Cientistas acreditam que podem ter descoberto uma "cura" para a perda auditiva
Especialistas da Escola de Medicina de Harvard descobriram uma maneira de regenerar as células ciliadas dentro das orelhas de camundongos
Cientistas acreditam ter descoberto uma solução potencialmente "inovadora" para perda de audição, que poderia regenerar as células ciliadas dentro de nossos ouvidos.
Uma equipe de especialistas da Escola de Medicina de Harvard, liderada pelo Dr. Zheng-Yi Chen, descobriu uma maneira de utilizar "RNA interferente pequeno" (siRNAs) - moléculas semelhantes a medicamentos que interferem na expressão de genes - para regenerar com sucesso as células ciliadas cocleares em camundongos, "reprogramando" as vias genéticas no ouvido.
As células ciliadas cocleares são um grupo de pequenos pelos dentro do ouvido interno que atuam como o órgão "sensorial" do nosso ouvido - permitindo-nos ouvir.
Enquanto aves, peixes e répteis conseguem regenerar essas células após ficarem surdos, os mamíferos não conseguem - o que significa que a perda auditiva tende a ser permanente.
A maioria das perdas auditivas em humanos ocorre devido a danos nas células ciliadas da cóclea devido a fatores como desgaste pelo envelhecimento ou devido a exposição a ruídos altos, como música alta.
No entanto, essas novas descobertas - publicadas no jornal Proceedings of the National Academy of Sciences - poderiam significar que as vias que permitem a regeneração poderiam ser ativadas com sucesso em humanos.
"Essas descobertas são extremamente empolgantes porque, ao longo da história do campo da perda auditiva, a capacidade de regenerar as células ciliadas em um ouvido interno tem sido considerada como um verdadeiro Santo Graal", disse Zheng-Yi Chen, professor associado da HMS, em um comunicado.
"Pense em um freio ao dirigir um carro", explicou Chen. "Se o freio estiver sempre acionado, você não pode dirigir. Encontramos um siRNA que pode remover o freio nessa via genética."
A equipe de Chen acredita que o método agora poderia lançar as bases para testes em animais maiores e, potencialmente, em humanos no futuro. "Agora temos um coquetel semelhante a um medicamento que mostra a viabilidade de uma abordagem que podemos explorar para futuras aplicações clínicas", diz Chen.
Apesar do sucesso inicial nos testes com ratos, a resposta da terapia com siRNA em mamíferos ainda é um trabalho em progresso, e muitos experimentos que resultaram em aplicações bem-sucedidas em outros mamíferos não apresentaram o mesmo benefício em humanos.
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