Entrevista: Crossover
O sucesso da fusão musical de Julio Torres e Amon Lima
2 Parte
Com backgrounds tão diferentes, como conseguem alcançar afinidade na música?
Acho que aí é que está a questão, essa diferença de experiência e escolas foi o que criou essa identidade tão forte e única. Venho da periferia de São Paulo, comecei tocando hip hop, descobri o house, lancei música no mundo inteiro, fui para Ibiza tocar em 2002 e estive nos principais festivais do Brasil, até conhecer o Amon.
Dalí em diante nos juntamos, idéias, experiências, conhecimento e principalmente vontade de tocar e fazer música, não haveria nome mais perfeito para o projeto do que Crossover, ele define tudo.
O que cada um acrescenta e agrega durante o processo de produção musical do Crossover?
Eu gosto muito de ficar em estúdio desenvolvendo novos sons, nos últimos anos ficou impossível lançar por conta da agenda e nunca acreditei nessa história de alguém fazer isso por mim.
Lançamos um álbum no começo do projeto chamado Humanized e derrubamos o UOL com tantos acessos, desde então o projeto foi tomando uma proporção que ficou impossível de entrar no estúdio e lançar algo. Lançamos sim algumas coisas, mas muito pouco perto do que eu gostaria.
Há pouco mais de um ano voltei a estudar e já tenho bastante material para lançar, mas vamos soltar no momento certo. Tentamos dividir o trabalho, fico com a Mixdown e as vezes as Masters, as idéias vêm de ambos os lados.
O Amon costuma ter ótimas idéias e sempre me ajuda com os ajustes das harmonias, e eu gosto de cuidar do arranjo, mas na real não temos uma regra específica.
Que impacto um evento de música eletrônica do porte do Tomorrowland tem na cena do Brasil?
Fui chamado de última hora para o festival, na arena da Mastercard, dividí cabine com Oliver Heldens e pude rever muitos amigos. Na verdade me sentí num Skol Beats turbinado (rs).
Na minha opinião o Brasil ganha muito e volta ao mapa dos grandes festivais mundiais. E nós artistas, trabalharemos mais para poder estar dentro de cada ano.