Um passeio pelas histórias de pista do renomado Renato Ratier
Ele discoteca desde 1996 e guarda muitas recordações especiais na memória
Como um profissional multifacetado e um artista prolífico Renato Ratier colabora há muitos anos para o crescimento da cena underground nacional, uma história que começou a ser escrita no final dos anos 90, ganhou corpo com o icônico D-Edge nos anos 2000 em Campo Grande, e que criou raízes quando o espaço mudou-se para São Paulo, em 2003.
Mas não é apenas no seu clube de criação que ele soma inúmeras histórias, afinal, já participou de festivais icônicos como Skol Beats e viajou o mundo tocando nos principais clubs e festas do globo.
Um resumo desse gigantesco livro de experiências musicais ele compartilha com exclusividade à Mixmag:
Mixmag: Renato, vamos voltar um pouco lá no começo da sua história: como e quando foi sua primeira gig de fato? Quais são as memórias que você traz desse momento?
Já me perguntaram isso algumas vezes e eu não me recordo exatamente de qual foi a primeira “oficial”, porque eu comecei tocando em umas festas pequenas que eu organizava com alguns amigos, em sítios, casas, então eu sinceramente não me lembro… mas foi em alguma dessas por volta de 1996, trazíamos alguns DJs de fora e eu sempre tocava também, rolava direto, se não me engano até o Renato Lopes estava com a gente em uma dessas iniciais...
Hoje você soma mais de 25 anos de carreira. Se pudesse elencar algumas das apresentações que mais te marcaram até aqui, quais seriam? Relembre pelo menos três pra gente?
Acho que meu primeiro closing no Amnesia em Ibiza, fechamento do Skol Beats em cima da hora, minha primeira vez no Melt festival na Alemanha foram inesquecíveis!
Thanks #ibiza #hyte #amnesia
Posted by Renato Ratier on Saturday, August 29, 2015
Entre tantos anos de pista, teve alguma gig em que você passou por algum contratempo ou perrengue? Algo que você não vai esquecer tão cedo?
Teve algumas, claro. Uma no club vibe na qual uma menina não parava de falar comigo na frente da cabine, ela ficava pedindo música com letra, até que falei se ela queria letra p ir p casa ler um livro [risos].
De repente voa um copo na minha direção que bate na parede de vidro atrás de mim, não me acertou, mas molhou meu equipamento e também do iluminador, ela foi retirada e colocada na blacklist, rs.
Posted by Renato Ratier on Tuesday, July 19, 2016
Teve outra no começo da minha carreira em Cascavel, no auge do hard techno, que em algum momento fui diminuindo o BPM e fui migrando pro House, quando toquei um remix do Michael Jackson me atiraram uma lata de energético…
Acho que hoje as pessoas têm muito mais conhecimento e respeito, pelo menos é o que espero!
Você tem um ritual pessoal, que você faz antes de se apresentar em grandes palcos? Alguma preparação especial?
Sempre procuro ter uma organização, isso me deixa com segurança e autoconfiança, acredito que não só pra mim mas para todo DJ faz muita diferença.
Já se meteu em alguma furada?
Várias vezes já toquei em lugares onde o rider não estava correto, principalmente quando eu me apresentava somente com vinil.
Teve uma que realmente ficou na lembrança, foi no norte do Brasil, uma dupla internacional super conhecida na época pediu para invertermos de horário pois eles tinham um voo internacional e ficaria melhor para eles, eu disse que sim, sem problemas… cheguei no novo horário com 30 min de antecedência, quando deu meu horário eles pediram mais 1 hora, aí eu disse ‘ok’, quando deu o horário pediram mais 1 hora e assim foi... achei a maior falta de respeito e profissionalismo!!
E você prefere a atmosfera de club ou de festival? Qual ambiente mais te agrada quando você tá no comando da cabine?
Adoro os dois, realmente as duas experiências pra mim são da mesma importância.
E dentre todos os grandes festivais nacionais que você já se apresentou, qual deles foi o mais impactante para você e por quê?
Difícil hein, foram muitos... mas tenho uma carinho e relação muito especial com a Tribaltech e XXXperience.
Tribaltech 👊🏻❤️
Posted by Renato Ratier on Friday, October 20, 2017
Acreditamos que a grande maioria dos artistas sonha em ter uma apresentação no canal da Boiler Room. Você já tem o seu, direto do showcase do BR em Salvador. Como foi a sensação de gravar esse episódio que tantos artistas um dia sonham realizar? Quais lembranças você traz desse dia?
Foi muito especial, essa edição contou com artistas que admiro muito como Louie Vega, Fatnotronic e Seth Troxler.
Inclusive teve um projeto especial do Boiler Room com a Ballantine's comigo e com o Seth na qual através de 3 dias de gravações conosco indo em aula de dança, garimpo em loja de discos, experiência gastronômica e no final um remix para Seth que também contou com um outro para Julia Govor, foi realmente um projeto muito rico pra mim!
Certamente você também já fez muitos b2b’s também… quais foram os mais difíceis — no sentido de desafiadores — que te marcaram até aqui?
Nossa, foram muitos, Loco Dice, Maceo Plex, Solomon, Miss kittin, Luciano, para citar alguns históricos... mas teve um no Warung com Guy Gerber que foi o mais difícil, eu estava no vinil e ele com traktor abrindo mais dois canais ao mesmo tempo, não foi fácil [risos].