A BBC não transmitirá mais performances “de alto risco” após repercussão em Glastonbury
Chefe de Música da BBC se afastou temporariamente em meio às críticas pela "falha" da emissora em cortar transmissão ao vivo do set de Bob Vylan no sábado
A BBC anunciou que não transmitirá mais apresentações ao vivo consideradas “de alto risco”, após a polêmica envolvendo a performance do duo punk Bob Vylan no festival Glastonbury.
A apresentação, que foi transmitida ao vivo pela BBC em 28 de junho, incluía trechos onde o vocalista cantava frases como “death, death to the IDF” (“morte, morte ao IDF”), gerando acusações de conteúdo antissemita e provocando forte repercussão pública.
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Segundo o jornal The Guardian, a BBC admitiu que o set havia sido classificado como “alto risco” antes da transmissão, e que alertas de conteúdo foram inseridos, mas reconheceu posteriormente que isso não foi suficiente e que a exibição deveria ter sido interrompida.
O diretor-geral da BBC, Tim Davie, divulgou uma declaração pedindo desculpas pelo ocorrido, afirmando que a organização mantém tolerância zero ao antissemitismo e está tomando medidas disciplinares internas para garantir que as diretrizes editoriais sejam seguidas corretamente.
O presidente do conselho, Samir Shah, também se desculpou pelo erro de julgamento e anunciou o fortalecimento das políticas editoriais para coberturas musicais ao vivo, ressaltando que qualquer performance classificada como “alto risco” não será mais transmitida ao vivo.
O caso gerou críticas políticas - a secretária de Cultura, Lisa Nandy, solicitou explicações, enquanto o primeiro-ministro Keir Starmer também condenou a decisão da BBC. Além disso, o canal está sob investigação pela polícia de Avon & Somerset por possíveis crimes de ordem pública relacionados à apresentação.
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Em resposta, o duo Bob Vylan defendeu seu posicionamento, alegando que não pregam “a morte de judeus, árabes ou qualquer grupo”, mas sim a “dissolução de uma máquina militar violenta”, referindo-se ao exército de Israel (IDF). Eles também afirmaram que estão “sendo alvo por se posicionarem”.
Photo: BBC/Screenshot
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