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Entrevistamos o irlandês Conor Harris, que lançou EP pela Namata

Produtor e seu parceiro sérvio/canadense Pavzo trouxeram "Sultry" pela label brasileira

  • Lau Ferreira
  • 27 May 2021

Produtores gringos, com perfil low profile e pouco conhecidos do cenário brasileiro, o irlandês Conor Harris e o sérvio radicado no Canadá Pavzo se uniram em mais uma collab.

Com três faixas da dupla ("Sultry", "Vibe" e "Only You"), o EP "Sultry" chegou com exclusividade pelo Beatport nessa última sexta-feira (21) pela Namata de Gabriel Evoke, trazendo toda aquela classe do minimal house/deep tech com a qual já nos acostumamos.

Para conhecer melhor a sua biografia, parceria com Pavzo e a cena do seu país, batemos um papo com o artista de Dublin. Leia abaixo:

MIXMAG: Conor, além de seus lançamentos, encontramos pouquíssima informação sobre você na internet. Conta pra gente: quem é o Conor Harris e qual a sua história?

Conor Harris: Sou um produtor de 27 anos nascido em Dublin, na Irlanda. Qualquer pessoa que me conheça dirá que música é a minha vida. Cada minuto que tenho livre é gasto trabalhando em música no meu estúdio. Uso o FL Studio e produzo desde que era adolescente no ensino médio.

Alguns dos caras que estudavam comigo estavam trabalhando com o Fruity Loops na época e eu fiquei curioso para saber como eles conseguiam fazer música com o computador. A partir daí, começou meu vício e do meu irmão de recriar músicas, como "DJ Mangoo - Eurodancer".

Por muitos anos, não levei a sério e estava apenas me divertindo no tempo livre, até que percebi que não conseguia viver sem a música na minha vida.

O setup do meu estúdio é uma interface de áudio M-Audio Fast Track Pro e monitores de estúdio KRK Rokit 5. Trabalho "In The Box" - ou seja, utilizando apenas o computador, sem nenhum synth ou instrumento externo - com os sintetizadores da Arturia Collection, Sylenth1 e Sytrus do FL Studio.

Sinto que finalmente encontrei meu som após anos fazendo vários gêneros, como techno, tech house e também outros estilos de minimal, para citar alguns. Então, daqui para frente, tem muita música vindo aí!

Quais os principais pontos altos da sua carreira como DJ e produtor?

Atualmente eu não me classificaria como DJ porque não tenho gigs, mas espero que no futuro, quando os clubs abrirem, eu consiga marcar algumas e construir minha reputação como DJ, bem como produtor.

Com relação aos meus lançamentos, eu diria que estou orgulhoso do catálogo que construí, tanto individualmente quanto com colaborações. Fazer networking e construir relacionamentos com donos de gravadoras e produtores de todo o mundo é o ponto alto para mim.

A melhor coisa é ver a alegria que minha música traz para outras pessoas quando elas estão ouvindo, seja no club ou em casa. Esta entrevista com a Mixmag também é algo que eu consideraria um grande destaque também. Obrigado pelo convite, agradeço muito!

No Beatport, vemos que você começou em 2013, depois teve apenas um lançamento em 2016, e foi só em 2019 que voltou a lançar tracks, aí sim com uma boa regularidade. O que há por trás disso?

Não há um grande motivo. Durante esses anos, eu comecei a explorar o som que eu queria produzir e usei o tempo para desenvolver minhas produções a um nível que hoje me agrada.

À medida que me senti mais confiante com minhas músicas, comecei a enviá-las para mais gravadoras, o que me levou a ter mais lançamentos.

Você se considera um artista de minimal house? Por que esse é o estilo pelo qual você mais se afeiçoou a produzir?

Não me limitaria a apenas um gênero, mas definitivamente faço muito mais minimal house do que qualquer outro gênero. Às vezes, ainda produzo outros gêneros musicais, como hip-hop e techno, quando tenho bloqueio criativo, embora a maioria desses sons acabe sendo lançada de qualquer forma. Para mim, é apenas a energia da música que me faz gostar dela.

Quem são suas maiores referências?

Como a maioria das pessoas [do minimal house], DJOKO, Chris Stussy e Toman são os caras que estão abrindo caminho com o gênero, mas também existem muitos outros produtores que estão fazendo música boa, como Abrantes, Christian Bistany, Jizz, Pavzo, Theos e Vons, com os quais colaborei em lançamentos, que também têm grandes feitos musicais.

Em vez de artistas individuais, eu olho mais para gravadoras. Algumas das minhas favoritas são Rawsome Deep, Large Music, META, Inermu, Hedzup Records, Rendr Records e Whoyostro.

Também pesquiso em sites como Juno.co.uk e Deejay.de, por onde você pode encontrar algumas jóias que não encontra no Beatport e Traxsource, por exemplo.

Sabemos que o Reino Unido tem uma cena musical muito rica. Como é a cena eletrônica em Dublin e na Irlanda, de modo geral?

Temos uma cena muito boa no que diz respeito à variedade musical. Por alguns anos, foi fortemente focada no techno, com a maioria das casas noturnas recebendo grandes nomes como Deborah De Luca e Nicole Moudaber tocando para clubs como District 8 quase todo fim de semana. Com o passar do tempo, outros núcleos, como Foundations, começaram a construir uma cena com os estilos minimal e deep tech.

Comparado a outros países europeus, os clubs fecham mais cedo aqui. No entanto, há rumores de que após o nosso lockdown, eles poderão ficar abertos até mais tarde. Estou cruzando os dedos!

Nós temos alguns festivais grandes também, mas, infelizmente, devido ao clima, a maioria deles acontece no verão. Você encontra um festival para quase todos os gêneros, o que é bom para todos.

Você e o Pavzo vêm colaborando em vários lançamentos desde janeiro. Como vocês se conheceram e como é a relação entre vocês dois?

Nos conhecemos através de Greco, dono da gravadora Rawsome Deep, entre outras também afiliadas a ele. Pavzo e Greco eram amigos e ele nos colocou em contato pelo Instagram; nossa amizade se desenvolveu a partir daí.

Começou conosco planejando um EP juntos e quando vimos, estávamos trabalhando em várias outras faixas. Tudo se encaixou e as collabs funcionaram perfeitamente.

Como usamos DAWs diferentes, trabalhamos bastante com stems, mas isso não foi um problema. Definitivamente desenvolvemos uma amizade através da música e adoramos nos manter atualizados sobre no que cada um está trabalhando e sobre a vida no geral.

Vocês dois são bem low-profile, não é mesmo? Por que as informações sobre suas carreiras e trajetórias são tão raras?

Eu não posto muito no feed do Instagram, a não ser que seja relacionado aos meus futuros lançamentos. No entanto, uso muito os Stories para mostrar no que estou trabalhando, e também consigo colher feedbacks.

Se você quiser se manter atualizado com o que estou fazendo, esse é provavelmente o melhor lugar. Em geral, eu gosto de trabalhar apenas com a música e deixar que ela fale por si mesma.

O que você pode nos falar sobre o novo EP pela Namata? Como foi o convite? E o processo de produção?

Gabriel Evoke entrou em contato com Pavzo, que falou sobre nossas collabs que estavam finalizadas, esperando por uma casa. Após recebê-las, o Gabriel ficou interessado. Nem preciso dizer que ficamos muito encantados por encontrar um lar tão legal e assiná-las com a Namata.

Com relação ao processo, o Pavzo usa o Logic e eu o FL Studio, então seria impossível fazer a faixa sem usar stems. O que fizemos para a maioria das faixas foi um de nós construir um break e uma ideia central para um drop com os sintetizadores, uma linha de baixo e bateria para criar uma atmosfera a ser trabalhada.

A partir disso, quem recebia os stems trabalhava no desenvolvimento da ideia ou na mudança dos elementos dentro da faixa até um ponto em que ambos ficássemos felizes. Em algumas músicas, enviamos os stems um para o outro algumas vezes para chegar no resultado, mas na maioria foi apenas uma ou duas vezes, e terminamos.

Quais os seus maiores planos para o futuro?

Acho que como todo mundo, viajar assim que o mundo reabrir.

Em relação à música, há muito mais para vir. Minha agenda de lançamentos para o segundo semestre está começando a ficar cheia, mas como a maioria dos artistas, adoraria viajar o mundo tocando e criar laços com as pessoas.

Espero ver todos vocês no Brasil um dia. Se eu fizer o dia de alguém melhor com uma das minhas faixas, já é o suficiente. Obrigado!

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Photos: Divulgação

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