Baladeiros super musculosos: o que está por trás dessa cultura?

Gary Beeny, colaborador de um programa de fornecimento de seringas em Manchester, confirma isso. “Muitos caras usam esteróides para se prepararem antes de ir para Ibiza e points similares. Sabem que vão tirar a camisa lá e desde março e abril já começam o movimento.”

McVeigh diz que hoje “a maioria está na faixa dos vinte anos”. Uns 25 anos atrás era só halterofilistas e seguranças, hoje são usuários mais casuais, gente que só quer dar uma crescida e não ficar atrás dos amigos. Para esse pessoal, isso está ligado aos nightclubs, bares, birita e tudo mais.”

Mas como essas substâncias funcionam? Os Anabolic-androgenic steroids (AAS) são versões sintéticas da testosterona, hormônios masculinos produzidos naturalmente pelo organismo causando crescimento da massa muscular.

Os esteróides ajudam o corpo na reparação dos danos causados pelo levantamento de peso. São geralmente injetados no músculo que a pessoa quer desenvolver.

Quem treina rotineiramente acaba sofrendo de rupturas das fibras musculares, que o próprio organismo repara usando proteína da alimentação. Células maiores entram no circuito construindo fibras novas, processo chamado de hipertrofia, gerando músculos maiores e fortes. Os esteróides anabólicos aceleram esse processo.

Os esteróides são indicados para pessoas com doenças como câncer e até AIDS. Na verdade, o produto começou a ser usado pela cena gay, diz Stewart, graças ao medo da doença: “Nos anos 90s ninguem queria ser magro. Ser forte passava a imagem de saúde e ausência de doenças.”

Nessa época houve um aumento do uso dos esteróides com médicos prescrevendo substâncias como o androlone, oxandrolone e hormônio do crescimento no tratamento de doenças letais como a AIDS. A partir disso, os esteróides se espalharam, primeiro nos clubs gay e depois no mundo hétero.