Conheça a trajetória de Ekanta com a gravadora Vagalume Records
A DJ e produtora possui grande parceria com a label para depositar sua criatividade psicodélica
O Psytrance nacional provavelmente não seria o mesmo sem dois grandes nomes veteranos do cenário. De um Lado, Ekanta, do alto dos seus 25 anos de carreira, uma das primeiras inspirações para muitas DJanes brasileiras. De outro, Vagalume Records, a plataforma de consolidação de muitos artistas da cultura psicodélica, tendo lançado mais de 100 projetos musicais, entre VAs, álbuns e EPs.
Acostumada às pistas dos quatro cantos do país, a artista – que passou a ser representada recentemente pela Season Bookings - aterrissou primeiro na Vagalume em 2015 com “Raízes Eletrônicas”, seu álbum de estreia. As 7 faixas do LP viajaram dos 108 aos 142 BPM, com direito a collabs com nomes já expressivos do cenário naquele período, a exemplo de Second e Formatick.
“Meu relacionamento com a Vagalume Records é um caso antigo! Começou no início da gravadora, há 20 anos atrás. Porém, Raízes Eletrônicas foi meu primeiro álbum e primeiro lançamento pela label. Um projeto que foi concebido para valorizar a cultura brasileira dentro do mundo eletrônico, uma proposta diferente para a época, principalmente no Psy Trance, misturando hinários de Santo Daime, Pontos de Umbanda e muita percussão a esse universo de beats e bytes”, conta Ekanta.
Raízes Eletrônicas viria a ser um marco em sua assinatura sonora, um grande lembrete de que a psicodelia fica mais interessante se misturada a elementos da rica cultura brasileira.
Ainda naquele ano, Ekanta uniu-se ao Logica para a mística faixa “Juremix”, em menção à planta medicinal psicoativa muito comum na região Nordeste.
“Tenho uma história bem linda com as medicinas e com algumas doutrinas, não sigo nenhuma em específico, mas me identifico com várias. Sinto a conexão com meus guias e a Jurema, além de ser a mimosa hostilis, uma planta utilizada em cerimônias para a expansão da consciência, é também uma entidade, a Cabocla Jurema, filha do cacique Tupinambá que sempre me guiou. Então essa track em especial é uma homenagem a ela e às experiências que tenho vivido com as plantas de cura. Tento passar isso na música e nos meus sets, trazer ‘cura’ pras pessoas, portanto sempre recorro a essas fontes nas quais eu acredito”, comenta Ekanta.
Alguns anos se passaram e Ekanta retomou suas parcerias, desta vez com Krunch em “Flow”, mais hipnótica do que nunca. Então, a DJ e produtora firmou de vez a Vagalume como sua segunda casa ao lançar mais um álbum de estúdio, “Vozes”, poderoso compilado de 9 faixas que foi ainda mais fundo nas suas vivências com a espiritualidade.
“Vozes” reforçou o apelo cultural fortíssimo de Ekanta, que inseriu trechos especiais nas suas faixas, como os vocais de crianças da aldeia moçambicana de Muzumuia, versos de cura de Jana Luia.
“Quando pensei em produzir um outro álbum, não tinha ideia do que viria, mas quando estamos conectados, ouvimos aos sinais, as vozes, e foi justamente isso que aconteceu… a primeira track foi o ‘Ponto das Caboclas’, daí na concepção da segunda literalmente ouvi vozes me guiando. Podem chamar de inspiração, de criatividade, mas no meu coração foram ‘chamados’ para o caminho a seguir. Numa época de pandemia na qual ou você evolui ou você evolui, eu estava em contato com uma nova medicina extraída de um sapo, o bufo alvarius, o que me despertou ainda mais para a conexão com minha própria espiritualidade”.
Pela frente, para reforçar ainda mais esses laços com a Vagalume, Ekanta deve fazer a curadoria de mais uma edição do VA 303Stage, desta vez batizado de Fairy Tales, compilação que será formada 100% por produtoras mulheres. O lançamento está previsto para outubro e você pode ficar por dentro seguindo a gravadora e a artista no instagram.
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