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Marco Bailey: uma verdadeira lenda da Dance Music retorna ao Brasil

Ele se apresenta no D-Edge, onde deve tocar várias faixas de seu novo álbum NOCTURNO que será lançado no final de novembro

  • Marllon Eduardo Gauche
  • 25 October 2023
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Q+A: Marco Bailey

Olá, Marco! É um prazer fazer essa entrevista com você. Gostaríamos de começar falando sobre sua novidade mais quente no momento, que é o seu novo álbum. Nos conte o que há por trás deste novo LP? Veremos um Marco Bailey revisitando suas origens? Qual é o fio condutor deste trabalho?

Olá e obrigado pelo espaço! Meu álbum Nocturno será lançado pelo meu próprio selo, MATERIA, no final de novembro. Este álbum me permitiu ser completamente eu mesmo, criativamente falando.

É claro que há faixas de techno poderosas no álbum, mas também tem algumas faixas mais harmônicas, melódicas, orgânicas e também de electro. Sou um grande fã de electro há 25 anos. Eu diria que o fio condutor deste novo álbum é que o importante é permanecer fiel a si mesmo.

Desde quando você está trabalhando nele? Em tempos de tantos singles e EPs sendo lançados a todo momento, o que te inspira a criar um trabalho tão complexo como um álbum?

Sim, isso é muito verdade, milhares e milhares de faixas são lançadas todas as semanas, é uma loucura. Muitos dos artistas ou faixas nunca são descobertos corretamente por causa do exagero nos lançamentos todas as semanas.

Algumas pessoas até não querem mais lançar um álbum e apenas lançam um single após o outro em sua gravadora, que mais parece um fast food do que um mercado de qualidade com variedade e substância.

Eu produzi este álbum porque queria mostrar que há mais na minha arte do que apenas techno puro. Há tanta música que eu curto, desde ambiente, electronica, drum n’ bass e também rock, funk e hip hop.

Comecei como DJ em pubs locais em 1989, então acho que você pode imaginar que passei por muitos gêneros e comprei muitos discos na minha vida!

Imaginamos que você vá apresentar algumas (ou a maioria) dessas faixas na sua nova vinda à América Latina, certo? Como estão suas expectativas para essa tour?

A América do Sul tem um lugar muito especial no meu coração. Tenho tocado aí desde 2001, assim como na Colômbia e na Argentina. Eventualmente consegui expandir minha turnê para outras partes como Chile, Bolívia e até a América Central.

O Brasil sempre foi meu país favorito no mundo para tocar. As pessoas, o amor, a união. Espero o mesmo tipo de feedback, mas também sou realista sobre o estado atual da cena na América Latina, o que é o caso de alguns mercados em outras partes do mundo, da Europa aos EUA.

A influência das redes sociais é inegável e, infelizmente, essa influência é falsa. Parece que é um concurso de popularidade onde se trata mais de curtidas ao invés de criatividade e skills.

Não estou dizendo que seja de todo ruim, já que essas plataformas online são ótimas para construir comunidades, mas, novamente, isso nem sempre se baseia na música ou nas habilidades do artista…

Mas no geral, há uma profunda herança de fãs de techno e amantes de música na América Latina, especificamente no Brasil, então mal posso esperar para finalmente voltar a me apresentar aí.

Dia 28 de outubro você fará uma passagem única pelo Brasil, no D-Edge. Você se lembra da última vez por aqui? E quais são as suas melhores recordações das pistas brasileiras ou mesmo do nosso país?

Sim, estou bem ansioso para voltar ao D-Edge. Acho que minha última vez lá foi em 2017… então já faz 6 anos. Eu realmente amo esse lugar, é um club com ambiente sonoro perfeito e um dos líderes na América do Sul, sempre trazendo uma grande variedade de artistas o tempo todo, não só DJs de techno, mas de todos os estilos… e, acima de tudo, eu amo o público!

Uma das melhores lembranças que tenho do Brasil ainda é um dos meus primeiros shows em São Paulo no A Lôca, acho que foi em 2001. A vibe era incrível. Cru, áspero, suado e tudo era sobre música! Sem telefones, sem fotos, sem redes sociais, sem fingir ser incrível…

Era tudo uma questão de dançar ao som da música do início ao fim. Toquei 4 horas, acho que só vinil, e a vibe me lembrou muito o lendário Tresor, em Berlim. Rick, Ana, David e eu nos divertimos muito, assim como as pessoas adoráveis da festa ao nosso redor.

Mais tarde toquei Lov.E com Eli Iwasa, também foram ótimos momentos! Nunca toquei no Caos, infelizmente. Depois alguns festivais e depois alguns anos atrás finalmente no lendário D-Edge com o boss Renato, Adnan e sua equipe incrível.

Vocês conhecem, meus amigos, meu herói no automobilismo, Ayrton Senna, disse diversas vezes em suas entrevistas: “deveria ser apenas CORRIDA PURA, sem política”, e penso o mesmo sobre nossa cena musical. Deveria ser música pura!

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