O mundo da música nos esportes
Uma combinação que dá gosto!
Esporte e música andam lado a lado há décadas.
Do compositor que dedica a música ao jogador passando pela torcida que canta alguma canção clássica e o show no intervalo da final, existem muitas formas pelas quais a música e o esporte se relacionam.
De maneira intrínseca, é uma relação que faz parte da cultura da sociedade e há vários exemplos de como eles estão tão entrelaçados.
Esportes americanos e a valorização extrema da música
A conexão entre música e esporte se dá com muita ênfase nos Estados Unidos e praticamente nenhum outro país do mundo prioriza o esporte como espetáculo da mesma forma que eles.
Em eventos de diversas modalidades, os americanos valorizam o entretenimento a todo instante.
O Super Bowl, finalíssima da maior liga de futebol americano do mundo (NFL), é o maior exemplo disso. Desde o primeiro disputado, em 1967, há o show do intervalo que engrandece o entretenimento do espetáculo.
Durante algumas décadas, o show do intervalo no Super Bowl foi feito por alguma banda sinfônica, mas isto mudou a partir da década 1990.
O primeiro grande show de um artista mundialmente reconhecido no show do intervalo aconteceu em 1993, com Michael Jackson.
Desde então, o show do intervalo é uma grande promoção para o artista que se apresenta.
Bruce Springsteen, por exemplo, voltou as paradas de sucesso após a apresentação em 2009 e inclusive admitiu que um dos grandes motivos para a realização do show foi o empurrão que a plataforma daria para sua música.
Nos últimos anos, o espetáculo tem sido voltado mais para o lado pop. O último show solo de rock foi em 2010, quando The Who subiu ao palco do Sun Life Stadium, em Miami.
Desde então somente artistas do pop, como The Black Eyed Peas, Madonna, Beyoncé, Bruno Mars, Katy Perry, Coldplay, Lady Gaga e Justin Timberlake se apresentaram no intervalo da competição.
A música também está presente em vários outros momentos nos esportes americanos. No hóquei, quando uma equipe da casa faz o gol, geralmente há a “goal song” (música do gol, em tradução livre), que é representada por alguma canção famosa que a torcida elege.
Uma das mais famosas é “Chelsea Dagger”, do The Fratellis. A música toca sempre que o Chicago Blackhawks faz um gol e é cantada a plenos pulmões pela torcida de um dos times mais tradicionais da NHL.
No beisebol, a conexão entre a música e o esporte é de maneira mais seletiva e personalizada.
O caso mais famoso é o do Boston Red Sox. Uma das equipes mais vitoriosas da Major League Baseball (maior liga de beisebol do mundo) utiliza a música 'Sweet Caroline', de Neil Diamond, durante todos os jogos em casa.
Inclusive, Diamond cantou a música 'Sweet Caroline' ao vivo no Fenway Park (casa dos Red Sox), durante a última temporada. A conexão é tão forte que esta música é considerada o hino não-oficial dos Sox.
You Will Never Walk Alone é um show à parte
Poucas torcidas no mundo emocionam como a do Liverpool. A música original do clube foi composta em 1945, por Richard Rodgers e Oscar Hammerstein II, e desde então ganhou várias versões.
Cantores famosos como Barry Manilow, Frank Sinatra, Dionne Warwick, Elvis Presley e tantos outros já gravaram a canção, mas nenhuma é tão famosa quanto a cantada pela torcida do Liverpool no Anfield Road.
Apesar da enorme conexão emocional, a música não é cantada apenas pela torcida do Liverpool. A torcida do Borussia Dortmund, da Alemanha, também adotou a canção, que é cantada em algumas ocasiões.
Um dos momentos mais emocionantes ocorreu quando os dois times se enfrentaram no Signal Iduna Park (casa do Dortmund) e ambas torcidas cantaram a música juntas, realizando um verdadeiro espetáculo com a união de futebol e música.
A música como uma parte importante da preparação dos esportistas
Jogadores de futebol ou basquete indo para um jogo de fone de ouvido é uma cena vista diariamente no mundo dos esportes e isto não é coincidência.
De acordo com o jogador norte-americano Damian Lillard, do Portland Blazers, a música é uma maneira de deixá-lo concentrado e focado para a partida, o que é essencial para muitos jogadores.
Nos eventos de luta, isso também é muito frequente. No UFC, por exemplo, cada lutador tem uma música personalizada que é tocada no momento em que entra no ginásio.
Nas competições de poker, a música também está estritamente envolvida com o esporte. Competidores profissionais geralmente aquecem para a partida com muita música, algo frequente entre os melhores para afiar a concentração numa modalidade em que geralmente há vários adversários na mesa.
Também é comum utilizar a música no esporte das cartas para abafar distrações externas, como a conversa de outros competidores e barulhos indesejáveis, assim como para abstrair possíveis gestos que revelem as cartas do competidor, já que a música permite que ele mantenha uma mesma sintonia durante longos períodos de tempo.
O uso da música por competidores antes, durante ou depois das competições é algo que está comprovado pela ciência que pode ser uma ajuda extra. O Dr. Costas Karageorghis, que já fez mais de 100 estudos sobre isso, afirma que a música é uma maneira legal do competidor ganha vantagem sobre o outro.
Isso acontece devido ao poder que a música tem de estimular ou relaxar o aleta, dependendo de qual tipo de música o competidor usa. Uma boa maneira de se estimular para uma competição, inclusive, é através da música eletrônica, que vem em plena ascensão.
Música para o futebol
Não é preciso ir muito longe para encontrar músicas que foram feitas para jogadores ou times. No Brasil, talvez o caso mais famoso seja de Jorge Ben Jor com a música 'Fio Maravilha'.
Composta em 1972, a canção de Ben Jor foi cantada pela torcida do Flamengo durante muito tempo. A música foi feita em homenagem ao ex-atacante Fio Maravilha, que durante muito tempo jogou no Flamengo.
Outra música muito famosa de Ben Jor para o futebol é 'Umbabarauma', um clássico da música brasileira.
Já Chico Buarque, um dos maiores compositores da história da música brasileira, também canta uma canção sobre esse esporte, chamada de 'O Futebol'.
Mais recente, a banda mineira Skank eternizou a música “É uma partida de futebol”, cuja letra composta por Nando Reis representa o esporte como poucas canções.
Imagem: Pxhere