Coluna Mister Jam: Pra que serve o remix?
DJ e produtor das estrelas explica importância e possibilidades do remix
Mister Jam, DJ e produtor musical responsável por hits de grandes artistas nacionais e internacionais explica a importância e possibilidades de um remix.
1 Primeira Parte
Foi-se a época em que um remix era apenas uma faixa bônus no final do álbum de um artista.
Hoje em dia, remixar significa muito mais do que dar uma nova versão ou um "rearranjo" mais alternativo a uma música original.
Minha primeira impressão ao ouvir uma versão remix, ainda no início dos anos 90, foi a de que, não apenas demorava anos para uma música começar (rs!), mas também que haviam estragado (e muito) a música que eu gostava e ouvia na rádio.
Ok. Eu era apenas um gurí da 8º série com um amigo DJ que me apresentava as novidades, ainda em vinil. Era um gurí que pretendia ser diretor de cinema e tinha ponto de vista (ou de audição) limitado, despido de qualquer tino artístico e comercial.
Alguns álbuns me marcaram, nessa época: "Introspective" do Pet Shop Boys e "You Can Dance" da Madonna, ambos com versões 12" (extended) e non stop.
Aos poucos fui entendendo, e muito, a importância e o porque remixes devem existir: o "rearranjo" dá a uma música diversas chances de ser explorada artistica e comercialmente, e isso é fantástico!
Como referência, procurava ouvir os remixers gringos e nacionais para tentar aprender alguns "pulos".
Ao longo da minha trajetória, pude testemunhar alguns cases primordiais para o avanço da "cultura" remix dentro das gravadoras (majors) do país.
Álbuns como "Eu e Memê, Memê e eu", no qual os mestres Memê e Lulu Santos dão uma aula de como remixar clássicos, e no qual o próprio Lulu dá sua opinião em uma das faixas: "Remix é super interessante (…) Cada um tem um jeito de contar a mesma história".
"Rita ReLeeda" com remixes nacionais dos maiores sucessos da Rita Lee, ou "Kid Abelha Remixes", seguem o mesmo conceito. Todos vitoriosos em vendas. Vitórias que foram abrindo caminho.