Ney Faustini fala sobre sua história na dance music nacional e estreia na Cocada Music
Artista apresenta novo EP Caminhos, pela Cocada Music, com sonoridade bem brasileira. Confira!
Q+A: Ney Faustini
Olá, Ney. Obrigado por nos atender. Como tem sido o seu ano até aqui? Tem se mantido bastante ocupado com a música?
Prazer em falar com vocês. Sim, posso dizer que 2024 tem sido um ano agitado e bastante frutífero musicalmente.
Além das gigs e do garimpo constante, entrei no 3º ano da minha residência mensal na Rádio Na Manteiga, e tenho tentado dedicar mais tempo aos trabalhos em estúdio, criando novas composições, finalizando projetos inacabados e fazendo parcerias.
Feliz, especialmente, em lançar um EP autoral após alguns anos onde a maior parte dos meus lançamentos foram remixes e participações em compilações.
Há algum tempo você está como DJ residente da rádio Na Manteiga. O que de melhor você tem extraído dessa experiência? E quais critérios você usa para escolher os DJs convidados a gravarem a segunda hora dos mixes?
Sempre fui fã do trabalho da Na Manteiga, desde quando eram edições numeradas, e gravei o 8º da série, em 2015. Depois de mais algumas participações, iniciei a residência mensal no início de 2022.
A ideia do meu programa sempre foi trazer um apanhado de lançamentos, promos e produções de artistas nacionais, assim como algumas redescobertas. Geralmente sons de pista que acompanho e pesquiso mais, seja House, Techno, Jungle ou Breakbeat, por exemplo, mas mantendo o foco de trazer novidades que poderão estar nos meus sets, e ir comentando sobre as faixas durante o programa, como um radioshow, de fato.
Na 2ª hora sempre convido artistas que tenham um trabalho ou uma linha musical que "converse" com a proposta musical que eu acredito e que eu gostaria de escutar, como ouvinte, independentemente do gênero musical.
O meu programa, inclusive, acontecia uma quarta por mês, dia em que o Lote - o espaço em Pinheiros onde fica a rádio - não abria para o público, podendo manter uma linha musical bem aberta. Nós remanejamos para as sextas, mas em um horário ainda antes do espaço abrir, para manter o conceito.
Quem te acompanha sabe que você é um grande amante do vinil. Volta e meia você ainda dedica um tempo para garimpar alguns discos? Você compra mais pela internet ou também encontra alguns bons exemplares por São Paulo?
O garimpo é um dos meus maiores prazeres e, sempre que possível, gosto de fazê-lo pessoalmente. Existem sebos, feiras e muitas lojas especializadas que costumo visitar, especialmente por São Paulo, mas muitas vezes encontro algumas preciosidades pela internet, de Discogs à Mercado Livre.
Inclusive a maior parte do meu garimpo de discos, hoje em dia, é de discos dos anos 70 e 80, em especial Jazz, Funk/Soul, Hip Hop e MPB. Ano passado fiz um dos garimpos mais proveitosos da vida, em Detroit, onde o foco foi principalmente nos mais diversos gêneros da música negra.
E o mais legal é que, ultimamente, tenho tocado em bares com propostas voltadas totalmente ao vinil, muitas vezes sem foco em música de pista, e podendo explorar diversas sonoridades.