Entrevista: Crossover
O sucesso da fusão musical de Julio Torres e Amon Lima
6 Parte
Com backgrounds tão diferentes, como conseguem alcançar afinidade na música?
Acredito que essa diferença de formação é o grande motivo da longevidade do projeto. Quando conheci o Júlio ele já era um DJ estabelecido na cena, com mais de 10 anos de carreira, residente de clubs importantes, já tinha tocado em Ibiza, lançado álbum e um monte de tracks lá fora.
O Júlio é um cara que pode tocar para qualquer pista e literalmente "fazer o baile". E eu, já tinha meus 10 anos com a Família Lima, já tinha feito tours pela Europa, América Latina e EUA, gravado 8 discos com a Família e mais de duas dezenas de participações com outros artistas, músicas em novelas, temporadas de shows nos palcos mais importantes do país e tinha meu quarteto de Jazz.
Sempre fui movido a música e o Júlio também, e quando começamos o Crossover a gente sabia que tinha que ser algo legal, algo que a gente acreditasse musicalmente. Aprendo muito musicalmente com o Júlio e acredito que, as vezes, consigo ensinar uma coisa ou outra para ele.
O que cada um acrescenta e agrega durante o processo de produção musical do Crossover?
Depois de muitos anos sem lançar nada estamos voltando a produzir e não temos uma fórmula fixa. Às vezes, eu chego com uma idéia e no dia seguinte o Torres a transformou em uma música praticamente finalizada. Às vezes fazemos tudo juntos, em outras eu crio uma melodia ou coloco uns acordes.
A EDM virou fenômeno mundial. Como vê isso? Algum projeto com o gênero?
Alguns caras do mainstream que gosto: Calvin Harris, Nicky Romero, Zedd, algumas coisas do Guetta, do Eric Prydz... A música eletrônica já está por aí tempo suficiente para provar que não é passageira mas, eventualmente, um sub-gênero vai ter mais destaque que outro.
O EDM é o pop com elementos de House, Eurotrance, Electro, Dubstep e mais um monte de coisas. Para a cena é ótimo, mais pessoas têm acesso e a música eletrônica como um todo cresce.
A importância musical disso só conseguiremos saber daqui uns 10 anos quando olharmos para trás e vermos o que ficou. Como aconteceu com Hip Hop, Rock, Jazz, MPB ou mesmo na Música Clássica.
Na música, como em tudo neste mundo, a história sempre se repete.