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Não desista do trampo diário: a geração de DJs que trabalha noutras profissões sem abandonar os sonhos na Música Eletrônica

Batente em dobro. Recompensa exponencial!

  • Words: Joe Roberts | Editing: Mixmag Team
  • 20 July 2020
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6 Lily Kirk

Meu nome é Liliane Amaral dona do projeto Lily Kirk, #79 da Djanemag Brasil de 2019.

Sou DJ, produtora musical e comissária de bordo. Tenho conciliado o meu trabalho como Aeromoça e a música com muita determinação e alegria.

Consigo marcar algumas datas para tocar em cidades onde pernoitava, inclusive já toquei duas vezes em Santiago no Chile em um dos pernoites.

No meu descanso e nas folgas em São Paulo eu produzo, não me restava muito tempo para fazer as tracks, e agora com o Covid e a quarentena me sobrou tempo para produzir mais e melhor.

Terminei algumas faixas nesta quarentena e meu primeiro lançamento vai ser dia 19/06 com a LowBr.

A outra faixa, com a G-Mafia, por acaso assinei hoje o contrato com eles, estou muito feliz pelas conquistas e confesso que não é nada fácil dar conta das duas profissões, mas quando se faz o que realmente ama tudo flui e dá certo.

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7 Talkbox

Sou DJ há 18 anos e dentro desse tempo já tive que adaptar várias vezes algum emprego "normal" de segunda a sexta com a vida noturna.

Já fui desde vendedor de hardware até consultor imobiliário e ambos os trabalhos requerem extrema dedicação, pois assim como a música eletrônica são mercados que se movem e oscilam muito rapidamente.

Eu lembro que quando era consultor, toda vez que tinha um EP para finalizar, aproveitava meu horário de almoço ou intervalos de atendimento para fazer algo ou dar aquele "tapa" na mixagem das músicas.

Hoje de segunda a sexta não é diferente, gerencio e ensino discotecagem e produção musical em uma escola de música aqui em Santos-SP e posso dizer que o tempo realmente fica escasso.

É um enorme movimento de pessoas, aulas que tomam horas, organizar grades de alunos, responder feedbacks, atendimento ao público, enfim... uma loucura!

Logicamente, como somos seres humanos, bate aquela exaustão de tanto falar sobre o assunto "música", mas quando nossa paixão e o sonho falam mais alto, a gente sempre arruma um tempo no meio de tudo para dar aquele UP no seu alter-ego.

Muitas vezes depois do trabalho mesmo, já fiquei noites em claro tentando fazer músicas com deadline apertadíssimo, brigando comigo mesmo buscando inspiração ou até mesmo gravando set promocional de divulgação e logo depois quando via a hora, tinha apenas mais 2h de sono para trabalhar no dia seguinte.

Por fim, não é fácil! Todos que vivem isso sabem, mas afirmo que não é impossível...

Só depende de você e o quão disposto está para realizar o sonho de ser um artista.

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8 Candreva

A música eletrônica assim como outras carreiras não começam do nada.

Ter uma renda vindo só do trabalho de produção é algo que, no início, para quem não tem uma estrutura financeira é muito complicado conseguir.

Tenho uma carreira em programação de aplicativos que me permite continuar a carreira como DJ.

Você tem que saber conciliar bem os horários de trabalho com sua disposição de aprender técnicas novas, treinar, entender o que está rolando no mundo do seu estilo, fazer pesquisas refinadas para compra de novas tracks ou até mesmo se dedicar em produção própria. Entender que vão ter noites de poucas horas de sono e semana de trabalho.

Acredito que seja a realidade de muitos e é sim muito estressante ter duas carreiras em paralelo. Tentar carreira artística é difícil se inserir nos clubes e ser chamado para festas demanda muito esforço nos horários que você iria descansar. Mas é um caminho que tem que ser feito.

Ter uma fonte de renda ajuda na hora de pagar licença de músicas, softwares de produção, SoundCloud, ensaios fotográficos entre todo tipo de material que te ajuda na construção de seu nome artístico. O importante é não desanimar, é tentar fazer seu melhor dentro do que você pode e fazer sua arte e se expressar em seu estilo do jeito que se sente feliz. Fazer isso não é garantia de sucesso, mas se você produz arte pela paixão que tem na arte, vai se sentir satisfeito mesmo que o sucesso não venha.

Se o sucesso vir, você vai ter que se decidir sobre qual carreira quer seguir e os riscos. E aposto que é uma decisão que vai gostar de pensar.

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9 Deeplex

Desde adolescente, o desejo pela música era muito grande, inspirado pelo meu irmão mais velho, interior de São Paulo, tive algumas ''bandinhas'' de escola.

Meus primeiros contatos com a música eletrônica foi em 2005 através de amigos próximos que me apresentaram o projeto do Wrecked Machines, hoje o Gabe.

Desde o primeiro contato com a música eletrônica, despertou o desejo e a curiosidade sobre como aquele som causava tanto impacto emocional'...

Através de alguns amigos comecei a tocar em pequenas festas, mas a vontade era produzir algo naquele estilo mas não fazia ideia do quão longo e complexo seria o caminho.

Em 2005 também iniciei a carreira em TI/Telecomunicações por onde viajei e morei por várias cidades do país.

Em 2010 me mudei para São Paulo para trabalhar em uma grande empresa e foi aí que me envolvi ainda mais com a música eletrônica, porém as longas jornadas de trabalho e as viagens sempre foram impeditivas e não conseguia evoluir.

Em 2017 foi quando montei meu primeiro Home Studio de verdade, tive outros antes com caixa de microsystem, fones convencionais e uma série de outras adaptações.

Também em 2017 troquei de trabalho e consegui já combinar algumas restrições devido aos meus projetos pessoais, a música, e tive o total apoio.

Desde então venho estudando por vídeos no youtube, dicas de amigos, workshops e o principal, comecei a acreditar no meu som e no potencial que ele tem.

Então comecei a criar rotinas e metas de entregas dos projetos das minhas tracks usando métodos parecidos aos gerentes de projetos TI.

Além disso, trabalho em uma empresa Britânica onde temos milhares de pessoas amantes da música eletrônica, e isso se tornou fonte de inspiração e motivação.

No ano passado, passei o verão na Europa (o último antes da pandemia, não me perdoaria se não tivesse ido) e lá curtimos alguns festivais mega inspiradores que trouxeram boas energias.

Começo de 2020: iniciei uma nova fase do projeto Deeplex - Techno & House com força, logo veio a pandemia e passamos a trabalhar de home office e a rotina e disciplina entre trabalho e estúdio encaixou perfeitamente.

Desde então, as tracks estão saindo, já tenho 6 tracks prontas e mais algumas em fase final, e neste mês fui aceito por uma label Ucraniana, e estamos trabalhando no lançamento do meu primeiro EP 'Quarantine', que deve sair em Agosto contendo 4 tracks, incluindo uma collab com um brother italiano que conheci no Kappa Futur Festival, em Torino, ano passado.

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