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Vivi Seixas: autenticidade e resistência na cena eletrônica brasileira
Com mais de 20 anos de trajetória, Vivi agora retorna às suas raízes com 'Fica', que também será lançado em vinil
Com 22 anos de trajetória na música eletrônica, Vivi Seixas construiu uma carreira que transita naturalmente entre diferentes contextos, dos grandes festivais aos clubes underground nacionais e internacionais. Filha de Raul Seixas, ela lapidou uma identidade artística própria que a estabeleceu como referência na cena nacional.
Sua sonoridade costura as vertentes mais clássicas do House, como Funky House e Chicago House, trazendo influências do Electro e Breakbeat, sempre priorizando groove, swing e linhas de baixo marcantes.
Essa identidade foi moldada durante sua formação internacional, que começou em 2006 quando se mudou para a Califórnia para estudar produção musical. Foi lá que conheceu e se conectou com o som de nomes como Hector Moralez, Mark Farina, Phil Weeks e DJ Sneak, artistas que se tornaram suas referências centrais na forma de sentir e produzir música.
Essa experiência californiana se traduziu em uma carreira internacional consistente. Vivi já dividiu lineups com The Chemical Brothers, Seth Troxler, Hot Since 82 e Camelphat, e se apresentou em lugares como Rock in Rio e Universo Paralello. Sua versatilidade a levou também para clubes icônicos como The End Up na Califórnia e o D-EDGE, onde construiu uma história de mais de 20 anos.
Mas é na relação com o vinil que Vivi encontra sua melhor forma de expressão. Nos últimos meses, ela tem feito uma espécie de “retorno” às raízes analógicas e, recentemente, começou a compartilhar parte dessa pesquisa com os discos através de sets gravados em casa, o primeiro foi lançado em setembro, com novos episódios programados para os próximos meses.
Paralelamente, ela fundou a Tulipa, label party baseada no Rio de Janeiro que já teve duas edições no D-EDGE Rio. O projeto representa a criação de um espaço onde mulheres ocupam naturalmente posições de destaque. "A Tulipa nasceu de um incômodo pessoal", explica Vivi, referindo-se aos anos tocando em lineups onde a presença feminina era exceção. A terceira edição está prevista para janeiro de 2026, no D-EDGE São Paulo, em parceria com a festa MOVING, reforçando o diálogo entre frentes da cena underground brasileira.
Agora, Vivi consolida essa nova fase com ‘Fica’, faixa que chega às plataformas digitais em 5 de novembro e ao formato físico no início de 2026, marcando seu primeiro lançamento em vinil. "Fica nasceu de uma vontade de voltar às minhas raízes", explica a artista sobre a produção que revisita o universo do Funky House e Chicago House que a fez se apaixonar pela música eletrônica.
O lançamento será feito pelo selo californiano Vessel Recordings e ainda terá remixes de Hector Moralez - seu produtor preferido -, Jon Lee (dono do selo Tilted, de Seattle) e Nonfiction (respeitado produtor de LA). "É tipo fechar um ciclo e abrir outro", diz.
A produção conta também com a participação do tecladista Pedro Poyart e samples antigos que Vivi guardou da época californiana. A letra nasceu da vontade de "brincar com o poder da voz como comando", invertendo papéis tradicionalmente femininos na música eletrônica. “É como se a voz feminina dissesse: ‘agora é você que escuta, você que sente, você que obedece.’”
‘Fica’ marca uma nova etapa na carreira de Vivi e o lançamento confirma sua posição como uma das principais vozes da cena eletrônica, refletindo sua escolha por uma carreira baseada na consistência artística.
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