguns artistas preferem trabalhar sozinhos, mas eu sou uma pessoa que gosta de trabalhar em equipe e adoro construir uma família com minha música e showcases; estamos ajudando muitos artistas, recebendo novas músicas e criando sinergia; é lindo crescer todos juntos.

A temporada de verão foi muito importante para mim. Estou ansioso pelo ADE, teremos nossa festa ‘Unreleased’ no LOFT e em dezembro voltaremos à América do Sul. Também queremos fechar o ano no Brasil. Falando em Brasil, acabei de fazer um remix para Vintage Culture, então fiquem ligados.

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