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Anhanguera: entrevista especial 15 anos

House music made in Brazil: meet Anhanguera

  • Marllon Gauche
  • 12 June 2019

Há 15 anos, surgia uma dupla no cenário eletrônico brasileiro com uma promessa clara a si mesmo: manter viva a cultura da house music país.

Cá estamos em 2019 podendo dizer que sim, após uma década e meia de história, o Anhanguera não desviou dos trilhos e manteve-se fiel às suas raízes.

A essência que existia no primeiro ano de projeto é a mesma que ainda existe hoje após tanto tempo de estrada.

A certeza de que você ouvirá na pista um som repleto de groove e swing, passeando por diferentes estilos como disco, funk, soul, jazz e muitos outros, se mantém mais firme do que nunca.

A conquista de apresentações ao lado de grandes lendas do gênero como DJ Sneak, Mark Farina e Derrick Carter demonstra que nosso país está muito bem representado quando falamos em house music.

Neste bate-papo com Anhanguera, conversamos sobre o novo e o velho, passado e futuro, clássico e contemporâneo.

O bate-papo rendeu e o duo demonstrou que apesar da trajetória de 15 anos, ainda há muito chão pela frente. Confira!

Olá, Dudu e Décio! É um prazer falar com vocês. O Anhanguera tem contribuído com a cena house e eletrônica por um longo período.

O que tem acontecido atualmente no cenário que tem chamado a atenção de vocês? Novos movimentos, amadurecimento do mercado, tecnologias…

Atualmente a gente vê uma migração grande da cultura club para a cultura de festas e festivais. Aquela noite semanal em clubs nos parece que virou coisa do passado.

As pessoas têm preferido também eventos que não acontecem necessariamente à noite. Poucos clubs conseguem se manter no padrão antigo.

Até o D-EDGE começou a fazer festas e festivais usando o club como parte da experiência, mas não como a experiência em si.

Nesse contexto a gente vê a força que a tecnologia de produção e o visual das apresentações ganham.

Grandes nomes da música eletrônica têm em suas turnês um diretor artístico justamente para dar conta desse novo momento do mercado.

Quem viu o Anhanguera 15 anos atrás, ainda pode encontrar faixas que vocês tocavam naquela época nos dias de hoje?

Quais tracks marcaram o início do projeto que continuam presente nos sets até hoje?

Sim. A gente sempre tem no case faixas que são atemporais e que funcionam tão bem na pista atualmente como funcionavam há 15 anos.

Joss Moog - Forever Pimpin, Anhanguera - Gangsta Melody, Inland Knights - Slummin it, Sleeazy Mc Queen - I Am Working All Night (Artnarko remix) são faixas que nunca deixamos de tocar.

E o que é fundamental para manter uma sonoridade atual com as coisas sendo tão líquidas e passageiras?

As coisas perenes são as que têm um estilo atemporal. O som do Anhanguera bebe na fonte da house music clássica por isso sempre se mantém atual.

Claro que em alguns momentos o house está mais em alta, em outros nem tanto, e acabamos sofrendo com essa oscilação do mercado, mas pra gente o importante é não perder a essência do nosso som.

Sabemos que vocês são grandes fãs da Defected e da Robsoul, dois selos bem conhecidos voltados à house music.

Mas e quanto aqueles labels mais “underrated”, quais vocês destacariam e recomendariam para os fãs do gênero?

Desde o início do projeto somos muito fã de um selo de Chicago chamado Large. Dos selos mais recentes que gostamos vale destacar: Razor N Tape, Moulton Music, Heist, Rhemi Music e Deep Visionz.

E dos clássicos temos tocado algumas faixas de selos como Nervous, Strictly Rhythm, Henry Street Music e Glasgow Underground.

Qual é a visão de vocês sobre o crescente número de produtores na cena, independente do estilo… há muita coisa descartável? O que deve ser feito para que músicas atuais se tornem grandes clássicos no futuro?

Em teoria, quanto mais gente fazendo house music pra gente que é fã, melhor. Ficamos impressionados com a qualidade de produção de vários novos artistas que surgiram depois do Anhanguera e que se despontaram na cena.

Países como Alemanha e Holanda, que eram mais conhecidos por outros estilos eletrônicos do que pela house music, também têm se configurado como novos celeiros de talentosos produtores houseiros.

Só pra citar dois nomes temos Detroit Swindle, na Holanda, e Purple Disco Machine, na Alemanha, entre nosso preferidos dos últimos anos.

Esses artistas fazem um som atual mas com referências que remetem ao house clássico e por isso conseguem romper a barreira dos anos.

E para onde o Anhanguera está caminhando? Ainda existe espaço para novas produções ou o foco será mesmo em aprimorar as apresentações?

Embora o lançamento de novas músicas não esteja no ritmo de outros anos, a ideia é não parar. Às vezes o artista lança 20 músicas no ano e emplaca apenas uma. Nosso foco é emplacar uma e não lançar 20.

Estamos trabalhando para isso, como foi ano passado com o sucesso de Cirandisco. É importante sempre manter um balanço entre produções e apresentações, não dá pra parar com nenhuma delas.

Para finalizar, nestes 15 anos, o que mais marcou a carreira pessoal de cada um? Digo, uma faixa, um momento, uma conquista… Obrigado por falar com a gente!

Sem dúvidas nossa primeira turnê na Europa foi marcante para nós dois. Fizemos uma apresentação em Praga no Cross Club que foi bem especial.

No final da noite dois brasileiros chegaram na gente e perguntaram se éramos brasileiros, pois pelo nome parecia, mas pela linha musical não, já que há 10 anos atrás não havia tantos DJs de house tocando na Europa. Muito obrigado pelo espaço!

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Imagens: Divulgação Anhanguera

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