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Interviews

Falamos com o produtor italiano Mowgli, que acaba de lançar uma obra atemporal de House: ‘It’s So Good’

Assinada pela sua própria label, Disco Volante, a faixa foi produzida sem a utilização de samples ou plugins

  • Redação
  • 13 June 2025

Com mais de duas décadas de estrada, o produtor italiano Mowgli é daqueles artistas que não se acomodam e não aceitam seguir pelo caminho mais óbvio.

Depois de acumular passagens por selos como Defected, Ministry of Sound e gigs nos maiores festivais do planeta - de Tomorrowland a Ultra - ele decidiu tirar o pé do acelerador do circuito de turnês e mergulhar no estúdio com ainda mais profundidade.

O resultado dessa nova fase é um som mais pessoal, mais refinado e que valoriza, acima de tudo, o processo criativo em sua forma mais artesanal, afirmação perfeitamente exemplificada através do seu novo single, ‘It’s So Good’.

Lançado pela sua própria gravadora, Disco Volante, a faixa nasceu do desejo de homenagear um clássico do soul - ‘When Someone Loves You Back’, de Teddy Pendergrass - e foi reconstruída do zero ao lado de músicos no estúdio, sem utilizar nenhum tipo de sample ou plugin.

Na entrevista a seguir, Mowgli fala sobre os bastidores dessa produção especial, reflete sobre sua trajetória na música eletrônica e compartilha seus próximos passos. Confira:

Q+A: Mowgli

Olá, Mowgli. Obrigado por nos receber. Gostaríamos de começar falando do seu novo lançamento: como surgiu a ideia de revisitar um clássico do Teddy Pendergrass e transformá-lo nessa faixa incrível que é ‘It’s So Good’?

Eu estava em casa ouvindo música disco antiga, e essa música apareceu. Fiquei fisgado pela seção de cordas. Acho que é tão grudenta e que seria perfeita para uma releitura clássica do house.

Você mencionou que gravou tudo com músicos ao vivo. Qual foi o maior desafio de trabalhar dessa forma? O processo foi muito mais longo ou cansativo?

Bom, obviamente é mais longo e desafiador — não diria cansativo, porque foi divertido. Não podemos esquecer que também é mais caro!

Você precisa reservar tempo em estúdio e pagar músicos de sessão. O maior desafio é reunir todos esses músicos incríveis.

Você já havia explorado esse tipo de abordagem antes ou foi algo completamente novo para você como produtor?

Nesse nível, com uma seção de cordas completa, sopros e até um arp, foi algo totalmente novo para mim.

Você lançou essa faixa pela sua própria gravadora, a Disco Volante. Como tem sido a experiência de gerir o selo? Você faz tudo sozinho ou conta com alguns parceiros ao seu lado?

Tenho uma equipe, caso contrário não faria (e nem conseguiria). Já tive um selo anos atrás, então já tinha o conhecimento.

A melhor parte de ter seu próprio selo é a independência total. Nesta fase da minha carreira, quero lançar o que eu quiser, quando eu quiser.

O selo estava sem novos lançamentos desde setembro… foi uma pausa estratégica? A ideia é aumentar o fluxo e receber também outros artistas ou você não tem essa pretensão?

No ano passado, lancei alguns discos só para testar as águas e ver se tudo corria bem do ponto de vista da distribuição. Com este próximo lançamento, começamos a levar a sério. E sim, vamos lançar outros artistas no futuro, mas não estou com pressa por agora - tenho muita música minha para lançar.

Você sempre teve uma relação muito autoral com a produção, inclusive escrevendo letras e evitando seguir os caminhos mais fáceis. De onde vem esse ímpeto?

Bom, obrigado pelo elogio, mas não sei bem como responder. É do meu jeito, acho. Não é que eu queira evitar algo ou fazer diferente dos outros.

Talvez eu apenas me entedie facilmente e me atraia por qualquer coisa original. Até nos projetos inacabados do meu PC, tem desde batidas de hip hop até drum and bass e tudo mais. Gosto de experimentar, com certeza.

Falando em tempo: você imagina voltar a fazer turnês em breve ou o estúdio continua sendo sua prioridade principal por enquanto?

A ideia é voltar a fazer turnê, mas não tanto quanto antes. Tenho três filhos agora, quero estar presente para eles.

É verdade que ‘It’s So Good’ pode ser o início da construção de um álbum para o próximo ano? Você está planejando isso?

Já tenho tracks suficientes para um álbum, então sim, estou pensando nisso. Fazer um álbum no nosso estilo não é tão comum hoje em dia, mas sou nostálgico nesse sentido. Valorizo as memórias da época em que você comprava um álbum e ouvia do início ao fim.

Para finalizarmos, alguma outra novidade futura que você gostaria de compartilhar com seus fãs? Obrigado!

Tem um remix que fiz há 20 anos. Meu primeiro remix de todos, eu era um moleque. Chama-se “Party Boppa”. Até hoje é um sucesso no Brasil.

A nova geração ainda toca. Quero refazê-lo e talvez envolver novos produtores brasileiros para criarem suas versões. Então, fiquem de olho!

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Imagens: Divulgação

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