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Expoente de uma nova cena Techno no Panamá, Bruce Zalcer comenta a cena de lá e a sua história inspiradora

DJ e produtor está à frente da festa Dialectic e tem lançamentos nas labels Suara e JAM

  • Rodrigo Airaf
  • 9 February 2023

O tempo não para para quem se dedica ao que ama e isso é o que guia o DJ, produtor e agitador cultural Bruce Zalcer.

Em uma movimentação intensa em sua vida, o artista, que já era instrumentista desde os seus 6 anos, abandonou uma longa carreira corporativa para se tornar um fomentador da cena da sua cidade de origem, Cidade do Panamá, e um produtor de Techno digno de estar no catálogo da Suara, label comandada por Coyu, e da JAM, do Sam Paganini.

À frente da Dialectic, festa que criou a possibilidade de o público panamenho experimentar uma sonoridade mais bunker de Techno, Bruce Zalcer fez tudo isso em plena pandemia, do alto dos seus 38 anos.

O artista flerta aos poucos com a audiência de outros países e por isso conversamos com ele, para entender um pouco mais sobre seu trabalho e a sua perspectiva do que é o Techno no pequeno e caloroso país da América Central.

Oi, Bruce, como vai? Em qual momento você teve a certeza de seu chamado para ser um produtor de música eletrônica?

Estou bem, obrigado. Espero que vocês também. Agradeço por me receberem. Quando eu era criança, eu queria estar em uma banda de rock. Esse era o meu sonho de infância.

Desisti disso enquanto crescia e me acomodava a uma vida "normal". Mas quando eu tinha 35-36 anos, decidi que precisava fazer música novamente. Não apenas tocar um instrumento, mas realmente produzir e lançar música.

Comecei a ouvir novas músicas, ampliando meus horizontes e caminhando para a música eletrônica. E, por volta dos 38 anos, comecei a me estabelecer no Techno.

A pandemia fragmentou a experiência de noturna por um bom tempo. Como era a cena e o público de Techno do Panamá antes de 2020 e como a vê agora?

Eu não estava muito envolvido na cena antes da Pandemia. Pelo que descobri, havia uma cena techno muito pequena. Não tínhamos grandes nomes de DJs da vertente, nem festas techno apropriadas.

Outros gêneros, subgêneros de House, foram e ainda são muito populares. Felizmente, a cena está dando cada vez mais as boas-vindas ao techno.

Agora há muitas festas e opções, às vezes duas em um fim de semana ou na mesma noite. Por isso, estou muito feliz e positivo com a evolução do techno no Panamá.

Em algum momento você se intimidou com o desafio de trocar uma profissão estabelecida para o Techno? Pensou em manter-se na zona de conforto?

Dizer não seria mentir. Começar algo novo, especialmente quando é de domínio público, significa abrir-se para o desconhecido e isso sempre pode ser assustador.

Além disso, eu já havia alcançado um nível de estabilidade em minha carreira empresarial, e sabia que isso significaria deixá-la para trás e começar do zero.

Eu me perguntava muitas vezes se valia a pena, e às vezes eu ainda me pergunto haha, mas eu sei que é algo que eu preciso fazer e que ajuda a esclarecer qualquer dúvida.

Como você define o seu som atualmente?

Defini-lo significa limitá-lo, é algo que estou relutante em fazer. Mas se eu tivesse que fazê-lo, diria direto, agressivo, com Groove.

Conte-nos os principais desafios durante a criação da Dialectic até chegar no que é hoje.

O principal desafio é que eu preciso equilibrar isso com minhas outras obrigações, incluindo seguros, minha carreira musical e, mais importante, minha família.

O próximo desafio, é que o cenário techno do Panamá ainda está crescendo e não é suficientemente grande para sustentar os custos associados a trazer grandes artistas.

Ainda precisamos do apoio de um público não específico do techno. Então, como manter a Dialectic um movimento techno que atende à sua base central, enquanto também lida com as realidades econômicas? Essa é a grande questão haha.

À medida em que você foi criando espaço na Cidade do Panamá, descobriu mais talentos panamenhos que combinam com a sua proposta? Se sim, quem são?

Há grandes artistas techno no Panamá, há também grandes DJs que não são específicos da vertente, mas podem tocar um excelente techno. Felizmente, não falta talento quando se trata de escolher os lineups para uma Dialectic party.

Espero que no futuro muitos destes artistas produzam e lancem sua própria música para que possamos ter uma cena mais consolidada e respeitada no mundo, como outros países latino-americanos conseguiram fazer.

O que você planeja para o futuro, vendo que seu trabalho já foi reconhecido por grandes labels do cenário?

Meu principal objetivo agora é tocar mais no exterior e levar minha música para outros países.

Embora eu tenha assinado com gravadoras de renome, ainda preciso continuar a melhorar minhas produções e evoluir meu som para que eu possa lançar mais e melhores músicas este ano.

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Photo: Divulgação

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