Albuquerque sela quase 2 décadas de carreira com novo álbum
'To Diy' conta com 12 faixas e chega às plataformas digitais no dia 17 de outubro
Embaixo do característico chapéu existe um curitibano apaixonado por música.
Ricardo Albuquerque, mais conhecido pelo projeto que leva seu sobrenome - Albuquerque -, tem uma carreira de 17 anos na música, acumulando uma bagagem que passa de posições do warm-up ao headliner.
Como residente do Warung Beach Club e fundador do Warung Recordings, sua experiência na pista e nas plataformas formaram a sonoridade pelo qual passeia e consome diariamente: o melodic e progressive house cheio de groove.
O artista também é dono de labels como Radiola e Sonido Profundo e já tocou nos mais variados países, passando por Estados Unidos, México, Alemanha, Inglaterra, Argentina, Espanha e mais. Ele também já recebeu suportes de lendas como Facundo Mohr, Sebastian Leger, Hérnan Cattaneo e Marco Carola.
Depois de cinco singles e um EP em 2025, ele se prepara para o lançamento de seu segundo álbum, chamado 'To Diy', no dia 17 de outubro.
Conversamos com o artista sobre essa nova fase. Confira:
Read Next | Estreia na Frau Blau, "Changes" marca novo capítulo de Theuss, entre Warung Tour e Ibiza

Q+A: Albuquerque
São 13 anos como produtor e 17 como DJ. O que te colocou no caminho da música? E o que te manteve nele por todo esse tempo?
A música sempre foi prioridade, de maneira instintiva. Desde os 12, 13 anos de idade eu sentia que não havia nada que me desse mais prazer que ouvir música.
Fosse encontrando uma banda nova, ou tocando um instrumento. Hoje a interação com a música é diferente, mas continua sendo minha fonte de energia diária.
Pesquisar música, relembrar sets, álbuns e tracks, produzir e criar músicas novas ou até mesmo só falar de música. Eu nasci pra isso.
Você está prestes a lançar seu segundo álbum. O primeiro, chamado “Albuquerque Presents Borgman”, saiu em 2018. Agora, sete anos depois, chega “To Diy”. O que mudou e o que se manteve na sua carreira nesse período?
A essência com certeza é a mesma. Ouvir música que seja de alguma maneira prazerosa.
É um momento diferente que requer uma sonoridade nova, mas no fundo o que eu quero trazer é esse sentimento de uma obra para se ouvir com calma em meio a um mundo caótico e cheio de informação.
Read Next | Conheça Bengoxi, profissional consolidado na advocacia e que agora ganha destaque na música eletrônica
Estamos curiosos pelo nome “To Diy”. Conta pra gente de onde surgiu a inspiração para esse título e o que esse álbum representa na sua trajetória.
‘’To Diy’’ é um termo que significa ‘'To Do It Yourself’', ou seja, fazer você mesmo. Muita gente produz inúmeras tracks todo dia. Eu mesmo tenho uma rotina de produção no estúdio, mas a partir do momento que eu coloquei na cabeça que iria fazer um novo álbum, tudo muda.
A prioridade muda, a rotina se reorganiza e você precisa focar nessa obra. O álbum marca esse momento do artista, o que ele anda ouvindo, o que ele anda gostando e se sentindo bem fazendo.
É um comprometimento que você passa a ter e só termina um tempo depois de ser lançado. As escolhas por timbres, melodias, arranjos e estéticas partiram todas da minha cabeça, assim como os nomes de cada música, a arte final da capa, a ordem das músicas, os singles selecionados.
Por isso, acredito que o nome faz muito sentido.
A sua história se entrelaça com a história do Warung Beach Club. Apesar de ser curitibano, sua ligação com a casa santa-catarinense é muito forte, chegando a se apresentar inúmeras vezes em warm-up e como headliner também, além de cuidar da gravadora da marca. Como foi fazer parte deste projeto desde 2013?
Foi algo que aconteceu naturalmente. Eu comecei a tocar no Warung em 2010. A primeira gig foi no aniversário de 8 anos do clube. Fiz um set de 6 horas no Garden, isso de alguma forma abriu uma porta pra mim.
Depois de um tempo me apresentando regularmente, eu já estava envolvido com o staff e os residentes do club, principalmente com o Leozinho e o Leo Janeiro. Eu estava dando início ao selo Radiola Records e sugeri ao Warung que poderíamos ajudar com o selo próprio do club.
Assim tudo foi se encaixando. No Amsterdam Dance Event 2012 lançamos os dois selos em uma festa no Club Home, junto com Tronic (Christian Smith).
Em 2013, o Warung me convidou a ser residente, o que obviamente foi uma honra. Eu sempre fui louco pelo club e a linha de som que tocou no club de 2007 a 2012 moldou muito meu gosto por música eletrônica. Fazer parte do time foi uma chance espetacular e até hoje me entrego sem medir esforços, é algo muito genuíno.

Read Next | Zeo Guinle apresenta Zero Gravity Music, gravadora 100% Dolby Atmos, e comenta novos projetos
Falando em gravadora, você fundou a Radiola, que também se tornou uma label party. Como funciona esse trabalho como produtor musical e também como produtor de eventos?
É dificílimo fazer as duas coisas mas felizmente sempre tive o suporte de parceiros e amigos. Seria impossível ter feito a Radiola crescer sem que tivesse tido ao lado meus sócios naquele momento.
Fazer música é minha prioridade, mas as festas unem o público e geram uma sensação de pertencimento, que é imprescindível. Desde a pandemia eu havia dado um tempo nos lançamentos e eventos da Radiola.
Agora estamos de volta, ainda são datas pontuais, mas estou trazendo com calma a vibe que eu quero pros nossos eventos. No momento estamos fazendo uma série de eventos em parceria com a Laguna, selo também de Curitiba. Nossa próxima data juntos será 1º de novembro em uma festa de Halloween. Sound system e sonzeira garantidos.
Entre suas apresentações recentes, temos Estados Unidos (Burning Man) e Argentina. Mas você já tocou em lugares icônicos, como Space Miami, BPM Festival, Watergate Berlin, Fabric London e muito mais. Como é tocar fora do Brasil? E qual dessas gigs foi mais marcante?
Muito difícil escolher uma, realmente foram muitos lugares e cenários incríveis e espero que continue assim. O Warung é ‘’hors concours’’, foram muitos momentos marcantes, além da atmosfera única, estou perto dos amigos e família. Mas a gig que fiz no Sisyphos em Berlim está entre as mais marcantes pra mim.
Eu queria muito tocar lá pois nos ano anterior tive uma noite absurda como clubber, principalmente no palco Wintergarten. No ano seguinte consegui a chance de tocar e foi melhor do que eu imaginava. Toquei das 4h às 8h da manhã e rolou uma vibe inexplicável.
Recentemente, na Argentina tenho sentido muita onda também, o carinho do público é diferenciado e minha música tem se conectado de uma maneira que me deixa surpreso. Destaco os long sets que fiz de 6h30 no Track Club de Bahia Blanca, Meduza em Tucuman e La Biblioteca em Buenos Aires.
Não podemos deixar de falar do chapéu, que virou uma marca registrada. Como foi adicionar essa peça na sua identidade? De certo modo há uma pressão para continuar usando-o e isso o afeta?
Sim, acredito ser uma marca registrada. Acho legal que o artista tenha elementos que o identificam além de sua motivação principal, que no meu caso é a música, claro. Eu me sinto confortável tocando de chapéu.
Estou sempre mudando pois acho isso legal também. Se em algum momento eu achar que passou, posso me apresentar de outra maneira, mas por enquanto, sinto que é parte da minha identidade visual.
Follow Albuquerque on Instagram
Imagens: Divul
Read Next | Naza e Newman remixam 'I Know You Love Me', de Mai Lawson, com suportes de Be Svendsen, Sasha e Paco Osuna