ØTTA, DJ e produtora portuguesa, mistura techno e funk brasileiro em seus sets e se prepara para a sua estreia em São Paulo
Artista já conquistou o público internacional com sua fusão de estilos, e toca pela primeira vez no D-Edge, no dia 9 de novembro
A artista portuguesa ØTTA explora em sua carreira algumas vertentes da música eletrônica, predominantemente o Techno.
Com uma sonoridade inovadora e ousada, ela vem ganhando ainda mais reconhecimento pelo mundo, já tendo concluído diversos feitos importantes, como uma performance no tão famoso Boiler Room.
Além disso, ela também vem incluindo o funk brasileiro em seus sets, o que tem causado um impacto extremamente positivo em seu público.
ØTTA está vindo ao Brasil para sua primeira apresentação no D-Edge, em São Paulo, no dia 9 de novembro.
Aproveitamos para conversar com a artista, que contou sobre sua carreira. Confira:
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Q+A: ØTTA
ØTTA, você é conhecida por misturar techno com os grooves do funk brasileiro. Como surgiu a ideia de fundir esses dois estilos distintos, e como essa fusão tem sido recebida na cena global?
Eu sou originalmente portuguesa, e como toda criança portuguesa dos anos 90, sempre fui fortemente influenciada pela cultura brasileira. Nós crescemos assistindo a todos os programas de TV, desenhos e filmes em português do Brasil.
Além disso, também cresci ouvindo músicos brasileiros que meu pai escutava, como Caetano Veloso, Elis Regina e Maria Bethânia. Quando fiquei mais velha, comecei a ouvir funk brasileiro e o novo pop brasileiro, além de viajar para o Rio de Janeiro todos os anos, então isso naturalmente se tornou parte de mim e das minhas raízes. Instintivamente, comecei a incorporar isso nas minhas produções.
O mesmo aconteceu com o trance, pois foi meu primeiro contato com a cena rave. No final das contas, é sobre ser eu mesma e fazer música que traduz minha cultura e quem sou. Acredito que essa fusão tem sido muito bem recebida globalmente, cada vez mais encontro artistas produzindo e tocando faixas com vocais e instrumentos em português. Além disso, o público tem sido super solidário e receptivo à combinação de linhas de baixo envolventes, vocais sensuais e batidas funk. :)
Seu single "Lowkey Twerk" e o EP “In My 2024 Era” mostram uma evolução sonora significativa. Como você descreveria essa jornada artística até agora e quais influências mais impactaram seu som atual?
Como mencionei antes, minha jornada sonora anda de mãos dadas com minhas experiências de vida e cultura.
Ter nascido em Portugal me fez explorar toda a vibração latina-portuguesa, além da cultura brasileira que descrevi anteriormente, e isso se combinou com mais de 10 anos vivendo em Londres, onde descobri o amor por baterias "off beat", como o drum & bass, e os vocais de UK garage.
Esse é o som que estou produzindo e tocando atualmente. Levou anos para que eu pudesse solidificar meu estilo e desenvolver minha identidade, mas hoje sei que minhas maiores influências são minhas raízes.
Sua apresentação no Boiler Room foi um momento crucial em sua carreira. O que mudou para você após essa performance e como isso a preparou para tocar em locais icônicos como o D-Edge no Brasil?
Meu primeiro Boiler Room foi um momento muito importante na minha carreira, foi há mais de dois anos e alcançou mais de um milhão de visualizações, então naturalmente impactou muito minha trajetória.
Na época, eu estava trabalhando com um dos maiores coletivos parisienses, e isso, combinado com o público brasileiro, me deu uma base mais sólida na indústria musical, o que levou a mais shows e a experiência de tocar com mais frequência e em eventos melhores. Definitivamente, me fez crescer e me tornar mais madura e segura em meu trabalho.
Além de ser DJ e produtora, você também administra o selo e eventos Hotties. Qual é a visão por trás desse projeto, e como ele ajudou a dar uma plataforma para novos talentos na música eletrônica?
Inicialmente, comecei o Hotties com a ideia de ter uma plataforma onde eu pudesse lançar minha música e a de outros artistas, criando uma comunidade.
Na minha opinião, construir uma comunidade que entende e apoia seu trabalho pode ser a melhor e mais saudável forma de permitir que você seja quem é, sem desculpas. O objetivo do Hotties é construir seu próprio som e, com isso, sua comunidade.
O Hotties têm sido muito bem recebido, estamos crescendo bastante, tivemos eventos em lugares como Lisboa, Nova York, Madri, Colômbia, Chile, e muitos outros estão por vir.
O Hotties também planeja lançar um novo “Various Artists”, permitindo que novos talentos da indústria musical se expressem. Como marca, ainda estamos em fase de desenvolvimento, mas posso dizer que 2025 promete muito para o Hotties! Fiquem ligados. :)
Esta será sua estreia no Brasil. O que o público brasileiro pode esperar do seu set no D-Edge, e como você se sente em tocar para um público que já tem uma conexão forte com o funk, uma parte essencial do seu som?
Estou super animada para tocar no Brasil, esperei muito por esse momento, pois é um lugar muito especial para mim devido às minhas influências. Também estou grata por fazer minha estreia no Brasil em um clube como o D-Edge, em São Paulo.
Com certeza, o público pode esperar uma noite super divertida com muitos beats latinos e vocais em português; com certeza vou tocar todas as minhas produções e algumas faixas inéditas em que tenho trabalhado.
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Imagens: Divulgação