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Entrevistamos o duo grego Dizharmonia

Recentemente, eles lançaram “Democritus”, pela label brasileira Prototype Music

  • Marllon Gauche
  • 25 August 2021

Narrativas profundas, sons emotivos, construções atmosféricas e modernas.

Essas são algumas características que resumem bem o duo Dizharmonia, formado pelos DJs e produtores de Atenas, Sotiris e Sokratis.

Segundo eles próprios, encontraram a identidade sonora do projeto há pouco mais de cinco anos, quando escutavam algumas músicas do Tale Of Us e do Agents of Time.

Hoje com o DNA bem definido, conseguiram se estabelecer na cena underground como um projeto muito promissor dentro do Techno melódico, acumulando lançamentos por labels como Steyoyoke, Click Records, Timeless Moment, Stil Vor Talent, Awen Records, entre outras.

A grande novidade, porém, é sua mais nova conexão com a label brasileira Prototype Music, que os recebeu no VA Patterns II como as grandes estrelas desta compilação que reuniu 27 faixas e mais de 30 produtores.

Por lá, entregaram “Democritus”, uma belíssima faixa que serve também como coroação para o excelente trabalho exercido pela Prototype até aqui.

Aproveitamos a oportunidade para falar com eles:

Mixmag: Como vocês dois se conheceram e decidiram montar esse projeto em 2015?

Alguns anos antes, Sokratis (1/2 de nós) lançou uma faixa na Madison Square Records, que era a gravadora de Sotiris (outro 1/2). Começamos a conversar sobre música e percebemos que tínhamos muito em comum. Até que em 2014 sentamos juntos no estúdio e vocês sabem o resultado.

Li em uma entrevista que Royksopp, Vangelis, Pink Floyd e The Cure são algumas de suas principais referências. Existem outras que poderiam acrescentar a esse panteão? Como diriam que isso se reflete na arte de vocês?

Tem muitas faixas de vários artistas que usamos como inspiração, mas artistas como Vangelis e talvez possamos acrescentar Jean Michel Jarre, que combinam elementos cinemáticos com a atmosfera etérea e que cada faixa conta uma história, são mais do que pioneiros para nós.

Além disso, bandas como The Cure, toda a cena Dark Wave e Royksopp nos inspiram para esses sons sombrios de outro mundo em nossas faixas.

É curioso que várias tracks que vocês criaram vêm com nomes que fazem alusão direta à cultura grega — que é uma das mais clássicas e incríveis da história —, como a própria "Democritus". Vocês diriam que terem nascido e estarem baseados na Grécia é um diferencial na sua arte? Como é a cena eletrônica na Grécia? E como ela influenciou no seu core artístico?

A Grécia é o berço da cultura da forma como a conhecemos. Os primeiros locais para concertos e teatros foram construídos na Grécia Antiga. Além disso, como você já mencionou, essa história incrível, onde cada nome é simbólico, é um templo para os nomes simbólicos das nossas faixas também.

A cena eletrônica na Grécia parece ter conquistado cada vez mais atenção nos últimos anos. Estávamos muito felizes em ver muitos jovens dançando em nossos eventos antes do Covid.

Para nós, durante os anos 90, quando a cena eletrônica na Grécia era enorme, muitas faixas ficaram gravadas em nossa memória e se tornaram parte de nossa inspiração.

No Instagram, vocês declararam em julho do ano passado que estavam recolhidos, focando no estúdio e que, ao contrário de grande parte dos DJs, não viam sentido em se apresentar em lives. Como tem sido esse período pra vocês? E agora, como está a situação por aí? Esperançosos para o futuro próximo?

Nos primeiros meses do covid, muitas coisas em nossas vidas pessoais mudaram. Decidimos dar mais atenção às nossas famílias, o que era obviamente necessário. Nosso estúdio é nossa "casa" e nosso abrigo para os momentos difíceis.

Acreditamos que a música pode ser um remédio, uma linguagem e até uma arma para a humanidade. A energia que se cria entre pessoas na pista de dança não pode ser substituída por uma livestream. Na nossa opinião, é apenas uma forma de manter viva a sua imagem na cabeça dos clubbers.

É como orar. Sua oração tem força quando você ora sozinho, mas tem um poder enorme quando muitas pessoas oram ao mesmo tempo no mesmo lugar.

Aqui no Brasil, a crise sanitária é uma das piores do mundo, e acabou tendo impactos econômicos graves. No nosso noticiário, a Grécia esteve bastante em pauta na última década pela grave crise econômica, que eclodiu em 2010. Como aquela crise afetou a vida de vocês? Temem uma nova recessão do tipo por causa do coronavírus? E o quanto vocês acham importante se posicionarem sobre esse tipo de tema enquanto artistas?

Acompanhamos as notícias do Brasil e do mundo. Achamos que, na verdade, a crise econômica na Grécia nos fortaleceu para as coisas que estão por vir. Tudo mudou muito rápido e a vida se tornou extremamente difícil para quase todos. Em tempos difíceis, a arte sempre foi e ainda é uma forma de expressão. Acreditamos que devemos usar nossa arte para unir as pessoas ao redor do mundo em prol de uma nova realidade mais humana, mais espiritual e menos egoísta.

Antes da Prototype, uma das gravadoras pela qual vocês mais lançaram é a brasileira Timeless Moment. Foi através dela que veio a ponte para assinar com a label do Innure? Contem melhor como surgiu essa relação, por favor!

De certa forma, sim. O feedback que recebemos do público brasileiro quando lançamos pela Timeless Moment foi insano. Não imaginávamos que a cena eletrônica no Brasil fosse tão grande e tivesse tanta qualidade.

Amamos o público brasileiro desde então e definitivamente foi um fator para trabalhar com eles. Além disso, o Innure trabalha de uma forma muito profissional e esse foi o principal motivo da nossa decisão de trabalhar com eles.

E "Democritus" foi feita especialmente pensando neste V.A., ou era algo que vocês já tinham na manga e pensaram que cairia bem no release?

Nunca criamos faixas para lançá-las aleatoriamente. Primeiro ouvimos o som da gravadora e depois sentamos para produzir algo adequado. Acho que funcionou muito bem.

O V.A. "Paterns II" é considerado pela Prototype o seu lançamento mais importante até hoje. Como vocês enxergam o resultado final do pacote? Alguma faixa favorita, ou descoberta importante de novos artistas a partir da compilação?

Pergunta muito precisa. Com certeza "Patterns II" é um lançamento de qualidade. Temos mais de uma faixa favorita do VA e alguns artistas ganharam nossa atenção para o futuro.

Há planos para mais lançamentos pela gravadora?

Sem planos por enquanto. Ainda estamos focados na promo de "Democritus".

O que podemos esperar do futuro próximo do Dizharmonia?

Vocês podem esperar muito "storytelling" e faixas bem emocionais.

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Photos: Divulgação

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