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Conheça o som do alemão Tigerskin, que remixou o release de estreia da Underdogs

Nome de guerra é um dos mais famosos de Alexander Krüger, músico de perfil introvertido que coloca a arte na mais alta das prateleiras

  • Lau Ferreira
  • 11 June 2021
Conheça o som do alemão Tigerskin, que remixou o release de estreia da Underdogs

O alemão Alexander Krüger é um artista ao modo antigo.

De perfil low profile, não gosta de aparecer em demasia ou por elementos que não estejam relacionados à sua música, e parece nunca ter colocado em primeiro plano os benefícios secundários proporcionados por uma carreira de sucesso: fama, dinheiro, status, glamour. Seu foco está na arte, em fazer uma música que ele aprecie e o contemple.

Com mais de 25 anos de carreira, cresceu curtindo new wave e bandas de rock psicodélico. Tocava guitarra e, por viver em Berlim, sua conversão à música eletrônica foi natural.

Chegou a ser DJ nos anos 90, mas depois abandonou a ideia ao perceber que não queria tocar música para as outras pessoas, mas para si próprio. Assim, consolidou-se nos estúdios.

Produziu obras de inúmeros artistas, dos mais variados gêneros, como Phonique e o cantor e compositor noruguês Erlend Øye, assim como já trabalhou como ghost producer.

Em seu trabalho autoral, já bolou diversos codinomes, cada um para um estilo musical diferente, por entender que se produzisse sob o prisma de muitos gêneros diferentes com o mesmo projeto, seria prejudicado mercadologicamente.

Assim, já assinou como Boris Fox, Maurice Lamont, Shura, Vincent Belgrano, Korsakow e os dois mais famosos e mais utilizados recentemente: Tigerskin, sua faceta mais houseira, e Dub Taylor, para dar vazão ao seu lado dub techno.

Como Tigerskin, está na ativa desde 2004. Já lançou centenas e mais centenas de discos, por gravadoras como Kompakt, Get Physical Music, Variety Music, Defected, Forms & Figures, Natura Viva, Exploited, Global Underground, LW Recordings, Bedrock Records, Toolroom, Voltaire Music, Nurvous Records, Stil Vor Talent e Future Classic.

Seus únicos dois álbuns de estúdio — "Back In The Days" (Resopal Schallware) e "All Those Goodbyes" (Dirt Crew Recordings) — saíram em 2004 e 2013, respectivamente.

Dentre esses releases, constam colaborações ou remixes com artistas como Depeche Mode, Stefan Janson, Jack Jenson, Rick Wade, Robert Babicz, Betoko, Mark Farina, Francesca Lombardo, Eelke Kleijn, Alfa State, Lazarus e o próprio Phonique.

Apresentando-se sempre no formato live, já veio incontáveis vezes para o Brasil (a última em 2013, no D-EDGE), e agora acaba de participar da inauguração de uma nova gravadora do país: a Underdogs, que surge a partir do núcleo carioca homônimo.

O primeiro release, que saiu na última sexta (11), é um EP chamado "Connected", com uma faixa de house old school produzida por Bernardo Campos, Icle e Bruce Leroys, e mais o remix de Tigerskin, que vem numa vibe mais atmosférica e deep.

Com mentalidade verdadeiramente underground, o músico perde o interesse por algo que começa a fazer muito sucesso, partindo logo para outro tipo de sonoridade ou referência estética que esteja sendo menos explorada — por isso, passou a se interessar menos em ouvir música eletrônica e a se inspirar muito por música clássica na última década.

Com ouvido musical e senso estético bastante apurados, tornou-se referência pelo trabalho em estúdio. Alex conta que aprendeu tudo de maneira autodidata, em uma época sem muitos cursos de engenharia de som e tutoriais na internet. Segundo ele, este é um dos seus grandes diferenciais, já que acredita que aprender através de caminhos prontos não o ajuda a desenvolver um estilo único.

"Quando você faz por sua própria conta, você pode acabar caindo em conexões que são incomuns e nunca foram feitas antes. Foi assim que funcionou comigo", declarou em entrevista ao Miami New Times, em abril de 2014.

Em agosto daquele ano, à DMC Magazine, disse que não era dos mais afeiçoados a uma qualidade perfeita em suas produções:

"Não ligava muito para uma boa produção no começo, desde que o bassdrum soasse forte. Mas quando comecei um projeto de IDM no meio dos anos 90, tive que gravar vocalistas, baixistas e bateristas, e então fui forçado a aprender sobre mixagem e a usar as frequências 'corretas'.

Mesmo assim, eu ainda não sou capaz de fazer tudo perfeito, e de hora em hora meus amigos me criticam por isso. Mas tudo se resume à música. Se sua ideia original é ótima, ela não precisa ter uma produção 'radionormativa'. [...]

Não sou fã dessa situação atual em que a maioria dos músicos soa ótima, mas falta personalidade. Hoje todos têm ferramentas profissionais, mas também parecem trabalhar da mesma maneira. E onde está o ruído? Eu preciso disso de volta!".

Os trechos exemplificam um pouco do porquê de Tigerskin ou qualquer que seja a persona artística de Krüger não ser tão conhecida ou hypada, a ponto de ser considerado subvalorizado por alguns.

Mesmo assim, sua qualidade, talento e os diferenciais previamente citados contrabalançam a equação, fazendo com que seja um artista mais do que conceituado.

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Photos: Divulgação

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