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Coluna Mister Jam: Pra que serve o remix?

DJ e produtor das estrelas explica importância e possibilidades do remix

  • Mixmag Brazil Staff
  • 1 June 2015
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2 Segunda Parte

Experiementei remixar logo de cara, produzindo para uma major… Era "Vivir Sin Aire" da banda mexicana Maná e o resultado foi bem recebido.

Tomei gosto pela coisa, fui recebendo novas encomendas e alguns anos depois lá estava eu em estúdio, quando fui contactado para uma importante "missão": a cantora Claudia Leitte havia se desligado de sua banda de origem, "Babado Novo" e lançava "Exttravasa", faixa de extrema importância que a lançaria em carreira solo.

Uma faixa de lançamento de carreira solo tem peso dois e obrigação de dar certo, caso contrário pode condenar aquela investida solo.

O problema é que "Exttravasa" não estava indo bem nas rádios. A música simplesmente não decolava e para piorar não foi bem aceita em rádios jovens, pois seu arranjo original tinha uma pegada "axé".

Topei na hora, o remix foi entregue e uma semana depois, lá estava a Claudia Leitte tocando ao menos uma vez na programação de inúmeras rádios pop jovens FM de todo Brasil.

A faixa virou e aí está a Claudinha hoje! Não digo que meu remix foi o que salvou os resultados de sua primeira música solo, mas…bem…sim foi quase isso!

O mesmo aconteceu com a faixa Meteoro, de Luan Santana. O único artista sertanejo a ser executado na programação da Jovem Pan até hoje.

E são vários os exemplos de remixes que ficaram mais famosos que a versão da música original. O clássico "Space Cowboy" de Jamiroquai, e sua versão remix de David Morales, é um dos melhores exemplos. A versão original, muita gente sequer conheceu, pois era o remix que frequentava as programações das rádios e as pistas, em exaustão.

O fato é que a música brasileira descobriu o "porque" do remix a pouco tempo e esse mercado nunca foi tão bem aproveitado como agora.

Com o sucesso da venda digital de música, veio o formato EP e com ele a possibilidade de se lançar remixes oficiais ao grande público, no iTunes Store e nos serviços de streaming, e não apenas em sites "especializados" em DJs, como o Beatport e Juno, entre outros.

O que parecia improvável, há 5 anos atrás, tornou-se real: o EP digital de remixes é hoje um produto rentável e comercialmente interessante para as grandes gravadoras. Sem contar os pequenos selos independentes que hoje podem levar ao consumidor seu conteúdo com muito mais facilidade!

Considero a maior vitória do remix em nosso mercado, o fato de que, hoje, diversos artistas populares brasileiros como Sorriso Maroto, Jammil, Aviões do Forró e Psirico, entre outros, solicitam remixes para alcançarem um público diferenciado.

Essas versões são lançadas como produtos especiais em formato digital, quase sempre obtém destaque e ainda conseguem o feito de serem bem executadas nas programações de rádios pop, sem preconceito algum.

E para alguns, esse remix ainda acaba sendo utilizado como bis ou encerramento dos seus shows. Para um artista contemporâneo, a importância do remix é inquestionável.

Eu diria ainda mais…é inevitável, e fatalmente, acontecerá em sua carreira.

Fotos: Divulgação / Arquivo

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