Suspeito confessa assassinato de ex-editor de Mixmag Dom Phillips e indigenista Bruno Pereira
Avião com restos mortais chega nessa quinta-feira em Brasília
Um homem confessou participação no assassinato do ex-editor de Mixmag Dom Phillips e o especialista indígena brasileiro Bruno Pereira.
A polícia descobriu restos humanos de dois homens na Amazônia perto de onde a dupla desapareceu no Domingo, 5 de junho.
A polícia escavou o local que fica a 3,1 quilômetros selva adentro depois de ser conduzida por um dos suspeitos.
Atualmente, dois homens são identificados como suspeitos: o pescador Amarildo da Costa, que foi preso na semana passada por porte de armas, e seu irmão Oseney da Costa, detido na terça-feira.
Um dos homens presos em conexão com o desaparecimento de Phillips e Pereira confessou ter assassinado e desmembrado os dois homens, disse o chefe de polícia Eduardo Fontes em uma entrevista coletiva na quarta-feira, 15 de junho.
“Na terça-feira ele nos informou o local onde os corpos foram enterrados e prometeu ir conosco ao local para que pudéssemos confirmar onde os corpos foram enterrados”, disse Fontes.
A polícia espera fazer mais prisões.
Fontes acrescentou: “Ainda estamos investigando. Este foi um avanço significativo. Nosso objetivo é obter provas seguras para que haja convicções.
“Agora vamos identificar os restos humanos com a maior dignidade possível.”
Chamou atenção de jornalistas internacionais e do público o fato de que as "autoridades se esqueceram totalmente de citar a ajuda e o papel dos próprios índios na busca dos desaparecidos, enquanto se vangloriaram pelo aparece sucesso da missão."
Dom trabalhou na Mixmag inglesa de 1991 a 1999 e foi editor da revista de 1993 a 1997 por lá. Tambem foi editor de Mixmag no Brasil e assinou as primeiras edições da revista impressa.
Ele cunhou o termo de gênero “progressive house” em um artigo de 1992 na revista, e também escreveu o livro de 2009 Superstar DJs Here We Go!: A Ascensão e Queda do DJ Superstar.
O foco jornalístico de Phillips desde 2007 tem sido o Brasil, suas comunidades indígenas e o meio ambiente, contribuindo para jornais como o Guardian, o Washington Post, o New York Times e o Financial Times.
Ele fez reportagens críticas sobre tópicos como as políticas do presidente Jair Bolsonaro, corrupção entre os aliados políticos do presidente e alegações contra empresas de processamento de carne, pesca ilegal e garimpeiros por desmatamento ilegal da Amazônia que vem impactando as comunidades indígenas.
Bruno Araújo Pereira era um ex-funcionário do governo cujo trabalho se concentrou em proteger as tribos isoladas do Brasil. Ele andava recebendo ameaças de madeireiros e garimpeiros que exploram as terras indígenas.