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Interviews

Conversamos com 19:26, nova estrela do Techno Melódico que está prestes a desembarcar no país para o Zamna Brasil

Artista toca no Laroc dia 19 de abril; antes, tem 4 datas na Argentina

  • Redação
  • 15 April 2025

“Meu objetivo principal é fazer as pessoas felizes e retribuir o amor e apoio que recebo todos os dias. Quero oferecer algo que as faça se sentirem bem e que mexa com suas emoções. Em essência, é aproveitar essa motivação para promover felicidade e conexão, enriquecendo as vidas daqueles ao meu redor”.

Destacamos essa frase justamente pelo peso que ela carrega e pela sensibilidade que ela desperta, algo que Raffaele Sorrentini aka 19:26 faz muito bem através de sua arte, unindo passado e futuro para criar produções que atravessam diferentes dimensões e ressoam profundamente em quem as escuta.

Como uma figura relativamente nova do Techno Melódico, o artista sediado em Milão é um daqueles produtores que consegue manipular as emoções dos ouvintes de maneira mágica, como um maestro regendo sua própria orquestra.

Desde 2019, quando o projeto nasceu oficialmente, o italiano vem impressionando a indústria com apresentações fantásticas e lançamentos com uma alta carga melódica, já aprovados por artistas como John Digweed, Tale of Us, Fideles, BOg e Fur Coat.

O brilho da sua música também já reluziu em alguns dos principais selos de Techno melódico, incluindo ATLANT, Oddity, Jeahmon!, Zamna, Radikon, Afterlife e Siamese.

Entre seus lançamentos mais recentes, é preciso mencionar seu remix entregue para Woo York, ‘Talking To Myself’, lançado em setembro do ano passado pela Eleatics Records, além de sua collab com Mrak em ‘Reserva’, que saiu pela Afterlife em outubro. Neste ano, ele também remixou a faixa ‘Secrets Too Soon’, de Henri Bergmann e Wennink, single assinado pela Interstellar Recordings (Insomniac).

Agora, muito em breve, 19:26 estará no Brasil como parte do grandíssimo lineup do Zamna Brasil, que está de volta à Valinhos com uma nova edição no Laroc Club, dia 19 de abril.

Aproveitamos esse ótimo momento para desvendar mais alguns mistérios da carreira de 19:26.

Q+A: 19:26

Olá, Raffaele, obrigado por nos atender. Seu projeto é relativamente novo na cena, idealizado em 2019. Antes disso, você trabalhava como advogado, certo? O que te fez mudar de ideia e apostar na carreira musical? Sabemos, inclusive, que seu nome artístico tem relação com isso… pode nos contar mais detalhes?

Sim, eu era advogado. E era bom nisso. Poderia ter continuado, escolhido o caminho seguro, construído uma vida que parecesse certa por fora. Mas não conseguia conviver com a versão de mim que não tentou.

A música não era um hobby. Era o único lugar onde eu sempre quis estar, e o plano de escape desde o início. O motivo real? Liberdade. Na música, sou apenas eu, o som e as pessoas. Só isso.

Foi em 2023, porém, que você teve o seu principal lançamento, “XX”, marcando sua estreia pela label do Adriatique, a Siamese. A faixa hoje já possui mais de 2,2M de plays só no Spotify. Você esperava todo esse sucesso ou foi algo que superou suas expectativas?

Não esperava, sinceramente. Tudo aconteceu rápido e de forma espontânea, natural. XX foi a primeira faixa em que senti que as pessoas realmente me enxergaram. Não só o produtor, mas a pessoa por trás do som.

Meu gosto, minha visão, minha energia. Recebi mensagens de gente dizendo que a música fez parte de momentos que mudaram suas histórias. E é isso que importa pra mim. Essa faixa abriu portas na indústria, sim, mas, mais importante, dentro de mim.

Você tem colaborado muito com Mrak recentemente, e parece que são quase inseparáveis. Pode nos contar como nasceu o hit Reserva na Afterlife?

Na verdade, é uma história engraçada. Estávamos em Tulum em janeiro de 2024, na vila do Carm depois do último show da Afterlife. Era um daqueles jantares longos com amigos, artistas e colaboradores.

O Carm sempre leva seu estúdio com todo o equipamento quando está em turnê, então a criação é constante. Naquela noite, começamos a trabalhar no que viria a ser ‘Reserva’ — a melodia principal veio primeiro, depois fomos adicionando o resto: samples, pads, batidas... tudo no meio daquele jantar caótico, entre os pratos.

Foi surreal — como uma performance ao vivo acontecendo dentro de uma sessão de estúdio, rodeados de gente que assistia ao processo criativo se desenrolar. Em algumas horas, a faixa estava quase pronta.

E todos na sala sabiam que algo especial tinha acontecido. Ah, e a vila ficava no meio de uma reserva natural, numa parte remota de Tulum. Na estrada para chegar lá, havia uma placa escrita "reserva". Daí veio o nome.

Como você se prepara para uma apresentação em uma cidade com fãs tão apaixonados?

Gosto de sentir as vibrações da cidade onde vou tocar. Observo muito — especialmente no trajeto do aeroporto ao hotel. Cores, pessoas, atmosfera. No hotel, tento relaxar ao máximo.

Tenho alguns rituais: ouço e baixo as novidades que recebi, preparo minha roupa para a noite, ligo pro meu manager e saio para jantar. Geralmente, chego no clube pouco antes do set. Adoro a transição repentina do silêncio do quarto para o caos eufórico da pista.

Ainda falando sobre lançamentos, em março, você remixou a faixa ‘Secrets To Soon’ de Henri Bergmann e Wennink, estreando na Interstellar Recordings (Insomniac). Pode nos falar um pouco sobre como essa faixa ganhou vida?

‘Secrets Too Soon’ é na verdade o segundo remix que faço para Henri Bergmann, depois de ‘Higher Dimension’ há alguns anos, e não é coincidência. Sinto uma conexão forte com sua visão musical, especialmente aquelas nuances indie que ela mistura com a eletrônica.

O que mais me chamou atenção nessa faixa foram o lead principal e, principalmente, os vocais do Wennink. Foi por ali que comecei. Daí, trouxe minha abordagem mais techno. Imaginei uma versão que funcionasse melhor nas pistas, brincando com os contrastes que gosto: emoção etérea versus impacto físico afiado.

No drop principal, adicionei um elemento totalmente novo, algo que imediatamente pareceu fresco e necessário. Acho que foi isso que me convenceu a seguir com o remix. Virou o tipo de faixa que eu queria — e precisava — ter nos meus sets.

Agora falando mais sobre seus shows. Você tem viajado bastante nos últimos meses, tocando em grandes clubs e festivais pelo mundo, e em breve estará fazendo uma tour especial pela América Latina, com quatro apresentações na Argentina e uma no Brasil, em uma nova edição do Zamna. Como estão suas expectativas e a preparação para essas gigs?

O Brasil é especial. Já toquei aí duas vezes, e ambos os shows foram únicos, mas o set do ano passado na LaRoque, B2B com Adam Sellouk, foi diferente. A energia, o público, a conexão... inesquecíveis!

Disponibilizei o set completo no meu canal do YouTube, e a resposta foi avassaladora. Tantas mensagens, tanto amor. Desta vez, farei minha estreia no palco AME e tocando das 3h às 5h, meu horário preferido. Noite profunda, energia pura. Mal posso esperar!

Uma curiosidade nossa: seus setlists são formados mais por músicas autorais ou você busca mesclar também com parte da sua pesquisa e promos recebidas?

Meus sets são construídos principalmente em torno das minhas faixas e colaborações, mas também toco muita música de artistas que admiro. É uma mistura.

Eu fuço todos os dias — sou quase obsessivo nisso. Pesquisa e curadoria são duas das minhas paixões e gosto de pensar que estão entre minhas maiores habilidades.

O que vem por aí para o 19:26 em termos de música nova? Sabemos que há faixas suas que o público aguarda há tempos. Podemos esperar lançamentos originais em breve?

Tem muita música nova a caminho — começando nas próximas semanas. Tenho dois EPs chegando que significam muito pra mim, cada um marcando uma fase da minha jornada, incluindo colaborações especiais. Também há um remix e um single planejados — tudo antes do fim de 2025. Não posso falar mais por enquanto.

Agora que estamos chegando no final da nossa conversa, não podemos deixar de perguntar: quais são seus planos para 2025? Há boatos de um álbum vindo aí, acompanhado de uma live performance. É uma informação concreta? Obrigado, Raffaele!

No futuro próximo, quero criar meu próprio show, algo que me permita explorar minha visão e estética além da música.

Um espaço onde diferentes formas de arte convivam e falem a mesma língua. E onde eu tenha 100% de controle. Minha equipe e eu estamos trabalhando nisso.

19:26 South America Tour Dates

- March 29 – Once Club, Rosario (AR)

- April 5 – Elements, Buenos Aires (AR) (B2B with Adam Sellouk)

- April 11 – VRUTA, Corrientes (AR)

- April 12 – Rue Rêves, Mar Del Plata (AR)

- April 19 – Zamna Brazil @ Laroc Club, São Paulo (BR)

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Imagens: Divulgação

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