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Geração Pos-club: Por Que DJs & Produtores Andam Abandonando Os Clubs

Mais e mais artistas eletrônicos estão se afastando das boates

  • Adélaïde de Cerjat
  • 25 June 2020
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Ao mesmo tempo, grande parte da cena clubbing mudou, em muitos casos se tornando menos um local de expressão artística e muito mais um local de consumo: um circuito para DJs e artistas, onde a ênfase no espetáculo e na produção cada vez maiores pode alienar não apenas a multidão, mas tambem os DJs do ponto central que é a música, corroendo o conceito dos clubs como um local de subcultura e resistência.

Se a noção de club mudou, também mudou nossa compreensão da música eletrônica, com um aumento de gêneros que exigem uma percepção muito mais intelectual.

A mais nova adição de Simon Reynolds à terminologia de dance music, "Conceptronica", por exemplo, descreve "música para contemplar com seus ouvidos, para pensar e pensar com".

Esse 'público ouvinte' é bastante difícil de reunir na euforia agitada dos nightclubs, portanto artistas como Actress, SOPHIE e o DJ Koze exibindo suas músicas em locais de concertos - até mesmo o surgimento de 'bares para ouvir música'.

Talvez em reação a isso esteja a disseminação da 'música club', um gênero auto-explicativo com raízes em cenas regionais como Baltimore e Jersey, em sua forma não reconstruída, projetada para ser inseparável da pista de dança.

Muitos festivais e instituições tentaram encontrar um meio termo entre o imediatismo e a fisicalidade da cultura clubbing e o lado "intelectual" das coisas.

Festivais pioneiros como Sónar, Unsound e Dekmantel vem expandindo seus eventos para shows externos, onde você pode ouvir sons eletrônicos experimentais de artistas como Sarah Davachi ou Deena Abdelwahed.

O risco, no entando, é que, afastando-se do ambiente dos clubs e perseguindo a idéia de que espaços de alto nível, como locais de concertos e galerias de arte, legitimam a música eletrônica, nossa própria cultura Dance se desconecta de suas raízes.

A cultura clubbing deveria procurar mudar esses ambientes, em vez de se adaptar a elas.

Mas enquanto clubes suficientes permanecerem reais, abrigos subculturais para criatividade, orgulho, amor, liberdade e diversão, ficaremos bem.

E quanto a Marie Davidson?

Bem, ela pode não estar se apresentando pessoalmente, mas sua música - como o remix cinético e minimalista de Soulwax de 'Work It', a faixa de 2019 do Mixmag do ano - garante que ela ainda esteja trabalhando na pista de dança, pelo menos em espírito.

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