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Deeplomatik fala sobre retorno à Adesso Music e seu novo single ‘The Beginning’
Release foi escolhido para ser o primeiro de 2025 da gravadora
Deeplomatik é um nome reconhecido na cena eletrônica global, com uma carreira sólida que já dura mais de 25 anos.
Nascido na Polônia, o DJ e produtor se consolidou ao longo da última década como um nome relevante do Tech House, lançando em selos renomados como Salted Music, Safe Music, Mood Funk Records e seu próprio SpekuLLa Records.
Além das produções autorais, ele já foi agraciado com remixes de Miguel Migs e The Deepshakerz, e viu até Carl Cox tocar 5 de seus lançamentos durante seu set no Burning Man em 2017 — história que nos aprofundamos em mais detalhes na entrevista.
Após uma série de lançamentos bem-sucedidos em 2024, Deeplomatik retornou ao catálogo da Adesso Music no início deste ano com seu mais novo single, "The Beginning", trabalho que marcou o primeiro lançamento do selo em 2025.
Neste bate-papo com ele, o artista compartilhou mais detalhes por trás do novo trabalho, a importância de manter a consistência em um cenário tão disputado como o atual e falou ainda sobre sua relação com o Brasil.
Leia enquanto você escuta o novo single:
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Q+A: Deeplomatik
Olá, Deeplomatik. Obrigado por nos receber. Você está de volta à Adesso Music com ‘The Beginning’, que também foi o primeiro lançamento do selo em 2025. Como surgiu essa parceria com a Adesso inicialmente? E para esse novo trabalho?
Olá, pessoal! Obrigado por me receberem nesta entrevista. Minha parceria com a Adesso Music começou em 2022, quando tive a oportunidade de lançar o single “Hustle Tribes” junto com Dave Mayer.
Depois, The Deepshakerz fizeram um remix da track, e o lançamento foi um grande sucesso, atingindo o 1º lugar no chart de Tech House da Traxsource duas vezes.
Foi uma estreia incrível com a Adesso, e sou muito grato a toda a equipe do selo e ao Junior Jack por me acolherem. Este ano, volto ao selo com meu single solo, “The Beginning”.
O single traz uma sonoridade mais tribal e densa, uma atmosfera que você gosta de explorar bastante, não é? Quais foram as influências e inspirações por trás de “The Beginning”?
Muita gente me conhece como um amante apaixonado por disco e funk. Sempre fui um digger quando se trata de samples desses gêneros. Cresci ouvindo funk, e ele é uma das minhas principais inspirações há muitos anos.
O sample principal que usei em “The Beginning” pode lembrar produções do The Chemical Brothers ou de Norman Cook, mas originalmente vem de um álbum antigo e esquecido de funk: Drumbeat de Jim Ingram, um álbum de funk psicodélico e spoken-word de 1974.
O trabalho tem raízes em ritmos e percussão africanos, o que me inspirou a misturar esses elementos com minha produção de tech house e influências afro.
Em 2024, você teve vários lançamentos. Pelo que contamos, foram 10 ou mais EPs, além de diversos singles. Para você, manter uma produção constante e lançar com recorrência é algo importante?
Hoje em dia, há uma quantidade esmagadora de música sendo lançada. Muitos novos produtores estão surgindo, e, infelizmente, a qualidade nem sempre está onde deveria.
Porém, acredito que um artista deve criar o máximo possível, mantendo alta qualidade e criatividade em suas tracks. Lançar com frequência é importante porque ajuda os artistas a permanecerem visíveis na indústria musical altamente competitiva de hoje.
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Com tantos anos de carreira, você já consolidou sua própria identidade sonora. Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao longo desses anos até encontrar o seu verdadeiro som?
Ainda estou desenvolvendo meu estilo e sonoridade, e acredito que, como artista, crescimento e evolução são essenciais. Como também sou músico, consigo transitar entre diferentes estilos com naturalidade.
Produzo música sob vários pseudônimos, cada um dedicado a gêneros como house, disco, techno, reggae e drum & bass. Mesmo após mais de 25 anos na indústria, ainda tenho uma paixão imensa por produzir e compor.
O que você mais valoriza em suas apresentações ao vivo? Como a experiência no palco influencia sua produção em estúdio e vice-versa?
Deeplomatik: Para mim, os dois ambientes se misturam perfeitamente. Estou sempre entre o estúdio e os shows constantemente. Adoro improvisar no palco e nunca preparo 100% do meu set com antecedência.
Sempre tento incluir elementos novos e únicos nas minhas performances de DJ, mantendo uma estrutura groove e precisa. Claro, uma das maiores alegrias como produtor é testar tracks inéditas nas pistas e ver a reação do público.
Falando em apresentações, achamos curiosa a história de que Carl Cox tocou 5 faixas suas em uma apresentação no Burning Man, em 2017. Pode nos contar mais sobre isso? E de quais outras estrelas você também já conquistou suportes?
Participei de uma competição internacional de DJs em Ibiza, onde fui um dos 5 finalistas, escolhidos entre DJs de mais de 40 países. Pete Tong me selecionou para as semifinais, onde Carl Cox e Luciano (da Cadenza) foram meus mentores.
Carl Cox recebeu um USB com minhas tracks e, semanas depois, tocou-as no Burning Man. Este ano, minhas músicas foram tocadas lá novamente, desta vez por Madmotormiquel.
Também sou incrivelmente grato pelo apoio de Jamie Jones (no Cercle), Mark Knight (na Kiss FM e Toolroom Radio), MK, Todd Terry e muitos outros nomes lendários. O apoio deles significa muito!
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Gostaríamos de saber também seu envolvimento com a cena brasileira. Você acompanha algum DJ/produtor/gravadora daqui? Já tocou no país ou ainda está nos planos fazer uma turnê pela América do Sul?
Ahhhh, eu adoraria visitar a América do Sul! Acompanho a cena internacional de perto e devo dizer que o Brasil tem uma cultura clubber em rápido desenvolvimento.
Há tantos artistas e selos talentosos, e vejo que o cenário de festivais também está crescendo. Conheço o DJ brasileiro Alexiz BcX, do Rio, que encontrei em Ibiza, e sempre estou de olho em mais talentos do seu país.
Por fim, quais são os projetos ou parcerias que estão no seu radar e o que podemos esperar de você nos próximos meses? Obrigado!
Há uma lista enorme de projetos chegando como Deeplomatik e sob meu segundo alias principal, Seb Skalski. Tenho colaborações empolgantes com cantores incríveis!
Também administro meus três selos: SpekuLLa Records, SpekuLLa Traxx e Culture Tone Recordings, onde lanço minha música e apoio talentos emergentes de vários países. Mando boas vibes a todos — fiquem ligados e obrigado pela conversa!
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Imagens: Divulgação