Kashovski: um talento em ascensão global
Conheça o trabalho de Kashovski, DJ e produtor baseado em Paris que vem fazendo da música seu grande lema de vida
Profundidade, emoção, melodia e um toque de ancestralidade. Essas são algumas das características que você irá encontrar no trabalho de Kashovski, um DJ e produtor baseado em Paris que vem fazendo da música seu grande lema de vida já há algum tempo.
Neste ano, ele voltou a figurar na lista The Future Of Dance da 1001Tracklist pelo ótimo trabalho desempenhado em 2023, isso após já ter sido elencado na mesma lista em 2022. Sua carreira vem sendo construída degrau por degrau, sem pular etapas, o que fez com que ele assinasse trabalhos com selos como Glasgow Underground, RADIANT, Hurry Up Slowly e Get Physical Music, naturalmente ganhando mais atenção do cenário global.
Entre os destaques, é preciso mencionar tracks como ‘The Sun Can’t Compare’, que ultrapassou 3,6 milhões de plays no Spotify, além de ‘Hingo’, com Space Motion, de 2019, e ‘Poison’, de 2022, faixa com a qual ele conquistou suportes realmente expressivos, de Black Coffee a Solomun.
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Kashovski, que já provou por a + b que possui talento de sobra na produção musical, agora quer dar alguns passos além e firmar seu nome em outros polos da cena eletrônica mundial, incluindo Ibiza, onde gravou recentemente um novo episódio para o Ibiza Sonica Radio.
Aproveitamos o bom momento do artista para conhecê-lo mais a fundo, descobrir no que ele tem trabalhado ultimamente e entender suas projeções para o futuro. Acompanhe:
Q+A: Kashovski
Olá, Kashovski. Obrigado por falar conosco. Todo artista tem sua própria história única de como se conectou com a música eletrônica. Qual é a sua
Olá, obrigado por me receberem. Sobre a música eletrônica, tem uma história engraçada de cerca de 15 anos atrás.
Na época, eu tocava mais coisas de Hip Hop e fui a Miami para o WMC. Tive a chance de ver Erick Morillo tocando na festa da Subliminal.
No dia seguinte, fui ao Liv on Sunday, que é uma grande festa de hip hop com muitos artistas famosos. Eram duas vibrações completamente diferentes. O Liv on Sunday era mais sobre ostentação, as pessoas não estavam realmente aproveitando.
Já a vibe da Subliminal era incrível, as pessoas estavam se divertindo e sentindo a música. Nesse dia, entendi por que eu continuaria com a música eletrônica.
Antes mesmo de se tornar conhecido, você já tinha recebido o apoio de Black Coffee no Tomorrowland em 2018, certo? Como foram esses primeiros anos da sua carreira?
Sim, meu primeiro grande apoio foi do Black Coffee. Antes disso, eu era DJ residente em vários clubes de Paris e também viajei muito.
Uma de suas faixas de maior sucesso veio logo depois disso. “Hingo” com Space Motion trouxe grande visibilidade para você, não foi? Conte-nos um pouco mais sobre como essa colaboração surgiu. A faixa ainda se encaixa em seus sets atuais?
Hingo foi grande. Space Motion e eu somos amigos há muitos anos. Enviei a ele uma demo na qual estava trabalhando, era um remix com um vocal de Henrik Schwarz.
Ele gostou da ideia e me disse que tinha um vocal de Idd Aziz que poderia encaixar na faixa e torná-la uma faixa original. Foi assim que Hingo nasceu.
Quando Hingo se tornou viral, a Covid chegou, então todos ficamos presos em casa e eu fiz muita música nova em diferentes estilos e gêneros.
Ainda toco Hingo de vez em quando, mas ela não se encaixa muito nos meus sets atuais.
Em que momento você percebeu que sua carreira estava ganhando mais atenção? Foi apenas após a pandemia? Quais lições aquele período trouxe para você?
Tudo foi muito progressivo, crescendo passo a passo e ainda crescendo hoje. Porque a música é boa, mas a comunicação em torno dela é ainda mais importante.
Nos bastidores, você mencionou que tem se apresentado de forma consistente, mas dois shows, em particular, se destacam em sua memória: no Líbano e em Bruxelas. O que tornou essas performances especiais?
O Líbano é sempre especial, a vibe é única, festejar faz parte deles. Há uma verdadeira cultura de clube, uma conexão real com a pista de dança e até com o VIP, e compartilhamos a cabine com meu irmão Moojo, a emoção estava no topo, tudo foi fluido!
Sobre Bruxelas, tive a chance de tocar para a Down Label em uma espécie de armazém, a vibe e a energia foram incríveis, a cabine de DJ estava no meio da sala. Toquei um set intenso e grooveado, e os ravers me acompanharam nessa jornada.
Estamos vivendo um momento em que a indústria da música “exige” mais dos artistas em termos de lançamentos e novidades — um mundo hiperestimulado. No entanto, você não lança músicas com tanta frequência. Como você consegue equilibrar isso?
Na verdade, tenho muitas músicas para lançar, mas na maioria das vezes é sobre as gravadoras e o cronograma delas.
Por exemplo, “Bad Man” foi lançada 8 meses após ser assinada. Então, às vezes, você realmente não escolhe. Mas ainda tento lançar 3 ou 4 faixas por ano. Não gosto de lançar faixas a cada 2 semanas.
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Há algum trabalho significativo que será lançado em breve? Alguma novidade para o final deste ano ou apenas em 2025?
O próximo lançamento será na gravadora de Arodes, “Unreleased”, no final de dezembro. Depois, em 2025, um pela Calamar Records, outro pela Indie House Records e um novo pela Get Physical.
Como DJ, você é conhecido por ter um perfil mais aberto e versátil, transitando entre diferentes gêneros quando tem a chance de fazer um set mais longo. Essa é uma direção que você quer manter, sem se limitar a um estilo mais específico?
Seja qual for o gênero, sempre se trata de grooves. Nunca me limito porque adapto meu set a diferentes situações, dependendo do horário, se é de dia ou à noite, se é um clube ou festival, se é um beach club ou um after party…
Finalmente, há planos para uma turnê na América do Sul, incluindo o Brasil, no futuro? Obrigado!
Kashovski: Já temos opções no México e no Caribe, e estamos trabalhando para organizar algo no Brasil em breve. Obrigado!