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Interviews

Conversamos com Opolopo, DJ e produtor referência no Soulful mundial

Na entrevista, um papo sobre as conquistas do passado, os feitos do presente e o que nos espera no futuro

  • Louise Lamin
  • 8 September 2022
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Com tantas credenciais de respeito, é uma honra dizer que tivemos a oportunidade de conversar com esse grande ícone do Soulful mundial, sobre as conquistas do passado, os feitos do presente e o que nos espera no futuro. Confira!

Olá, Peter! Tudo certo? É um grande prazer conversar com você. Como é a primeira vez que o recebemos aqui na Mixmag BR, vamos falar um pouco do princípio de tudo.

Sua carreira começou ali por volta do início dos anos 00, mas a música já está presente em sua vida muito antes disso, por conta do seu pai, certo? Como o trabalho dele como músico influenciou o seu? Pode-se dizer que referência está presente até hoje em sua identidade sonora?

O prazer é meu!

Meu pai sendo um tecladista profissional é definitivamente o que me fez começar a tocar e produzir. Participar de ensaios e gigs e poder mexer nos synths dele, acendeu uma chama de curiosidade musical.

Sua coleção de discos Fusion/Jazz Funk foram minha fundação e aquele som do final dos anos 70/começo dos 80 carrego comigo até hoje.

Você diria que a carreira profissional na música sempre foi uma meta ou foi uma consequência desse envolvimento precoce no meio musical?

Acho que sempre quis fazer música em tempo integral, mas até o começo dos anos 2000 eu fiz música em paralelo a trabalhos “normais”. Em 2003, a empresa em que eu trabalhava faliu e recebi uma indenização por cessação de funções.

Eu pensei “Essa é a hora”, então peguei o dinheiro como um investimento na minha carreira e pensei em finalmente dar uma chance à fazer música integralmente.

De alguma forma deu certo e continuo fazendo isso 20 anos depois.

Ao início de sua carreira, suas composições tinham uma vibe mais voltada ao Broken Beat/Nu-jazz e ao longo do tempo foi possível perceber uma crescente influência da House/Disco Music. Foi uma mudança pensada ou tudo foi acontecendo de forma natural?

Eu estava tocando House, Drum and Bass e Funk, mas quando veio o Broken Beat no final dos anos 90, me conquistou de cara. Tendo minhas raízes no Fusion e Jazz Funk como harmonias ricas e fortes, frequentemente sincopadas, grooves, o Broken Beat pareceu uma extensão disso.

Eu amei! Mas era uma cena pequena e eventualmente os remix solicitados se voltavam mais para o House. Eu também amo House, então não foi um problema, mas às vezes queria que as pessoas tivessem se aberto a ritmos e harmonias mais desafiadoras.

Sua lista de collabs e remixes incluem grandes nomes, a exemplo de Gregory Porter, Steve Arrington, Lisa Stansfield, Shaun Escoffery, The Sunburst Band e por aí vai. Como foi pra você criar com estes artistas e de que forma diria que isso tocou seu trabalho?

É sempre uma sensação incrível começar a trabalhar com alguém que você admira ou cresceu ouvindo e nunca pensou em um milhão de anos que um dia estaria trabalhando com eles.

E, claro, um grande nome vai dar alguma atenção e isso é útil. Mas é preciso garantir que seu trabalho esteja à altura dessa atenção e que você acompanhe com coerência toda a sua produção.

Falando em remixes, só neste ano já foram vários! O que você mais curte nesse processo de criar uma nova versão para uma track?

Há algo realmente satisfatório em ter uma track com um ótimo vocal e depois, através da harmonização e produção, levar essa track para um lugar diferente, criando uma jornada diferente. Os limites que você tem - um vocal, uma deadline, às vezes uma vibe solicitada - faz você desafiar sua criatividade.

Inclusive, está para sair um remix seu de um jovem expoente brasileiro, não é? Como foi remixar "Unified", do Gustavo Fk, Camila Jun e Mr. V?

De fato! Foi muito divertido trabalhar no Unified. Sempre fui fã da fala poética e descontraída do Sr. V, então fiquei animado com esse job. Como os vocais são falados e não cantados, há muitos caminhos que você pode seguir.

Você não está vinculado a nenhuma progressão de acordes em particular. No final, fui em busca de algo cheio de alma e um pouco jazzy. A letra é edificante e esperançosa e tentei ir nessa vibe com a música, mas também há um pouco de melancolia. Assim como na vida...

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