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Heisen lança novo EP 'Padalam' em parceria com Rick Bonadio e promete inovação na cena eletrônica
Em entrevista exclusiva, o artista revela detalhes sobre sua colaboração com Bonadio
Matheus Guilherme a.k.a. Heisen se tornou uma grande promessa do melodic techno. Mas para alcançar uma identidade sonora tão marcante, ele reúne referências de outras diversas vertentes da música eletrônica.
O EP “Padalam”, lançado nesta sexta-feira (28) em colaboração com Rick Bonadio, é o exemplo disso. Para entender a trajetória desse artista que cria conexões magnéticas com o público, fizemos uma entrevista exclusiva que você pode conferir a seguir:
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Q+A: Heisen
Seu novo grande lançamento é uma colaboração com Rick Bonadio, a “Padalam”. Como surgiu essa parceria e o que os fãs podem esperar dessa faixa?
A parceria com o Rick aconteceu de uma forma muito natural. Ele já tem uma bagagem forte na música eletrônica, além do rock, e sempre teve um olhar muito aberto para novas possibilidades sonoras.
A gente começou a trocar ideias sobre produção, influências e sobre como poderíamos criar algo que unisse nossas visões de um jeito autêntico. A "Padalam" nasceu desse processo. Ela tem uma pegada afro house, com synths distorcidos e um vocal indiano que traz aquela atmosfera intensa de festival.
O objetivo foi construir uma faixa que tivesse energia, mas que ao mesmo tempo criasse uma experiência imersiva na pista. É um som que mistura ritmos tribais com uma sonoridade mais moderna, e estou muito animado para ver como a galera vai reagir.
Sabemos também que você está trabalhando em um novo EP. Pode nos dar um spoiler sobre o conceito e o que o diferencia dos seus trabalhos anteriores?
Sim, esse EP é um projeto muito especial porque é uma collab com o ArtG, um artista que eu admiro muito. A gente já vinha conversando há um tempo sobre fazer algo juntos.
O conceito do EP gira em torno de imersão e construção de ambiente. Sempre me preocupo muito com a atmosfera que a música cria na pista, e dessa vez quis levar isso para um novo nível.
Tem bastante trabalho de camadas sonoras, detalhes sutis que só aparecem depois de algumas audições, e uma dinâmica que mantém a energia fluindo do começo ao fim.
Acho que o grande diferencial desse trabalho é como cada faixa se conecta, criando uma experiência contínua e envolvente.
Que legal! Bom, no ano passado, você lançou “My Guide” pela D.O.C. Records, com um remix de Gui Boratto. Como foi essa experiência e o impacto dela na sua carreira internacional?
Foi uma experiência incrível. Sempre fui fã do Gui Boratto, então ter um remix dele para a "My Guide" foi algo muito especial para mim.
O lançamento pela D.O.C. Records me abriu muitas portas, principalmente fora do Brasil, porque a label tem uma visibilidade muito forte no cenário internacional.
O impacto foi imediato, recebi muitos feedbacks positivos de DJs e produtores que admiro, e isso me ajudou a expandir minha rede de contatos.
Além disso, ver a faixa sendo bem recebida em diferentes mercados me deu ainda mais certeza de que estou no caminho certo e que minha sonoridade tem espaço para crescer globalmente.
Sobre sua sonoridade… Sua trajetória vai do Techno ao EDM, e seu diferencial é a fusão destes estilos. Como você constroi essa identidade sonora nos seus sets?
Eu gosto de pensar nos meus sets como uma jornada. Sempre tento equilibrar energia, emoção e surpresa para manter a pista envolvida do começo ao fim.
Minha sonoridade tem muita influência do techno peak time e do melodic techno, mas com elementos que trazem uma pegada mais épica e envolvente.
Eu gosto de usar breakdowns bem construídos, sintetizadores expressivos e grooves marcantes, criando momentos que geram conexão com o público.
Também exploro bastante a dinâmica entre tensão e liberação, para que cada transição faça sentido dentro da história que estou contando no set.
Acho que o que me diferencia é essa mistura de referências, que vão desde Swedish House Mafia e Hardwell na construção de energia, até nomes mais conceituais do techno como Victor Ruiz, Rødhåd, Raxon, Joseph Capriati e Marco Faraone.
Cada um desses artistas tem uma característica única - o Victor com suas basslines marcantes e melodias hipnóticas, o Rødhåd com sua abordagem mais atmosférica e densa, e tanto o Capriati quanto o Marco Faraone com aquela energia forte de pista.
Eu gosto de absorver um pouco de cada um e trazer isso para os meus sets de uma forma que soe natural dentro da minha identidade.
No final, o que importa para mim é que a música faça sentido na pista e crie momentos memoráveis para quem está ouvindo.
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Imagens: Divulgação